De Pueblos Indígenas en Brasil
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Noticias
Grupo de índios adere a revolta de rizicultores
03/04/2008
Fonte: OESP, Nacional, p. A13
Grupo de índios adere a revolta de rizicultores
Cerca de 300 indígenas devem chegar à reserva para integrar resistência de produtores a desocupação
Cyneida Correia e Marcelo de Moraes
O presidente da Sociedade dos Índios em Defesa de Roraima (Sodiur), Lauro Joaquim Barbosa, anunciou ontem que deve levar 300 indígenas até a Vila de Surumu - principal ponto de acesso à Reserva Indígena Raposa Serra do Sol. A sociedade apóia a permanência dos arrozeiros na área. No mesmo local, porém, já estão concentrados grupos ligados ao Conselho Indigenista de Roraima, que reivindica a imediata desintrusão dos produtores de arroz.
Surpreendida pelas reações dos arrozeiros, que estão empregando táticas semelhantes às de guerrilha, a Polícia Federal decidiu ontem recuar e suspender suas ações na reserva. Aguardará a chegada de reforços, que estão vindo de vários Estados.
A expectativa é de que até o fim de semana o contingente - hoje com cerca de 150 policiais - chegue a 500. Homens da Força de Segurança Nacional também podem ser mobilizados.
O clima de tensão na região está aumentando, com a destruição de pontes e instalação de obstáculos nas estradas para impedir o avanço policial.
Também há riscos de confronto entre indígenas que apóiam a criação da reserva nos moldes de área contínua, como feito pelo governo, e os que são contrários. Estes últimos concordam com os arrozeiros, que reivindicam a manutenção de enclaves não indígenas na reserva.
O arrozeiro Paulo César Quartiero, preso na segunda-feira, acusado de desacato à autoridade, e liberado sob fiança, se encontra no interior da reserva. Ele estaria tentando organizar um grupo de resistência.
Em Brasília, o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto, garantiu que o governo não vai recuar da decisão de retirar os não-índios. Segundo o secretário, "estão esgotadas" todas as negociações com os rizicultores, que não aceitam a reserva, homologada há três anos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"É chegado o momento de se cumprir a lei", disse. "Contamos até com a saída voluntária de vários ocupantes da área para que não haja violência. Mas ali há uma resistência organizada, quase de guerrilha. Parece que querem mesmo um conflito para tentar vencer a ordem instituída. Mas não estamos passando por cima do direito de ninguém."
O secretário lembrou que, de 2005 para cá, foram feitas várias tentativas, sem sucesso, para uma saída negociada dos arrozeiros: "Só que chega um momento em que ou se impõe a lei ou se sucumbe."
O consultor jurídico do Ministério da Justiça, Rafael Favetti, lembrou que todas as ações jurídicas apresentadas pelos rizicultores para protelar a decisão de desocupação da reserva foram derrotadas no Supremo Tribunal Federal. "Fizeram uma guerrilha jurídica, fizeram uma guerrilha de propaganda e agora parecem estar fazendo uma guerrilha real, queimando pontes, explodindo bombas", disse.
A Operação Upatakon 3 foi iniciada na sexta-feira, com a chegada do grupo de policiais a Boa Vista.
OESP, 03/04/2008, Nacional, p. A13
Cerca de 300 indígenas devem chegar à reserva para integrar resistência de produtores a desocupação
Cyneida Correia e Marcelo de Moraes
O presidente da Sociedade dos Índios em Defesa de Roraima (Sodiur), Lauro Joaquim Barbosa, anunciou ontem que deve levar 300 indígenas até a Vila de Surumu - principal ponto de acesso à Reserva Indígena Raposa Serra do Sol. A sociedade apóia a permanência dos arrozeiros na área. No mesmo local, porém, já estão concentrados grupos ligados ao Conselho Indigenista de Roraima, que reivindica a imediata desintrusão dos produtores de arroz.
Surpreendida pelas reações dos arrozeiros, que estão empregando táticas semelhantes às de guerrilha, a Polícia Federal decidiu ontem recuar e suspender suas ações na reserva. Aguardará a chegada de reforços, que estão vindo de vários Estados.
A expectativa é de que até o fim de semana o contingente - hoje com cerca de 150 policiais - chegue a 500. Homens da Força de Segurança Nacional também podem ser mobilizados.
O clima de tensão na região está aumentando, com a destruição de pontes e instalação de obstáculos nas estradas para impedir o avanço policial.
Também há riscos de confronto entre indígenas que apóiam a criação da reserva nos moldes de área contínua, como feito pelo governo, e os que são contrários. Estes últimos concordam com os arrozeiros, que reivindicam a manutenção de enclaves não indígenas na reserva.
O arrozeiro Paulo César Quartiero, preso na segunda-feira, acusado de desacato à autoridade, e liberado sob fiança, se encontra no interior da reserva. Ele estaria tentando organizar um grupo de resistência.
Em Brasília, o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto, garantiu que o governo não vai recuar da decisão de retirar os não-índios. Segundo o secretário, "estão esgotadas" todas as negociações com os rizicultores, que não aceitam a reserva, homologada há três anos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"É chegado o momento de se cumprir a lei", disse. "Contamos até com a saída voluntária de vários ocupantes da área para que não haja violência. Mas ali há uma resistência organizada, quase de guerrilha. Parece que querem mesmo um conflito para tentar vencer a ordem instituída. Mas não estamos passando por cima do direito de ninguém."
O secretário lembrou que, de 2005 para cá, foram feitas várias tentativas, sem sucesso, para uma saída negociada dos arrozeiros: "Só que chega um momento em que ou se impõe a lei ou se sucumbe."
O consultor jurídico do Ministério da Justiça, Rafael Favetti, lembrou que todas as ações jurídicas apresentadas pelos rizicultores para protelar a decisão de desocupação da reserva foram derrotadas no Supremo Tribunal Federal. "Fizeram uma guerrilha jurídica, fizeram uma guerrilha de propaganda e agora parecem estar fazendo uma guerrilha real, queimando pontes, explodindo bombas", disse.
A Operação Upatakon 3 foi iniciada na sexta-feira, com a chegada do grupo de policiais a Boa Vista.
OESP, 03/04/2008, Nacional, p. A13
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