De Pueblos Indígenas en Brasil
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Noticias
Índios Ingarikó discutem seu destino
16/10/2007
Autor: Andrezza Trajano
Fonte: Folha de Boa Vista
A IX Assembléia Geral e a IV Assembléia do Conselho do Povo Indígena Ingarikó (Coping) iniciaram ontem, na Comunidade do Manalai, na Serra do Sol, e prosseguem até amanhã, 17. Com o tema "Perspectivas de Programas de Desenvolvimento e Vigilância nas Terras Indígenas Fronteiriças", os indígenas discutem com representantes de órgãos estaduais e federais, ligados ao meio ambiente, programas que gerem alternativas economicamente viáveis e ecologicamente corretas.
Entre os pontos debatidos está o Etnodesenvolvimento e a Gestão Ingarikó; Perspectivas e noções que permitam o convívio das comunidades Ingarikó no Parque Nacional Monte Roraima; Programas de Vigilância da Terra Indígena nas áreas de fronteiras; Formação da Comunidade, Educação e Saúde; Meio Ambiente e Saúde: O eixo nas comunidades; Economia: produção das comunidades e capital; Perspectivas de projetos agropecuários e atividades culturais com exibições de filme, teatro e oficina de música.
De acordo com Dílson Ingarikó, presidente do Coping, existe uma preocupação com a convivência dos grupos próximos das áreas de fronteira, sendo necessárias uma ampla discussão e a busca de alternativas para o convívio harmônico. Será proposta uma parceira com o Governo Federal, para que jovens do povo Ingarikó sejam capacitados para atuar nas áreas fronteiriças impedindo a passagem ilegal de índios e não-índios.
O índio Macuxi Odivilson da Silva participa dos encontros há quatro anos. Ele é da terra indígena Serra do Sol, distante 20 quilômetros de Manalai. Para chegar a tempo precisou andar pela mata e atravessar um rio em uma canoa, mas o esforço, segundo ele, valeu a pena. "A assembléia é de extrema importância, pois trata do interesse do nosso povo. Não perco de jeito nenhum", disse.
O mesmo pensa o tuxaua Josemil Lima Ingarikó, da comunidade do Paraná do Pipi. "Minha comunidade é recente, possui apenas 34 índios, mas estamos presentes com muito orgulho. No domingo chegaram cinco, nos próximos dias virão outros, afinal são três horas de caminhada", afirmou.
O ponto alto do encontro será a criação de um grupo de trabalho que irá administrar o Parque Nacional Monte Roraima, em parceria com o Coping, Ibama e Funai. Existem projetos para desenvolver o ecoturismo na região, gerando recurso financeiro para os índios e preservando o meio ambiente.
A assembléia reúne 600 lideranças indígenas dos povos Ingarikó, Taurepang, Macuxi, Wakawayo e Patamona que estão localizados próximos da fronteira do Brasil com a Venezuela.
Também estão presentes participando com palestras, representantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Ministério da Justiça, Ministério do Meio Ambiente, Fundação Nacional do Índio (Funai), Instituto Chico Mendes, Fundação Estadual do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia (Femact), Secretaria Estadual de Educação e Base Aérea de Boa Vista.
Educação é uma das conquistas
Com a realização dos encontros, os temas debatidos são postos em prática logo que possível. Outros que não são cumpridos por falta de recurso entram na pauta do evento no ano seguinte. A idéia dos encontros é construir políticas de desenvolvimento que visem a sustentabilidade e a autonomia dos povos Ingarikó.
"O presidente tem buscado abrir portas, reforçar a cultura do povo dele e investir na educação", disse o assessor do Coping, Roberto Prado, referindo-se ao fato de que há 15 anos Dílson Ingarikó não sabia ler nem escrever.
Hoje, Dílson é professor da comunidade formado pelo Núcleo Insikiran da Universidade Federal de Roraima. Outros dois indígenas mantidos pelo Coping também estudaram em Boa Vista e hoje são professores em Manalai. Atualmente quatro índios cursam nível superior na Capital.
Samuel Ingarikó, professor, ressalta a importância dos encontros. "É aqui que decidimos o nosso futuro. Hoje sou professor, divido o conhecimento com meu povo, porque tive quem lutasse por mim. Os jovens conhecem a língua portuguesa e materna", orgulha-se.
Militares realizam atendimentos médicos
Durante as assembléias, militares da Força Aérea Brasileira realizam atendimentos médicos nos indígenas. Seis profissionais das áreas clínica, ginecológica, oftalmológica, pediátrica e odontológica diagnosticam e medicam na própria região. Quando necessário, o índio é trazido para Boa Vista, para um atendimento adequado.
