De Pueblos Indígenas en Brasil
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Noticias
Guaranis-caiuás enfrentam violência de desnutrição
27/04/2008
Fonte: O Globo, O País, p. 8
Guaranis-caiuás enfrentam violência de desnutrição
Problemas é provocado por consumo de drogas e de álcool; ano passado houve 53 homicídios entre os índios
Paulo Yafusso Especial para O Globo
A violência, decorrente do uso de drogas e de bebida alcoólica, é hoje o principal problema vivido pelos índios guaranis-caiuás de Mato Grosso do Sul, que nos anos 80 chamaram a atenção de organizações internacionais por causa da onda de suicídios e que, em 2004, enfrentou a morte de dezenas de crianças por desnutrição.
Levantamento feito pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) ano passado apontou que o Estado lidera em número de assassinatos. Das 92 mortes por homicídio registradas, 53 foram de índios sul-mato-grossense. O Cimi é uma organização ligada à igreja católica.
Para o coordenador da entidade, Egon Heck, esse quadro é conseqüência de vários fatores, a começar pela falta de terras.
Só na reserva de Dourados, a maior do estado, vivem mais de 12 mil guaranis-caiuás e terenas, num espaço de 3.500 hectares. Ele diz que a situação vem se agravando com a expansão das lavouras de cana-de-açúcar e a instalação de novas usinas e destilarias na região sul. Por ser mais barata, a mão-de-obra indígena é a mais procurada para o corte de cana.
- Estima-se que atualmente existam 13 mil índios nessa atividade desgastante do ponto de vista físico. Além disso, eles inalam o pó resultante da queima dos canaviais e têm um desgaste enorme com os movimentos repetidos do uso do machete para o corte da cana - afirma Heck.
Maioria das vítimas de homicídio tem de 15 e 29 anos
Para o coordenador, o crescimento da produção do etanol a partir da cana-de-açúcar pode ser bom para a economia do estado e do país, mas vem trazendo prejuízos catastróficos para a cultura e a tradição dos índios guaranis-caiuás. Egon Heck entende que o contato com o mundo dos brancos tem levado os índios a conseguir acesso mais fácil a drogas e bebidas.
Ele ressalta que o dinheiro obtido com o trabalho nas usinas e destilarias de álcool acaba gerando uma espécie de disputa interna na família. Geralmente, a violência nas aldeias recrudesce na época em que é feito o pagamento aos índios, já que muitos gastam com bebida e se envolvem em brigas.
Dados do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), da Funasa de Mato Grosso do Sul, apontam que a maioria das vítimas de homicídio são indígenas com idades entre 15 e 29 anos. É nessa faixa etária também que ocorre a maioria dos casos de suicídio entre eles. Segundo registros do DSEI, ano passado houve 39 suicídios.
O resultado da violência envolvendo os índios é que atualmente pelo menos 200 estão presos em delegacias e presídios do estado.
O Globo, 27/04/2008, O País, p. 8
Problemas é provocado por consumo de drogas e de álcool; ano passado houve 53 homicídios entre os índios
Paulo Yafusso Especial para O Globo
A violência, decorrente do uso de drogas e de bebida alcoólica, é hoje o principal problema vivido pelos índios guaranis-caiuás de Mato Grosso do Sul, que nos anos 80 chamaram a atenção de organizações internacionais por causa da onda de suicídios e que, em 2004, enfrentou a morte de dezenas de crianças por desnutrição.
Levantamento feito pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) ano passado apontou que o Estado lidera em número de assassinatos. Das 92 mortes por homicídio registradas, 53 foram de índios sul-mato-grossense. O Cimi é uma organização ligada à igreja católica.
Para o coordenador da entidade, Egon Heck, esse quadro é conseqüência de vários fatores, a começar pela falta de terras.
Só na reserva de Dourados, a maior do estado, vivem mais de 12 mil guaranis-caiuás e terenas, num espaço de 3.500 hectares. Ele diz que a situação vem se agravando com a expansão das lavouras de cana-de-açúcar e a instalação de novas usinas e destilarias na região sul. Por ser mais barata, a mão-de-obra indígena é a mais procurada para o corte de cana.
- Estima-se que atualmente existam 13 mil índios nessa atividade desgastante do ponto de vista físico. Além disso, eles inalam o pó resultante da queima dos canaviais e têm um desgaste enorme com os movimentos repetidos do uso do machete para o corte da cana - afirma Heck.
Maioria das vítimas de homicídio tem de 15 e 29 anos
Para o coordenador, o crescimento da produção do etanol a partir da cana-de-açúcar pode ser bom para a economia do estado e do país, mas vem trazendo prejuízos catastróficos para a cultura e a tradição dos índios guaranis-caiuás. Egon Heck entende que o contato com o mundo dos brancos tem levado os índios a conseguir acesso mais fácil a drogas e bebidas.
Ele ressalta que o dinheiro obtido com o trabalho nas usinas e destilarias de álcool acaba gerando uma espécie de disputa interna na família. Geralmente, a violência nas aldeias recrudesce na época em que é feito o pagamento aos índios, já que muitos gastam com bebida e se envolvem em brigas.
Dados do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), da Funasa de Mato Grosso do Sul, apontam que a maioria das vítimas de homicídio são indígenas com idades entre 15 e 29 anos. É nessa faixa etária também que ocorre a maioria dos casos de suicídio entre eles. Segundo registros do DSEI, ano passado houve 39 suicídios.
O resultado da violência envolvendo os índios é que atualmente pelo menos 200 estão presos em delegacias e presídios do estado.
O Globo, 27/04/2008, O País, p. 8
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