De Pueblos Indígenas en Brasil
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Noticias

Wagner diz que luta dos pataxós é justa

24/04/2007

Fonte: Jornal Diário do Sul



O governador Jaques Wagner participou do ato em memória dos 10 anos da morte do pataxó Galdino de Jesus e disse que o projeto de inclusão social, que é marca de seu governo, "passa por uma vida digna para os índios, que ao longo dos séculos vem sendo massacrados e expulsos de suas terras". O ato aconteceu na aldeia Caramuru-Paraguassu, em Pau Brasil, com a presença de familiares de Galdino, que receberam das mãos do governador a Medalha do Mérito
Legislativo, conferida pelo Congresso Nacional. "A melhor maneira de homenagear a memória de Galdino é estar presente na aldeia onde ele viveu e lutou e mostrar o nosso compromisso com a causa indígena, que é justa", afirmou Wagner.

Lembrando dos conflitos entre índios e fazendeiros na região de Pau Brasil, o governador destacou que "é preciso buscar um consenso, devolvendo as terras aos pataxós e indenizando os produtores que tiveram essas terras cedidas por governos anteriores sem saber que estavam ocupando áreas pertencentes aos índios. Estabelecida a paz,
todos poderão trabalhar e produzir, levando uma vida digna".

Atualmente, os pataxós hã hã hã ocupam 18 mil hectares e lutam na Justiça para ocupar uma área total de 54 mil hectares. A disputa, que se arrasta há 25 anos e está no Superior Tribunal Federal, já produziu vítimas de lado a lado, como o índio Galdino de Jesus, queimado vivo por adolescentes de classe média em Brasília, onde estava para
reivindicar a remarcação das terras pertencentes à sua tribo. "Até agora a morte dele foi em vão, porque não conseguimos a nossa terra e continuamos passando muitas necessidades, sem acesso à saúde, a educação. Esperamos que com o governador Jaques Wagner essa situação mude", declarou Iaranauí, uma das irmãs de Galdino. Ela lembrou que "Galdino deixou viúva e três filhos, que não receberam nenhum tipo de apoio do governo e vivem da ajuda dos outros índios".

Iaranauí ressalta que "nossa luta é pelos nossos filhos, nossos netos, que vão precisar de um lugar para viver, preservar a nossa cultura e trabalhar". Índio no governo O ato em memória dos 10 anos do assassinato de Galdino, que reuniu índios das tribos pataxós em Pau Brasil e Coroa Vermelha, também marcou a posse do índio Jerri Metalawé como coordenador de Políticas Indígenas da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos. Jerri, formado em ciências sociais e morador da aldeia de Coroa Vermelha, declarou que vai propor a criação de um grupo de trabalho inter-setorial, envolvendo todas as áreas do Governo do Estado, "visando a adoção de políticas públicas para melhorar as condições de vida nas áreas indígenas".

Jerri pretende "estabelecer um diálogo permanente com todos os povos indígenas, definindo o que é prioridade e buscando a sustentabilidade nas aldeias". A Bahia conta com 23 mil indígenas, de 12 etnias, divididas em 58 comunidades. No Sul da Bahia, além dos pataxós hã hã hãe em Pau Brasil e Coroa Vermelha, existe a tribo
Tupinambá, em Olivença, que luta não apenas pela posse de suas terras, mas pelo reconhecimento como nação indígena.

Inclusão social

O secretário de Agricultura, Reforma Agrária e Abastecimento, Geraldo Simões, acompanhou o governador Jaques Wagner a Pau Brasil. Segundo ele, "a presença de Wagner na aldeia pataxó é um indicativo de um governo voltado para todos os baianos, que vem adotando políticas públicas no sentido de criar oportunidades de acesso à terra, à produção, ao trabalho não apenas aos índios, mas também aos milhares de excluídos que sempre viveram à margem da sociedade". Simões disse que uma das alternativas para reduzir a pobreza e evitar o êxodo rural "é a ampliação do programa de Agricultura Familiar, que não se limita a oferecer crédito, mas orienta a produção e comercialização".

Simões ressaltou que "estamos dando os primeiros passos de um governo que vai promover profundas transformações sociais na Bahia, a partir de uma mudança de mentalidade, que passa pela descentralização da atividade econômica com a criação de pólos de desenvolvimento o interior do Estado e por um sistema que ofereça oportunidades para todos". "Nesse contexto, investir na agricultura, saúde, educação, capacitação profissional é combater a desigualdade que há duas décadas mantém a Bahia com os piores indicadores sociais do Brasil".
 

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