De Pueblos Indígenas en Brasil
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Noticias

Oficinas para garantir sustentabilidade indígena começam em agosto

28/07/2009

Autor: Flavia Bernardes

Fonte: Século Diário - http://seculodiario.com/



Em meados de agosto, os Tupinikim e Guaranis do Estado estarão prontos para propor e estruturar os projetos que deverão garantir a sustentabilidade e a recuperação das terras indígenas no norte do Estado. Segundo o estudo agroecológico - em processo de finalização - feito na região, 70% dos 18 mil hectares de terras indígenas ocupados pela Aracruz até 2007 estão cobertos de eucalipto.

A primeira etapa do estudo já foi realizada, assim como já se iniciaram as discussões para apurar o que já vem sendo feito e o que os índios ainda pretendem produzir e resgatar em suas terras. Já a nova etapa de oficinas, que começará em meados de agosto, irá definir os projetos ligados à produção de alimentos, criação de peixes em tanques, reflorestamento, entre outras propostas.

"Escutamos os índios, suas experiências e histórias, ou seja, fazer um levantamento das práticas deles, dos costumes e ver os que eles propõem. São eles que irão decidir o que será feito da terra para beneficiar a sua comunidade", ressaltou a geógrafa Marilda Maracci, que participa do estudo na região.

Entre os projetos propostos pelos índios predomina a necessidade de produção de alimentos, ou seja, implantação de roças - incluindo roças multifuncionais nas quais a comunidade também utiliza a fibra da banana para a produção de artesanato - criação de galinhas e hortas.

"A terra em alguns lugares já era usada para roças, mas esse terreno também possui nutrientes baixos e já foi muito maltratado com insumos químicos, portanto é necessário construir um novo modelo de cultivo. Os guaranis já possuem plantios sem nenhum tipo de insumo, mas eles também estão em um pedaço de terra pequeno e uma redistribuição também deverá ocorrer", ressaltou Carlo Eduardo Mazzetto Silva, que coordena a área agroecológica do estudo através da ONG Anair (Associação Nacional de Ação Indigenísta), com atende índios do Nordeste até ao Espírito Santo.

Entre as ações previstas pelos índios também estão o reflorestamento de áreas de nascentes. Durante as próximas oficinas também serão discutidos quantos mil hectares serão dedicados exclusivamente para a recuperação da Mata Atlântica. A recuperação da floresta nativa irá proporcionar aos índios que eles retomem seus antigos costumes, incluindo também a tradição religiosa e o artesanato.

Para isso, explicou Mazzeto, será necessário o apoio de órgãos ambientais, tanto na orientação técnica para o acompanhamento das ações como de instalação de cercas, proteção contra fogo, entre outros.

As oficinas que deverão orientar os trabalhos nas aldeias são o resultado do estudo etno-ambiental, que avaliou as condições da terra, os prejuízos culturais causados pela exploração na região, as forma de vida no passado e como isso poderá ser resgatado.

Além de orientar os trabalhos, o estudo deverá nortear o zoneamento da área para produção de alimentos, habitação e reflorestamento. O estudo é uma exigência do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado entre a Aracruz Celulose e os indígenas.

A expectativa dos índios é de que, através do estudo e dos debates promovidos, seja possível reverter a situação de degradação em que se encontra o território indígena. Este território foi explorado por cerca de 40 anos pela Aracruz Celulose, que, além de devastar a mata atlântica, contaminou rios e deixou as comunidades sem condições de subsistência.

Ao todo, o Espírito Santo abriga 2.466 índios Tupinikim e Guarani, distribuídos em sete aldeias. Além destas, mais três aldeias aguardam para ser finalizadas assim que o zoneamento for definido. São elas as aldeias de Olho d"Água, Areal e dos Macacos.
 

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