A ação é desenvolvida por militares do 7º Comando Aéreo Regional (COMAR), sediado em Manaus (AM), por meio do 7º Esquadrão Harpia, a bordo de um helicóptero H-60 Black Hawk, considerado um dos melhores do mundo. Só este ano foram realizadas em Roraima sete ações como esta. O esquadrão também é responsável pelo transporte de militares, médicos e equipamentos nas comunidades indígenas.
Segundo o tenente coronel Zulamar Lopes, responsável pelo serviço de saúde do 7º COMAR, os médicos militares atuam na prevenção de doenças e acompanhamento de gestantes. "Cada vez mais trazemos especialistas diferentes. Trouxemos, inclusive, equipamentos de ultra-sonografia", disse.
Na ação realizada domingo, 14, em Xitei, localizado a noroeste de Roraima, foram atendidos 780 índios. Foi dado destaque ao tratamento da doença oncocercose, também conhecida como cegueira dos rios, que provoca a cegueira nos indígenas, transmitida pelo mosquito Simulium (Pium).
Em Manalai, foi montada uma espécie de "hospital improvisado". Nesta operação está sendo dada ênfase à saúde bucal. Informações sobre higiene, aplicação de flúor e escovas de dente foram distribuídas. Quem apresentava problema de vista era atendido e recebia na mesma hora um óculos compatível com o grau de dificuldade. Uma mini farmácia com vários tipos de medicamentos também foi montada no local.
Para o tenente e clínico geral Marcos Siosaki, a ação contribui não só com os indígenas, como também, com os próprios militares. "Aqui somos bem úteis, muito valorizados. Prefiro trabalhar em comunidades indígenas a hospitais", afirma.
O indígena José Silva reconhece o trabalho realizado pelos militares. "Eles estão presentes em todas as comunidades e nos tratam bem. Caminhei três horas para chegar e valeu a pena. Vim doente e estou indo embora saudável", afirmou.
BLACK HAWK - O helicóptero H-60 Black Hawk tem assento para oito passageiros e limite de peso de duas toneladas quando está com os tanques cheios. Tem autonomia para voar quatro horas, inclusive por instrumento. É dotado de equipamento completo de navegação, GPS, comunicações e comunicações eletrônicas.
Realiza missões de busca e resgate, misericórdia, humanitária, transporte aéreo-terrestre, evacuação médica, além de outras atividades.
Nos próximos dias o Esquadrão Harpia fará o transporte de militares, médicos e equipamentos utilizados na ampliação da pista em Caramambatai para a terra indígena Serra do Sol, onde a pista de pouso passará por reforma e ampliação.
Entre os pontos debatidos está o Etnodesenvolvimento e a Gestão Ingarikó; Perspectivas e noções que permitam o convívio das comunidades Ingarikó no Parque Nacional Monte Roraima; Programas de Vigilância da Terra Indígena nas áreas de fronteiras; Formação da Comunidade, Educação e Saúde; Meio Ambiente e Saúde: O eixo nas comunidades; Economia: produção das comunidades e capital; Perspectivas de projetos agropecuários e atividades culturais com exibições de filme, teatro e oficina de música.
De acordo com Dílson Ingarikó, presidente do Coping, existe uma preocupação com a convivência dos grupos próximos das áreas de fronteira, sendo necessárias uma ampla discussão e a busca de alternativas para o convívio harmônico. Será proposta uma parceira com o Governo Federal, para que jovens do povo Ingarikó sejam capacitados para atuar nas áreas fronteiriças impedindo a passagem ilegal de índios e não-índios.
O índio Macuxi Odivilson da Silva participa dos encontros há quatro anos. Ele é da terra indígena Serra do Sol, distante 20 quilômetros de Manalai. Para chegar a tempo precisou andar pela mata e atravessar um rio em uma canoa, mas o esforço, segundo ele, valeu a pena. "A assembléia é de extrema importância, pois trata do interesse do nosso povo. Não perco de jeito nenhum", disse.
O mesmo pensa o tuxaua Josemil Lima Ingarikó, da comunidade do Paraná do Pipi. "Minha comunidade é recente, possui apenas 34 índios, mas estamos presentes com muito orgulho. No domingo chegaram cinco, nos próximos dias virão outros, afinal são três horas de caminhada", afirmou.
O ponto alto do encontro será a criação de um grupo de trabalho que irá administrar o Parque Nacional Monte Roraima, em parceria com o Coping, Ibama e Funai. Existem projetos para desenvolver o ecoturismo na região, gerando recurso financeiro para os índios e preservando o meio ambiente.
