De Pueblos Indígenas en Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.
Noticias
Caingangue morto havia sido vítima de extorsão
14/01/2003
Autor: CARLOS WAGNER E SILVANA DE CASTRO
Fonte: Zero Hora-Porto Alegre-RS
Cartão de aposentadoria teria sido retido em comércio
O caingangue Leopoldo Crespo, 77 anos, assassinado a chutes e pedrada enquanto dormia na semana passada em uma calçada de Miraguaí, no noroeste do Estado, já foi vítima de extorsão por parte de comerciantes.
O fato consta do relatório sobre retenção de aposentadoria de indígenas da Reserva da Guarita realizado pela Polícia Civil em janeiro de 2002 e entregue ontem à deputada federal eleita Maria do Rosário (PT). Na época, dois cartões dele foram apreendidos com comerciantes pela Polícia Federal.
Ao ser encontrado agonizando na calçada da Avenida Ijuí, após ser espancado por três jovens no final da noite do dia 6, policiais militares que o socorreram não localizaram documento que o identificasse. Na manhã daquele dia, Crespo havia se deslocado até um estabelecimento onde faria compras e pagaria com o dinheiro que sacaria da aposentadoria de um salário mínimo.
Visto entrando no Banrisul com um cartão nas mãos, teria sido comunicado de que não era dia de receber, o que ocorreria só na terça-feira. Como não retornou para casa, na Aldeia Estiva, na Reserva da Guarita, em Redentora, surge um questionamento sobre o destino do cartão. O cartão de Crespo apareceu depois do crime com familiares.
Denúncias indicam produtos com preço superfaturado
Conforme o procurador da República em Santo Ângelo, Osmar Veronese, já foram feitas denúncias de que comerciantes estariam superfaturando os produtos para os índios.
A prática de reter cartões, que ganhou espaço pela ingenuidade e pela necessidade dos indígenas, é comumente denunciada e alvo de investigações pela Polícia Civil e pelo Ministério Público Federal. Em 2002, a polícia de Miraguaí indiciou cinco donos de mercados, chamados de "patrões" pelos caingangues.
Apesar de a família negar que o cartão estivesse em algum estabelecimento, o fato de o caingangue estar sem o documento quando foi morto levanta a suspeita de que ele fora vítima de nova extorsão. Conhecidos de Crespo relatam que ele não era dono de seu cartão.
- Nunca vi ele com dinheiro ou rancho. Da última vez, o 13º salário ficou todo retido. Uma vez me pediu para pagar um comerciante para que o cartão fosse devolvido - diz um amigo da vítima.
O amigo de Crespo diz já ter feito testes com donos de lojas e agiotas para comprovar a irregularidade, mas como tem mais instrução, desperta a desconfiança.
João Crespo, 36 anos, filho do caingangue morto, garante que ninguém se apoderava do benefício.
- Era ele quem tirava o dinheiro. No dia em que foi morto, o cartão ficou em casa - afirma.
No cartão, havia um selo colado, com três letras escritas a caneta, o que representava uma senha adicional. Maria do Rosário pediu uma investigação à polícia.
O caingangue Leopoldo Crespo, 77 anos, assassinado a chutes e pedrada enquanto dormia na semana passada em uma calçada de Miraguaí, no noroeste do Estado, já foi vítima de extorsão por parte de comerciantes.
O fato consta do relatório sobre retenção de aposentadoria de indígenas da Reserva da Guarita realizado pela Polícia Civil em janeiro de 2002 e entregue ontem à deputada federal eleita Maria do Rosário (PT). Na época, dois cartões dele foram apreendidos com comerciantes pela Polícia Federal.
Ao ser encontrado agonizando na calçada da Avenida Ijuí, após ser espancado por três jovens no final da noite do dia 6, policiais militares que o socorreram não localizaram documento que o identificasse. Na manhã daquele dia, Crespo havia se deslocado até um estabelecimento onde faria compras e pagaria com o dinheiro que sacaria da aposentadoria de um salário mínimo.
Visto entrando no Banrisul com um cartão nas mãos, teria sido comunicado de que não era dia de receber, o que ocorreria só na terça-feira. Como não retornou para casa, na Aldeia Estiva, na Reserva da Guarita, em Redentora, surge um questionamento sobre o destino do cartão. O cartão de Crespo apareceu depois do crime com familiares.
Denúncias indicam produtos com preço superfaturado
Conforme o procurador da República em Santo Ângelo, Osmar Veronese, já foram feitas denúncias de que comerciantes estariam superfaturando os produtos para os índios.
A prática de reter cartões, que ganhou espaço pela ingenuidade e pela necessidade dos indígenas, é comumente denunciada e alvo de investigações pela Polícia Civil e pelo Ministério Público Federal. Em 2002, a polícia de Miraguaí indiciou cinco donos de mercados, chamados de "patrões" pelos caingangues.
Apesar de a família negar que o cartão estivesse em algum estabelecimento, o fato de o caingangue estar sem o documento quando foi morto levanta a suspeita de que ele fora vítima de nova extorsão. Conhecidos de Crespo relatam que ele não era dono de seu cartão.
- Nunca vi ele com dinheiro ou rancho. Da última vez, o 13º salário ficou todo retido. Uma vez me pediu para pagar um comerciante para que o cartão fosse devolvido - diz um amigo da vítima.
O amigo de Crespo diz já ter feito testes com donos de lojas e agiotas para comprovar a irregularidade, mas como tem mais instrução, desperta a desconfiança.
João Crespo, 36 anos, filho do caingangue morto, garante que ninguém se apoderava do benefício.
- Era ele quem tirava o dinheiro. No dia em que foi morto, o cartão ficou em casa - afirma.
No cartão, havia um selo colado, com três letras escritas a caneta, o que representava uma senha adicional. Maria do Rosário pediu uma investigação à polícia.
Las noticias publicadas en el sitio Povos Indígenas do Brasil (Pueblos Indígenas del Brasil) son investigadas en forma diaria a partir de fuentes diferentes y transcriptas tal cual se presentan en su canal de origen. El Instituto Socioambiental no se responsabiliza por las opiniones o errores publicados en esos textos. En el caso en el que Usted encuentre alguna inconsistencia en las noticias, por favor, póngase en contacto en forma directa con la fuente mencionada.