De Pueblos Indígenas en Brasil
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Noticias
Nova etnia está sendo reconhecida no TO
04/06/2002
Autor: Fábia Lázara
Fonte: Folha Popular-Palmas-TO
A saga da comunidade quase extinta, Krahô-Kanela, que há 80 anos vaga pelo Estado, sem lugar fixo nem condições de produzir seu sustento, por não serem reconhecidos como índios, está prestes a chegar ao fim. A Funai (Fundação Nacional do índio) retomou, este ano, os estudos de reconhecimento que estavam parados desde 1984, nomeando o antropólogo Marcondes de Araújo Secundino para fazer um levantamento antropológico sobre o grupo. A partir da aprovação, deve-se iniciar os estudos para a demarcação de uma área e implementação da assistência médica e alimentar às famílias.
Atualmente, 78 pessoas da comunidade estão alojadas na sede de um assentamento do Incra - Loroty - no município de Lagoa da Confusão. As demais famílias, no momento, foram dispersas como população ribeirinha ao longo do rios Araguaia e Tocantins.
O povo constituído por um grupo de cerca de trezentas pessoas, descendentes de indígenas pertencentes ao grupo étnico Krahô e Kanela, localizado na região de Barra do Corda-MA, migrou para o Tocantins no ano de 1924, em busca de novas terras, quando ainda era estado de Goiás.
Durante esse período, eles perderam a identidade e abandonaram um pouco suas tradições, por causa da convivência com o branco. "Fomos forçados a nos separar porque os fazendeiros tinham medo de "nós tomar" suas terras. A nossa comunidade sofreu ataques, agressões físicas, nos roubaram, nos ameaçaram. Além disso fomos obrigados a perder a nossa língua para sobreviver", lamenta o cacique Mariano Wekede Krahô.
Mesmo sufocadas pelas pressões dos fazendeiros e até mesmo dos órgãos oficiais que estavam encarregados de protegê-las, as famílias estão resistindo e lutam pelos seus direitos. "A gente espera receber a nossa terra, pois ela é a nossa única fonte de sobrevivência. É muito perigoso ficar misturado com as outras pessoas, porque nós corremos o risco de adoecer e sermos exterminados", afirmou.
Infelizmente, muitas etnias que aqui viviam não resistiram às pressões e acabaram sendo extintas. Desde a chegada de Pedro Álvares Cabral, em 1500, 21 povos indígenas moradores de Goiás e do antigo norte Goiano (Tocantins) acabaram sendo suprimidas. No Estado, residem atualmente cinco etnias (Xerente, Krahô, Apinajé, Karajá e Javaé), com aproximadamente 6 mil índios. Entretanto, nessa relação não está incluído o povo Krahô-Kanela.
A previsão é que o reconhecimento saia ainda este ano. O antropólogo Marcondes de Araújo Secundino, de Recife, está aguardando a liberação da documentação para iniciar os estudos antropológicos "in loco". Por telefone, Secundino disse que já entregou o planejamento do trabalho para a Funai. "Quatro meses é o prazo para emitir o relatório a partir do momento que iniciarmos as atividades", informou. Ele adiantou, ainda, que é possível que o grupo seja composto de dissidentes que saíram do Estado de origem fugindo de perseguições. "Até o ano passado, foram descobertas 34 novas etnias, em Pernambuco, que passaram pela mesma situação", acrescentou.
Em busca dos direitos
A busca do reconhecimento iniciou no ano passado através do apoio do Cimi-G0/TO (Conselho Indigenista Missionário-Goiás/Tocantins). Com a ajuda do Conselho, eles foram levados para Luziânia/Go, entre os dias 6 e 10 de agosto de 2001, para participar da XIV Assembléia Geral do Cimi. Na oportunidade, os líderes denunciaram o sofrimento que o grupo estava passando. A partir daí, o Cimi encaminhou as denúncias à 6ª Câmara da Procuradoria Geral da República.
Segundo a coordenadora do Conselho, Maria Izaura Costa Vieira, os índios estão vivendo um conflito muito grande e o reconhecimento é a forma que eles têm de reafirmar a sua identidade. "Saindo ou não, a declaração deles como povos indígenas, nós vamos continuar prestando assistência a essas famílias", garantiu.
