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Índios do alto rio negro querem que sua cultura seja tratada como objeto de estudo acadêmico
12/07/2007
Autor: Antônio Ximenes
Fonte: A CRÍTICA
Mais do que apito...
André Baniwa quer um modelo de universidade destinada a índios, já Davi Kopenawa não aceita interferência de brancos; antropóloga Maria da Cunha diz entender Kopenawa.
André Fernando Baniwa da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn) surpreendeu, ontem, os cientistas da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) quando propôs a criação de uma universidade indígena em São Gabriel da Cachoeira (a 858 quilômetros de Manaus) que sirva para abrigar as 22 etnias da região.
"Nós já estamos em condições de ter uma universidade com características culturais e de pesquisa essencialmente indígena. Não bastam apenas os cursos de extensão, queremos uma instituição que forme mestres e doutores, dentro da nossa realidade", disse.
Ele observou que as pesquisas científicas propostas por cientistas das mais diversas instituições em áreas indígenas do rio Negro, somente serão aceitas a partir do momento em que se souber os motivos pelas quais elas estão sendo feitas, de quem vai se beneficiar deste estudo e de que maneira as comunidades indígenas podem ser beneficiadas.
"Os conhecimentos tradicionais devem ser preservados para que não haja exploração das indústrias que trabalham com produtos da floresta. Temos também o direito de saber de onde vem os financiamentos e para onde vão os dados pesquisados", comentou.
O presidente da SBPC, Ennio Candotti, quis saber se "o rigor que se exige dos pesquisadores também é exigido dos missionários religiosos, que atuam na região". André Baniwa respondeu que esta é uma questão histórica e que está sendo resolvida gradativamente, porque no passado os governos federal e estadual permitiram que os religiosos (missionários) ocupassem áreas dentro das terras das 22 etnias da região.
Especificamente sobre a criação de uma universidade indígena em São Gabriel da Cachoeira, Ennio Candotti disse que é uma experiência que deve ser considerada com seriedade, porque os conhecimentos das civilizações indígenas são muitos e podem contribuir, consideravelmente, para a Ciência, mas desde que exista um intercâmbio com a comunidade científica tradicional de forma bastante ampla.
Na avaliação da renomada antropóloga Maria Manuela Carneiro da Cunha, da Universidade de Chicago e também da USP, "os Ianomami sofreram ataques dos garimpeiros e de muitas pessoas interessadas em suas riquezas, que levaram doenças para as aldeias. Isso provocou a dizimação de milhares de mulheres, crianças e homens. Esse trauma ainda se mantém vivo no imaginário deles, razão pela qual eles são arredios a todo tipo de contato com civilização, mais notadamente na área de pesquisa, que exige um longo relacionamento com a aldeia".
André Baniwa quer um modelo de universidade destinada a índios, já Davi Kopenawa não aceita interferência de brancos; antropóloga Maria da Cunha diz entender Kopenawa.
André Fernando Baniwa da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn) surpreendeu, ontem, os cientistas da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) quando propôs a criação de uma universidade indígena em São Gabriel da Cachoeira (a 858 quilômetros de Manaus) que sirva para abrigar as 22 etnias da região.
"Nós já estamos em condições de ter uma universidade com características culturais e de pesquisa essencialmente indígena. Não bastam apenas os cursos de extensão, queremos uma instituição que forme mestres e doutores, dentro da nossa realidade", disse.
Ele observou que as pesquisas científicas propostas por cientistas das mais diversas instituições em áreas indígenas do rio Negro, somente serão aceitas a partir do momento em que se souber os motivos pelas quais elas estão sendo feitas, de quem vai se beneficiar deste estudo e de que maneira as comunidades indígenas podem ser beneficiadas.
"Os conhecimentos tradicionais devem ser preservados para que não haja exploração das indústrias que trabalham com produtos da floresta. Temos também o direito de saber de onde vem os financiamentos e para onde vão os dados pesquisados", comentou.
O presidente da SBPC, Ennio Candotti, quis saber se "o rigor que se exige dos pesquisadores também é exigido dos missionários religiosos, que atuam na região". André Baniwa respondeu que esta é uma questão histórica e que está sendo resolvida gradativamente, porque no passado os governos federal e estadual permitiram que os religiosos (missionários) ocupassem áreas dentro das terras das 22 etnias da região.
Especificamente sobre a criação de uma universidade indígena em São Gabriel da Cachoeira, Ennio Candotti disse que é uma experiência que deve ser considerada com seriedade, porque os conhecimentos das civilizações indígenas são muitos e podem contribuir, consideravelmente, para a Ciência, mas desde que exista um intercâmbio com a comunidade científica tradicional de forma bastante ampla.
Na avaliação da renomada antropóloga Maria Manuela Carneiro da Cunha, da Universidade de Chicago e também da USP, "os Ianomami sofreram ataques dos garimpeiros e de muitas pessoas interessadas em suas riquezas, que levaram doenças para as aldeias. Isso provocou a dizimação de milhares de mulheres, crianças e homens. Esse trauma ainda se mantém vivo no imaginário deles, razão pela qual eles são arredios a todo tipo de contato com civilização, mais notadamente na área de pesquisa, que exige um longo relacionamento com a aldeia".
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