A assembléia reúne 600 lideranças indígenas dos povos Ingarikó, Taurepang, Macuxi, Wakawayo e Patamona que estão localizados próximos da fronteira do Brasil com a Venezuela.
Também estão presentes participando com palestras, representantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Ministério da Justiça, Ministério do Meio Ambiente, Fundação Nacional do Índio (Funai), Instituto Chico Mendes, Fundação Estadual do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia (Femact), Secretaria Estadual de Educação e Base Aérea de Boa Vista.
Educação é uma das conquistas
Com a realização dos encontros, os temas debatidos são postos em prática logo que possível. Outros que não são cumpridos por falta de recurso entram na pauta do evento no ano seguinte. A idéia dos encontros é construir políticas de desenvolvimento que visem a sustentabilidade e a autonomia dos povos Ingarikó.
"O presidente tem buscado abrir portas, reforçar a cultura do povo dele e investir na educação", disse o assessor do Coping, Roberto Prado, referindo-se ao fato de que há 15 anos Dílson Ingarikó não sabia ler nem escrever.
Hoje, Dílson é professor da comunidade formado pelo Núcleo Insikiran da Universidade Federal de Roraima. Outros dois indígenas mantidos pelo Coping também estudaram em Boa Vista e hoje são professores em Manalai. Atualmente quatro índios cursam nível superior na Capital.
Samuel Ingarikó, professor, ressalta a importância dos encontros. "É aqui que decidimos o nosso futuro. Hoje sou professor, divido o conhecimento com meu povo, porque tive quem lutasse por mim. Os jovens conhecem a língua portuguesa e materna", orgulha-se.
Militares realizam atendimentos médicos
Durante as assembléias, militares da Força Aérea Brasileira realizam atendimentos médicos nos indígenas. Seis profissionais das áreas clínica, ginecológica, oftalmológica, pediátrica e odontológica diagnosticam e medicam na própria região. Quando necessário, o índio é trazido para Boa Vista, para um atendimento adequado.
A ação é desenvolvida por militares do 7º Comando Aéreo Regional (COMAR), sediado em Manaus (AM), por meio do 7º Esquadrão Harpia, a bordo de um helicóptero H-60 Black Hawk, considerado um dos melhores do mundo. Só este ano foram realizadas em Roraima sete ações como esta. O esquadrão também é responsável pelo transporte de militares, médicos e equipamentos nas comunidades indígenas.
Segundo o tenente coronel Zulamar Lopes, responsável pelo serviço de saúde do 7º COMAR, os médicos militares atuam na prevenção de doenças e acompanhamento de gestantes. "Cada vez mais trazemos especialistas diferentes. Trouxemos, inclusive, equipamentos de ultra-sonografia", disse.
Na ação realizada domingo, 14, em Xitei, localizado a noroeste de Roraima, foram atendidos 780 índios. Foi dado destaque ao tratamento da doença oncocercose, também conhecida como cegueira dos rios, que provoca a cegueira nos indígenas, transmitida pelo mosquito Simulium (Pium).
Em Manalai, foi montada uma espécie de "hospital improvisado". Nesta operação está sendo dada ênfase à saúde bucal. Informações sobre higiene, aplicação de flúor e escovas de dente foram distribuídas. Quem apresentava problema de vista era atendido e recebia na mesma hora um óculos compatível com o grau de dificuldade. Uma mini farmácia com vários tipos de medicamentos também foi montada no local.
Para o tenente e clínico geral Marcos Siosaki, a ação contribui não só com os indígenas, como também, com os próprios militares. "Aqui somos bem úteis, muito valorizados. Prefiro trabalhar em comunidades indígenas a hospitais", afirma.
O indígena José Silva reconhece o trabalho realizado pelos militares. "Eles estão presentes em todas as comunidades e nos tratam bem. Caminhei três horas para chegar e valeu a pena. Vim doente e estou indo embora saudável", afirmou.
BLACK HAWK - O helicóptero H-60 Black Hawk tem assento para oito passageiros e limite de peso de duas toneladas quando está com os tanques cheios. Tem autonomia para voar quatro horas, inclusive por instrumento. É dotado de equipamento completo de navegação, GPS, comunicações e comunicações eletrônicas.
Realiza missões de busca e resgate, misericórdia, humanitária, transporte aéreo-terrestre, evacuação médica, além de outras atividades.
Nos próximos dias o Esquadrão Harpia fará o transporte de militares, médicos e equipamentos utilizados na ampliação da pista em Caramambatai para a terra indígena Serra do Sol, onde a pista de pouso passará por reforma e ampliação.
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