De Pueblos Indígenas en Brasil
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Noticias

Realidade indígena no Brasil e em Mato Grosso do Sul

03/10/2007

Fonte: MS Notícias



Pesquisas recentes de organizações não governamentais ligadas às questões indígenas revelam que, Mato Grosso do Sul é o Estado brasileiro com menor percentual de terras para os índios apesar de, ter a segunda maior população indígena do País - com mais de 63 mil 932 índios distribuídos em 26 municípios totalizando 72 aldeias. Realidade essa que está sendo debatida na 156ª reunião descentralizada do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) que acontece até o final da tarde no salão da 1ª Igreja Batista de Campo Grande na rua 13 de maio.

Segundo Tônico Benites, da nação guarani-kaiowá, a organização das aldeias precisa ser analisada com olhos de antropólogos porque a interferência do não índio precisa ser avaliada porque os resultados podem ser positivos ou negativos. Ainda de acordo com ele, falta política pública que respeite o índio enquanto pessoa e enquanto nação com cultura étnica, social e política diferenciada e igualmente rica. Tônico acrescenta que os índios não pensam e nem agem de forma fragmentada porque pensa na coletividade, seja ela famíliar ou da aldeia. Ele cita como exemplo a preocupação das mães da sua aldeia que não gostam de deixar crianças sozinha mas, para cumprir a exigência da legislação feita por brancos, permite que o filho vá à escola. "As mães têm medo que seus filhos se envolvam com pessoas perigosas. Também fala que em algumas etnias, o controle familiar sobre a criança é uma proteção contra as maldades e influências negativas do homem não índio."

O guarani-Kaiowá ressaltou a importância da demarcação das terras porque a falta de estrutura e terras para plantar e criar pequenos animais inviabiliza a economia das aldeias. Argumento compartilhado com representante do Ministério do Trabalho, procurador Cícero Rufino de Souza, que a falta de terras leva muitos a procurar trabalho nas usinas e ficam reféns da exploração dos usineiros, "O trabalho é escravo e a falta de estrutura nas aldeias indígenas que, já não têm uma economia própria, leva agora até os adolescentes para as usinas, alguns usam certidões falsas para trabalhar."

Em Mato Grosso do Sul, existem propriedades com 25 hectares por cabeça de gado. Alguns povos como os terena há menos de 1 hectare por índio. Se fizermos comparação com municípios de vários estados esse número pode ser ainda mais discrepante. Essa estatística feita por entidades de lutam em favor das causas indígenas e revelam que, a escravidão nas usinas tende a dobrar em cinco anos. Hoje existem, de acordo com o Conselho Indigenísta Missionário (Cimi), 10 mil trabalhadores indígenas nas usinas e em 2012 esse número deve chegar a 20 mil. Mão-de-obra barata que desconhece a legislação e que não quer ficar confinada em terras desmatadas e sem espaço para a vivência da cultura de origem.

No período da tarde, os participantes da reunião devem buscar alternativas para melhorar o atendimento infanto-juvenil nas aldeias e comunidades indígenas para isso, poder público e sociedade civil refletem sobre mudanças que possam garantir os direitos da criança indígena, considerando-se a diversidade cultural das várias etnias existentes.
 

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