De Pueblos Indígenas en Brasil
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Noticias
Expedição Y Ikatu Xingu reúne atores locais em prol da preservação ambiental
18/05/2007
Autor: GNACCARINI, Isabel
Fonte: Envolverde
Expedição Y Ikatu Xingu reúne atores locais em prol da preservação ambiental
Por Isabel Gnaccarini, especial para a Envolverde
Expedição de comunicação reuniu entre os dias 05 e 11 de maio, na região das nascentes do rio Xingu, cerca de 40 pessoas, entre parceiros e atores locais para discutir nova etapa da Campanha Y Ikatu Xingu.
Através da mobilização regional e da transformação cultural de toda a população, especialmente a local, a expedição de comunicação coordenada pelo Instituto Socioambiental teve como principais metas desenhar novas estratégias para informar e sensibilizar parceiros e públicos-alvos no entorno do Parque Indígena do Xingu, região norte do estado de Mato Grosso.
Especialistas vindos de diversas capitais do país (e-Brigade, Plano Digital, Icatu Hartford e NBS), e representantes de apoiadores (USAID e União Européia) e de organizações parceiras (Formad - Fórum Mato-Grossense de Desenvolvolvimento e Meio Ambiente, ICV - Instituto Centro e Vida e Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lucas do Rio Verde) uniram-se a profissionais locais de educação ambiental e lideranças dos diferentes segmentos mobilizados em torno da luta pela recuperação e proteção das nascentes e cabeceiras do rio Xingu. O desafio foi equacionar o problema - melhorar a transmissão dos resultados das ações já implementada desde outubro de 2004, quando teve início o movimento, e comprometer ainda mais aqueles já engajados na campanha. Em especial, discutir ferramentas de sensibilização de atores regionais ainda distantes da luta pela água boa e limpa da bacia.
Ao final, "o essencial é promover uma mudança cultural na alma das pessoas. Inclusive em nós mesmos do Instituto Socioambiental, que somos parte desse processo, com o qual temos aprendido muito", enfatizou Márcio Santilli, coordenador da Campanha Y Ikatu Xingu pelo ISA. Para ele, o consenso em torno de decisões compartilhadas é o segredo para o sucesso de qualquer ação de organizações não-governamentais. "A expedição vem agregar saberes não apenas a atores locais, mas aos parceiros nacionais: isso é transformador", afirma ele.
Para fazer dessa luta uma batalha de todos pela preservação de manaciais, a expedição movimentou-se pelos municípios de Canarana, Querência e Água Boa, localizados ao longo da fronteira sudeste do parque. O grupo visitou assentamentos, propriedades rurais de diversos portes e natureza, escolas e autoridades municipais, chegando à aldeia Ngojvêrê e, onde vive o povo Kisêdjê. A experiência de vida marcou especialmente pelos pontos de vista e interesses tão diversos quanto pelo uníssono coro contra o desmatamento desenfreado imputado à região da bacia do Xingu - sua área de 17,7 milhões de hectares de terras e mais de 230 mil hectares de matas ciliares está sob jurisdição de 35 municípios. Encravado no coração do Brasil, o Parque Indígena do Xingu possui 2,8 milhões de hectares situados entre as estradas federais BR 163 e BR 158. Por toda a extensão da bacia, dos 2,1 milhões de hectares de APP (Áreas de Preservação Permanente), contabilizam-se 300 mil hectares de matas ciliares destruídas. A situação atinge diretamente a vida de 10 mil índios (ou 18 povos indígenas) e 250 mil não-indígenas.
Além de importar ao futuro do planeta - pelas questões da escassez da água e do aquecimento -, esse mosaico sociocultural tem o desafio de construir um modelo de desenvolvimento para além das monoculturas, e que valorize as riquezas da região. Nesse contexto, desde o início da campanha com o Encontro das Nascentes do Rio Xingu, o trabalho fomenta a cultura agroflorestal por toda a região. Dos 27 assentamentos rurais acomodados ali, dois viram implementadas áreas-piloto de recuperação de matas ciliares - no assentamento de Jaraguá, no município de Água Boa, e no de Brasil Novo, no município de Querência. A mobilização em prol de Y Ikatu Xingu - Salve a Água Boa do Xingu (http://www.yikatuxingu.org.br) potencializou igualmente a produção agroflorestal de associados da fazenda Estrela da Paz, disponibilizando mudas e sementes de espécies nativas e frutíferas para plantio direto.
Os projetos de recuperação de nascentes e matas ciliares atingem também um público muito especial: estão envolvidas a Escola Família Agrícola, de Querência, que forma crianças e adolescentes pelos laços com a terra e a família; e a Escola Municipal Elídio Corbari, de Garapu/ Canarana, que trabalha a reflorestamento das nascentes do rio 7 de Setembro (afluente do Xingu). A união de parceiros estratégicos, a formação de lideranças e agentes socioambientais (através de oficinas, cursos e dias de campo) vingou, e hoje verdeja para além do raio do ativismo voluntário - há sinais do engajamento do poder público municipal pelas parcerias com a sociedade civil, que percorre as trilhas da valorização da cultura florestal no cerrado mato-grossense. Sempre através dos multiplicadores socioambientais, em 6 municípios da Bacia do Xingu.
Afinal, "menor que meu sonho, não posso ser", ensina a professora Ilda Pit Mews, coordenadora da campanha em defesa do rio 7 de Setembro, cujas águas limpas correm para as águas boas do Xingu.
