De Pueblos Indígenas en Brasil
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Noticias
PF prende líder de protesto contra reserva
01/04/2008
Fonte: OESP, Nacional, p. A11
PF prende líder de protesto contra reserva
Quartiero, que preside associação de rizicultores de RR, bloqueou ponte; seu filho ficou ferido em explosão
Loide Gomes
O presidente da Associação dos Rizicultores de Roraima, Paulo César Quartiero, foi preso ontem pela Polícia Federal, que desenvolve no Estado a Operação Upatakon 3, para retirada de não-índios da terra indígena Raposa Serra do Sol. Quartiero liderava um protesto com cerca de 100 pessoas na localidade de Surumu, a 120 quilômetros de Boa Vista. Ele foi acusado de desacato à autoridade, desobediência, obstrução de rodovia federal e incitação à desordem pública.
Com caminhões, tratores e pneus velhos, o grupo formado por funcionários das fazendas de arroz bloqueava a ponte sobre o Rio Surumu quando houve confronto com a PF, que desde a semana passada mantém agentes monitorando a área para finalizar os preparativos para retirar os arrozeiros que ainda ocupam a terra indígena.
Os protestos começaram ainda na madrugada. A ponte sobre o Igarapé Araçá foi incendiada, bloqueando um dos principais acessos ao Surumu. A explosão de uma bomba feriu o filho do líder dos rizicultores, Renato Quartiero, de 24 anos.
O delegado Fernando Romero, coordenador da operação, negou que a bomba tenha sido disparada pelos policiais federais. Segundo ele, ela era de fabricação caseira e estava na mão do próprio Renato. "A PF não está aqui para fazer qualquer tipo de violência. Estamos em operação de paz, para evitar qualquer problema na retirada dos não-índios da terra indígena", enfatizou.
A Operação Upatakon deve mobilizar 500 agentes federais e homens da Força Nacional de Segurança. O confronto de ontem envolveu apenas 30 agentes, munidos de armas não-letais, como spray de pimenta, granadas de gás de pimenta e lacrimogêneo e balas de borracha.
O advogado de Quartiero, Valdemar Albrecht, nega as acusações e diz que a Operação Upatakon é ilegal: "Só poderia ser realizada mediante ordem judicial, pois os arrozeiros têm ações no Supremo Tribunal Federal (STF) contestando a área indígena". O deputado Márcio Junqueira (DEM-RR) participou do protesto e anunciou que ele será ampliado hoje.
Quartiero elegeu-se prefeito de Pacaraima em 2004, mas teve o mandato cassado em fevereiro de 2007 pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), acusado de abuso de poder econômico. Na semana passada, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anulou a decisão e devolveu-lhe o cargo. Pacaraima teve a maior parte de seu território engolida pela Raposa Serra do Sol.
PROTEÇÃO
Com o acirramento dos ânimos, o Conselho Indígena de Roraima (CIR) pediu proteção às comunidades indígenas, em reunião com representantes da PF, da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Ministério Público Federal. Segundo o coordenador Dionito José de Sousa, os índios se sentem "vulneráveis e ameaçados". Com o incêndio da ponte sobre o Igarapé Araçá, o CIR teme que 10 mil deixem de receber atendimento médico.
OESP, 01/04/2008, Nacional, p. A11
Quartiero, que preside associação de rizicultores de RR, bloqueou ponte; seu filho ficou ferido em explosão
Loide Gomes
O presidente da Associação dos Rizicultores de Roraima, Paulo César Quartiero, foi preso ontem pela Polícia Federal, que desenvolve no Estado a Operação Upatakon 3, para retirada de não-índios da terra indígena Raposa Serra do Sol. Quartiero liderava um protesto com cerca de 100 pessoas na localidade de Surumu, a 120 quilômetros de Boa Vista. Ele foi acusado de desacato à autoridade, desobediência, obstrução de rodovia federal e incitação à desordem pública.
Com caminhões, tratores e pneus velhos, o grupo formado por funcionários das fazendas de arroz bloqueava a ponte sobre o Rio Surumu quando houve confronto com a PF, que desde a semana passada mantém agentes monitorando a área para finalizar os preparativos para retirar os arrozeiros que ainda ocupam a terra indígena.
Os protestos começaram ainda na madrugada. A ponte sobre o Igarapé Araçá foi incendiada, bloqueando um dos principais acessos ao Surumu. A explosão de uma bomba feriu o filho do líder dos rizicultores, Renato Quartiero, de 24 anos.
O delegado Fernando Romero, coordenador da operação, negou que a bomba tenha sido disparada pelos policiais federais. Segundo ele, ela era de fabricação caseira e estava na mão do próprio Renato. "A PF não está aqui para fazer qualquer tipo de violência. Estamos em operação de paz, para evitar qualquer problema na retirada dos não-índios da terra indígena", enfatizou.
A Operação Upatakon deve mobilizar 500 agentes federais e homens da Força Nacional de Segurança. O confronto de ontem envolveu apenas 30 agentes, munidos de armas não-letais, como spray de pimenta, granadas de gás de pimenta e lacrimogêneo e balas de borracha.
O advogado de Quartiero, Valdemar Albrecht, nega as acusações e diz que a Operação Upatakon é ilegal: "Só poderia ser realizada mediante ordem judicial, pois os arrozeiros têm ações no Supremo Tribunal Federal (STF) contestando a área indígena". O deputado Márcio Junqueira (DEM-RR) participou do protesto e anunciou que ele será ampliado hoje.
Quartiero elegeu-se prefeito de Pacaraima em 2004, mas teve o mandato cassado em fevereiro de 2007 pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), acusado de abuso de poder econômico. Na semana passada, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anulou a decisão e devolveu-lhe o cargo. Pacaraima teve a maior parte de seu território engolida pela Raposa Serra do Sol.
PROTEÇÃO
Com o acirramento dos ânimos, o Conselho Indígena de Roraima (CIR) pediu proteção às comunidades indígenas, em reunião com representantes da PF, da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Ministério Público Federal. Segundo o coordenador Dionito José de Sousa, os índios se sentem "vulneráveis e ameaçados". Com o incêndio da ponte sobre o Igarapé Araçá, o CIR teme que 10 mil deixem de receber atendimento médico.
OESP, 01/04/2008, Nacional, p. A11
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