Entre os dias 4 e 19 de março deste ano, uma comissão formada por seis representantes - quatro deles mulheres - foi a Brasília, onde estiveram reunidos com o diretor da Funai, Wilton M. Andrade, e com o diretor de Operações da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), que se comprometeu a prestar assistência médica às famílias. A comunidade começou a ser assistida pelo escritório regional da Funai no mês passado.
Atualmente, 78 pessoas da comunidade estão alojadas na sede de um assentamento do Incra - Loroty - no município de Lagoa da Confusão. As demais famílias, no momento, foram dispersas como população ribeirinha ao longo do rios Araguaia e Tocantins.
O povo constituído por um grupo de cerca de trezentas pessoas, descendentes de indígenas pertencentes ao grupo étnico Krahô e Kanela, localizado na região de Barra do Corda-MA, migrou para o Tocantins no ano de 1924, em busca de novas terras, quando ainda era estado de Goiás.
Durante esse período, eles perderam a identidade e abandonaram um pouco suas tradições, por causa da convivência com o branco. "Fomos forçados a nos separar porque os fazendeiros tinham medo de "nós tomar" suas terras. A nossa comunidade sofreu ataques, agressões físicas, nos roubaram, nos ameaçaram. Além disso fomos obrigados a perder a nossa língua para sobreviver", lamenta o cacique Mariano Wekede Krahô.
Mesmo sufocadas pelas pressões dos fazendeiros e até mesmo dos órgãos oficiais que estavam encarregados de protegê-las, as famílias estão resistindo e lutam pelos seus direitos. "A gente espera receber a nossa terra, pois ela é a nossa única fonte de sobrevivência. É muito perigoso ficar misturado com as outras pessoas, porque nós corremos o risco de adoecer e sermos exterminados", afirmou.
Infelizmente, muitas etnias que aqui viviam não resistiram às pressões e acabaram sendo extintas. Desde a chegada de Pedro Álvares Cabral, em 1500, 21 povos indígenas moradores de Goiás e do antigo norte Goiano (Tocantins) acabaram sendo suprimidas. No Estado, residem atualmente cinco etnias (Xerente, Krahô, Apinajé, Karajá e Javaé), com aproximadamente 6 mil índios. Entretanto, nessa relação não está incluído o povo Krahô-Kanela.
A previsão é que o reconhecimento saia ainda este ano. O antropólogo Marcondes de Araújo Secundino, de Recife, está aguardando a liberação da documentação para iniciar os estudos antropológicos "in loco". Por telefone, Secundino disse que já entregou o planejamento do trabalho para a Funai. "Quatro meses é o prazo para emitir o relatório a partir do momento que iniciarmos as atividades", informou. Ele adiantou, ainda, que é possível que o grupo seja composto de dissidentes que saíram do Estado de origem fugindo de perseguições. "Até o ano passado, foram descobertas 34 novas etnias, em Pernambuco, que passaram pela mesma situação", acrescentou.
Em busca dos direitos
A busca do reconhecimento iniciou no ano passado através do apoio do Cimi-G0/TO (Conselho Indigenista Missionário-Goiás/Tocantins). Com a ajuda do Conselho, eles foram levados para Luziânia/Go, entre os dias 6 e 10 de agosto de 2001, para participar da XIV Assembléia Geral do Cimi. Na oportunidade, os líderes denunciaram o sofrimento que o grupo estava passando. A partir daí, o Cimi encaminhou as denúncias à 6ª Câmara da Procuradoria Geral da República.
Segundo a coordenadora do Conselho, Maria Izaura Costa Vieira, os índios estão vivendo um conflito muito grande e o reconhecimento é a forma que eles têm de reafirmar a sua identidade. "Saindo ou não, a declaração deles como povos indígenas, nós vamos continuar prestando assistência a essas famílias", garantiu.
Entre os dias 4 e 19 de março deste ano, uma comissão formada por seis representantes - quatro deles mulheres - foi a Brasília, onde estiveram reunidos com o diretor da Funai, Wilton M. Andrade, e com o diretor de Operações da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), que se comprometeu a prestar assistência médica às famílias. A comunidade começou a ser assistida pelo escritório regional da Funai no mês passado.
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