De Pueblos Indígenas en Brasil
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Noticias

Pataxós de Coroa Vermelha criticam atendimento à Saúde

05/11/2002

Fonte: A Tarde- Salvador-BA



CHEGOU TARDE - Houve caso em que, quando veio o remédio, o índio já tinha morrido
- "Como é que fica o atendimento de Saúde diferenciado garantido ao índio, quando este, toda
vez que precisa, tem que correr atrás de SUS e Prefeitura?. Assim o cacique Carajá, da
reserva Pataxó de Coroa Vermelha, que reúne mais de 3.000 índios, criticou junto a outras
lideranças o atendimento prestado à Saúde indígena. Os pataxós denunciam a falta de material
no posto médico, atraso na realização de exames, dizendo ainda que estão consumindo água
do Rio Mutary considerada imprópria, o que acaba provocando várias doenças na comunidade.

De acordo com as lideranças indígenas de Coroa Vermelha, quando a Funai passou para o
Ministério da Saúde a responsabilidade para com a Saúde indígena ficou estabelecido que os
índios teriam um atendimento considerado "diferenciado". Os pataxós denunciaram que isso de
fato não acontece. "O que é prioridade para a Funasa? Pois até o momento o que sabemos é
que há dois anos e dois meses nosso posto de saúde não recebe material odontológico e há
mais de 60 dias não chegam medicamentos e nossos parentes são obrigados a recorrer à
farmácia básica da Prefeitura de Santa Cruz Cabrália", lamentou Luzia Pataxó, "da Funasa não
chega sequer material para curativos ou de limpeza".
Segundo o cacique Carajá, os índios pataxós de Coroa Vermelha estão sofrendo com o
problema agravado ainda pelo consumo de água considerada imprópria. "Desde 98
acompanhamos este processo em que nos foi dito que o índio deveria ter atendimento
diferenciado, mas isso não acontece, pois nossos parentes são atendidos pelo SUS como
qualquer pessoa, mas aqui no posto da Coroa Vermelha estamos sofrendo com exames
marcados com 30, 60, ou 90 dias, o posto odontológico não recebe material há dois anos e os
veículos estão sem combustível, as únicas ajudas estão vindo da Prefeitura, temos médicos,
mas não temos material", ressaltou Carajá, "uma parte de nossa aldeia, mais de 500 pessoas
ainda são obrigadas a usar água do Rio Mutary, que é poluído, o que está provocando dezenas
de casos de verminose e micoses. Quando cobramos nossos direitos dizem que depende de
recursos vindos de Brasília e ainda nos denunciam à Polícia Federal por ameaças".
O atraso na chegada de remédios foi destacado também pelo índio Sinvaldo, outra liderança de
Coroa Vermelha, "temos vários casos em que, quando o remédio chegou, o índio já havia
falecido, aconteceu com o índio Cláudio há dois anos, ele morreu e o medicamento chegou
depois da morte". O presidente do Conselho dos Caciques, Zezito Pataxó, disse que a
situação da Saúde Indígena é a mesma, ou até pior em todas as aldeias da região, "se Coroa
Vermelha, que é tão central e com acesso fácil, passa por uma crise dessas, imagine as
outras aldeias, onde são mais de 90 km de chão, o atendimento é péssimo e estamos
juntando lideranças de outras comunidades para ir até Brasília falar com o Ministro da Saúde",
finalizou Zezito.
 

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