De Pueblos Indígenas en Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.

Noticias

Dinheiro chega fácil, mas some na mesma velocidade

05/05/2002

Autor: Jailton de Carvalho

Fonte: O Globo-Rio de Janeiro-RJ



O dinheiro está brotando no cascalho dos riachos da reserva Roosevelt, dos índios cinta-larga, a mais rica mina de diamante do país no momento. O baiano Fredson Gomes Coelho, de 20 anos, é um dos garimpeiros que experimentaram a sensação de ver pedras sendo convertidas quase que instantaneamente em reais.

Ao garimpar 101 quilates de diamante com a ajuda de sete companheiros, Fredson conseguiu, só em janeiro, R$ 3.500. Isso pouco dias depois de ele chegar de Irecê, no interior da Bahia, onde nasceu.

Numa tacada só também, no início do ano, a cozinheira Luci Pires de Oliveira, de 38 anos, faturou R$ 5 mil. O dinheiro corresponde a uma parte dos 6% da produção de seu grupo, que prestava serviços ao dono de uma das máquinas de extração de diamante no garimpo de Laje, um dos mais fervilhantes da reserva.

A Vale das Estrelas Mineradora fez uma avaliação do potencial da reserva de diamante de Roosevelt a pedido da Pamaré, uma das duas associações dos índios cinta-larga. Pelos cálculos da empresa, com seis peneiras elétricas operando cinco dias por semana os índios poderiam faturar R$ 1,8 milhão por mês. Cada máquina teria capacidade de recolher 30 quilates por dia do diamante que, pelo grau de pureza, poderia ser vendido a R$ 420 o quilate.

A partir dessas informações, a Funai chegou à conclusão de que a reserva pode abrigar uma fortuna superior a US$ 2 bilhões. Dentro da reserva estavam operando mais de 400 máquinas e a previsão de especialistas do Ministério das Minas e Energia, consultados informalmente por técnicos da Funai, é que a reserva é suficiente para uma década de garimpo. O governo brasileiro, porém, ainda não tem um estudo definitivo sobre o tesouro escondido nas matas dos cinta-larga.

Mas o dinheiro de Fredson e de Luci está desaparecendo com a mesma rapidez com que surgiu. Desde que a Polícia Federal intensificou a repressão ao garimpo, eles estão desempregados e torrando seus poucos recursos em pensões de Cacoal.

- A gente ganha muito, mas perde também. Estou parada desde janeiro - conta Luci.

As quantias em circulação são tão atraentes que nem os fiscais da Funai e do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) resistiram à tentação. Desde fevereiro, 13 fiscais estão respondendo a inquérito administrativo e criminal por suposto envolvimento com o garimpo dentro da área indígena. Eles, que eram pagos para fiscalizar a reserva, teriam aderido ao sonho dos garimpeiros de, num dia qualquer, amanhecerem ricos.
 

Las noticias publicadas en el sitio Povos Indígenas do Brasil (Pueblos Indígenas del Brasil) son investigadas en forma diaria a partir de fuentes diferentes y transcriptas tal cual se presentan en su canal de origen. El Instituto Socioambiental no se responsabiliza por las opiniones o errores publicados en esos textos. En el caso en el que Usted encuentre alguna inconsistencia en las noticias, por favor, póngase en contacto en forma directa con la fuente mencionada.