De Pueblos Indígenas en Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.

Noticias

Conflito entre índios e MST em Prado chega ao impasse

29/10/2002

Autor: (Carla Fialho)

Fonte: A Tarde Salvador-BA



Índios e sem-terra se acusam entre si. Reunião do dia 4 pode decidir - Na busca de uma solução para o conflito entre índios e trabalhadores do movimento rural sem-terra, no município de Prado, extremo sul da Bahia, estiveram reunidos na última sexta-feira, em Eunápolis, o procurador do Ministério Público Federal em Ilhéus, André Luís Batista, a procuradora federal da Fundação Nacional do Índio (Funai), Ana Carvalho, o delegado da Polícia Federal, Fernando Antônio Herera, lideranças indígenas e outras pessoas ligadas ao assunto. Depois de horas de discussão, o grupo decidiu, a princípio, que tentará impedir o cumprimento da liminar de reintegração de posse concedida pelo juiz Pedro Holliday em favor das 56 famílias de assentados, a ser cumprida no dia 3. Todos temem que haja o defecho violento para a briga entre índios pataxós das aldeias Craveiro e Corumbauzinho e trabalhadores do Movimento Sem-Terra do Assentamento Corumbau.
O conflito, que já dura quatro anos, se depender das partes não terá um final feliz. O cacique Reinaldo, da aldeia Craveiro, afirma que "os índios não vão sair, mas resistir, nem que para isso tenham que dar a própria vida". A posição do MST também é de resistir, "as famílias não abrem mão da terra tão duramente conquistada", diz Dejacira de Oliveira, da direção estadual do MST. Uma solução definitiva para o problema ficou adiada para uma próxima reunião, marcada para o dia 4 de novembro, em Ilhéus, desta vez com a participação do Incra, do MST e do juiz federal Pedro Holliday.

Segundo Ana Carvalho, procuradora da Funai, para se chegar a um acordo definitvo na reunião do dia 4 seria fundamental o resultado do laudo técnico elaborado pela grupo técnico. O estudo, coordenado pela antropóloga Maria do Rosário Carvalho, está em andamento desde 1999. "Dependemos do relatório, da comprovação que o território é indígena para deflagrar o processo de regularização fundiária da terra indígena", afirma Ana Carvalho.
O conflito entre índios e assentados começou em 1998, quando a comunidade pataxó passou a reivindicar a demarcação do território indígena, no qual está inserido o Assentamento Corumbau, desapropriado pelo Incra em 1997. De lá para cá, vários episódios marcaram a briga, como em 1999, quando os índios ocuparam parte do Assentamento Três Irmãos. Para solucionar o conflito, segundo Dejacira Oliveira, o Incra cedeu parte do território e reassentou as famílias em outras áreas. Na mesma época, as brigas começaram no Assentamento Corumbau. O pico do conflito foi em janeiro deste ano, quando os índios agrediram trabalhadores e quebraram a ponte de acesso à Agrovila I.
Há mais de um mês, os índios, segundo versão do MST, expulsaram as famílias que restavam no assentamento com violência, "destruindo toda infra-estrutura produtiva, como casa de farinha, alambique, escola e posto de saúde". Por quinze dias, depois de expulsas, as famílias ficaram na entrada do assentamento, por não terem onde ficar. Agora foram levadas para a Agrovila II, parte do assentamento. O cacique Reinaldo, da aldeia Craveiro, tem outra versão.
De acordo com ele, os índios é que durante todo este período estavam sendo ameaçados
pelos trabalhadores do MST. "Já tínhamos ocupado alguns lotes, só restavam no local 12
famílias, ocupamos toda a área para nossa segurança", explica.
 

Las noticias publicadas en el sitio Povos Indígenas do Brasil (Pueblos Indígenas del Brasil) son investigadas en forma diaria a partir de fuentes diferentes y transcriptas tal cual se presentan en su canal de origen. El Instituto Socioambiental no se responsabiliza por las opiniones o errores publicados en esos textos. En el caso en el que Usted encuentre alguna inconsistencia en las noticias, por favor, póngase en contacto en forma directa con la fuente mencionada.