De Pueblos Indígenas en Brasil
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Noticias

Índios Truká aprendem a fazer cinema

14/08/2007

Fonte: DIÁRIO DE PERNAMBUCO



Impressionam os números da Vídeo nas Aldeias, organização não-governamental sediada em Olinda: em duas décadas de atividade junto a povos indígenas, registrou 37 comunidades remanescentes dos primeiros habitantes do Brasil e, desde 1998, vem promovendo oficinas de formação de realizadores entre os índios, tendo ao todo ministrado
56 delas, trabalhando com 93 alunos de 29 povos. Melhor é perceber que para Mari Corrêa e Vincent Carelli, os idealizadores e coordenadores da ONG, eles pouco importam.

O que vale, mesmo, é continuar expandindo o programa de formação dos diretores, o que está sendo
feito pela primeira vez no Nordeste com os índios Truká, na ilha de Assunção, no rio São Franciso, nas imediações de Cabrobó, a 580km do Recife. "Sempre trabalhamos com índios da Amazônia e, quando começamos
o programa das oficinas, foi uma conseqüência natural iniciar com eles. Tínhamos vontade de trabalhar com os povos do Nordeste, mas como somos uma ONG pequena, com poucas pessoas, não queríamos abrir novas oficinas sem a estutura para acompanhar todos. No ano passado, resolvemos nos inscrever no edital do BNB e recebemos o apoio de R$ 20
mil, então pudemos investir nos equipamentos e montar essa primeira oficina em Pernambuco", conta Mari Corrêa, da sede da Vídeo nas Aldeias, no Sítio Histórico. A verba do Banco do Nordeste do Brasil garantiu a aquisição das câmeras digitais e dos equipamentos de edição não-linear. E assim, em julho, dois instrutores se deslocaram até o
território dos Truká. Um deles era o editor e fotógrafo Leo Sette. "Quando eu cheguei, eles estavam envolvidos na ocupação de um terreno na parte mais para cima do rio, eles são contra a transposição do São Francisco, então montaram um acampamento coletivo com um grupo do MST, veio um oficial de justiça com a reintegração de posse e muita política", lembra o editor, que já participou, como instrutor, de cerca de 15 oficinas do projeto, com tribos de Roraima e do Xingu. "Mas o interessante é que a oficina não ficou focada só nessa questão.

Há toda uma mobilização contra a transposição e a retomada dessas terras, mas o tema que mais saiu é a discussão da identidade, do que é ser índio", revela Leo, que fica até o da 30 na ilha de Assunção, com seis Truká, jovens e adultos, e uma ilha formada por um Powerbook G4 da Macintosh, um player mini DV e um HD externo. Mari Corrêa ressalta
que "os Truká são um povo determinado e forte, dispostos a discutir sua identidade e os processos de discriminação e descaracterização a quem se submeteram". "Eles retrataram essa batalha da transposição, mas também a luta para manter a cultura viva, para mater os rituais acesos. E, ao longo do tempo em que estamos trabalhando com povos
indígenas, percebemos que a oficina não é o bastante. Ela é o primeiro passo para que os realizadores comecem a trabalhar, comecem eles mesmos a produzir conteúdo, em breve sem a necessidade das oficinais",
aponta. A ONG é mantida com suporte a agência norueguesa Norad, da Fundação Ford e, agora, com recursos do Ministério da Cultura. "Desde 2003 somos um Ponto de Cultura, no Acre, e agora somos um "Pontão", montando uma rede articulada de produção das aldeias, com o objetivo, também, de criar unidades de pós-produção", alinhava a coordenadora.
 

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