(Envolverde/O autor)
Envolverde, 18/05/2007
Por Isabel Gnaccarini, especial para a Envolverde
Expedição de comunicação reuniu entre os dias 05 e 11 de maio, na região das nascentes do rio Xingu, cerca de 40 pessoas, entre parceiros e atores locais para discutir nova etapa da Campanha Y Ikatu Xingu.
Através da mobilização regional e da transformação cultural de toda a população, especialmente a local, a expedição de comunicação coordenada pelo Instituto Socioambiental teve como principais metas desenhar novas estratégias para informar e sensibilizar parceiros e públicos-alvos no entorno do Parque Indígena do Xingu, região norte do estado de Mato Grosso.
Especialistas vindos de diversas capitais do país (e-Brigade, Plano Digital, Icatu Hartford e NBS), e representantes de apoiadores (USAID e União Européia) e de organizações parceiras (Formad - Fórum Mato-Grossense de Desenvolvolvimento e Meio Ambiente, ICV - Instituto Centro e Vida e Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lucas do Rio Verde) uniram-se a profissionais locais de educação ambiental e lideranças dos diferentes segmentos mobilizados em torno da luta pela recuperação e proteção das nascentes e cabeceiras do rio Xingu. O desafio foi equacionar o problema - melhorar a transmissão dos resultados das ações já implementada desde outubro de 2004, quando teve início o movimento, e comprometer ainda mais aqueles já engajados na campanha. Em especial, discutir ferramentas de sensibilização de atores regionais ainda distantes da luta pela água boa e limpa da bacia.
Ao final, "o essencial é promover uma mudança cultural na alma das pessoas. Inclusive em nós mesmos do Instituto Socioambiental, que somos parte desse processo, com o qual temos aprendido muito", enfatizou Márcio Santilli, coordenador da Campanha Y Ikatu Xingu pelo ISA. Para ele, o consenso em torno de decisões compartilhadas é o segredo para o sucesso de qualquer ação de organizações não-governamentais. "A expedição vem agregar saberes não apenas a atores locais, mas aos parceiros nacionais: isso é transformador", afirma ele.
Para fazer dessa luta uma batalha de todos pela preservação de manaciais, a expedição movimentou-se pelos municípios de Canarana, Querência e Água Boa, localizados ao longo da fronteira sudeste do parque. O grupo visitou assentamentos, propriedades rurais de diversos portes e natureza, escolas e autoridades municipais, chegando à aldeia Ngojvêrê e, onde vive o povo Kisêdjê. A experiência de vida marcou especialmente pelos pontos de vista e interesses tão diversos quanto pelo uníssono coro contra o desmatamento desenfreado imputado à região da bacia do Xingu - sua área de 17,7 milhões de hectares de terras e mais de 230 mil hectares de matas ciliares está sob jurisdição de 35 municípios. Encravado no coração do Brasil, o Parque Indígena do Xingu possui 2,8 milhões de hectares situados entre as estradas federais BR 163 e BR 158. Por toda a extensão da bacia, dos 2,1 milhões de hectares de APP (Áreas de Preservação Permanente), contabilizam-se 300 mil hectares de matas ciliares destruídas. A situação atinge diretamente a vida de 10 mil índios (ou 18 povos indígenas) e 250 mil não-indígenas.
Além de importar ao futuro do planeta - pelas questões da escassez da água e do aquecimento -, esse mosaico sociocultural tem o desafio de construir um modelo de desenvolvimento para além das monoculturas, e que valorize as riquezas da região. Nesse contexto, desde o início da campanha com o Encontro das Nascentes do Rio Xingu, o trabalho fomenta a cultura agroflorestal por toda a região. Dos 27 assentamentos rurais acomodados ali, dois viram implementadas áreas-piloto de recuperação de matas ciliares - no assentamento de Jaraguá, no município de Água Boa, e no de Brasil Novo, no município de Querência. A mobilização em prol de Y Ikatu Xingu - Salve a Água Boa do Xingu (http://www.yikatuxingu.org.br) potencializou igualmente a produção agroflorestal de associados da fazenda Estrela da Paz, disponibilizando mudas e sementes de espécies nativas e frutíferas para plantio direto.
Os projetos de recuperação de nascentes e matas ciliares atingem também um público muito especial: estão envolvidas a Escola Família Agrícola, de Querência, que forma crianças e adolescentes pelos laços com a terra e a família; e a Escola Municipal Elídio Corbari, de Garapu/ Canarana, que trabalha a reflorestamento das nascentes do rio 7 de Setembro (afluente do Xingu). A união de parceiros estratégicos, a formação de lideranças e agentes socioambientais (através de oficinas, cursos e dias de campo) vingou, e hoje verdeja para além do raio do ativismo voluntário - há sinais do engajamento do poder público municipal pelas parcerias com a sociedade civil, que percorre as trilhas da valorização da cultura florestal no cerrado mato-grossense. Sempre através dos multiplicadores socioambientais, em 6 municípios da Bacia do Xingu.
Afinal, "menor que meu sonho, não posso ser", ensina a professora Ilda Pit Mews, coordenadora da campanha em defesa do rio 7 de Setembro, cujas águas limpas correm para as águas boas do Xingu.
(Envolverde/O autor)
Envolverde, 18/05/2007
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