De Pueblos Indígenas en Brasil
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Noticias
Cacique diz que índios da Amazônia precisam de guerreiros políticos
31/07/2009
Autor: Paulo Cabral
Fonte: BBC Brasil - http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/
Paulo Cabral
Enviado especial da BBC Brasil a Santarém (PA)
Odair José Borari só saiu pela primeira vez de sua aldeia aos 14 anos de idade. "Meu pai não deixava nem a gente ir para perto do rio porque os portugueses estavam lá", diz.
"Portugueses" é como os índios da aldeia Borari se referem aos não índios por força de uma tradição secular. "Claro que a gente sabe que não são mais portugueses, já tem muito tempo, mas é ainda assim que o povo fala", diz ele, que hoje é o segundo cacique (o próximo na linha de sucessão para chefiar a comunidade) em sua aldeia, a 14 horas de barco da cidade de Santarém, no Estado do Pará.
Mas Odair José - mais conhecido como Dadá Borari - conta que decidiu enfrentar o mundo dos "portugueses" e foi para a cidade estudar e buscar mais formação para se tornar um "guerreiro político".
"Temos os guerreiros que ficam na aldeia e que cuidam de nosso povo, mas precisamos também formar cada vez mais guerreiros políticos, que possam vir aqui para fora e lutar por nossos direitos", diz.
Violência
Dadá chegou a ser vice-presidente do Conselho Indígena Tapajós Arapiuns e, por conta da militância, afirma ter sentido na pele a violência, comum em questões fundiárias no Pará.
"Os madeireiros me pegaram e me deixaram por muitas horas amarrado no mato, me ameaçando com armas de fogo e me humilhando. Mas, daquela vez, eu senti que não queriam me matar, queriam só me deixar com medo para eu abandonar a luta", disse.
"Mas isso não funcionou. Essa violência só me fez ter mais certeza de que preciso defender os direitos de meu povo", afirma.
Ele chegou a receber uma escolta policial, dentro de uma programa do governo do Estado de proteção a militantes de movimentos sociais ameaçados de morte. Mas diz que não teve certeza de que poderia confiar nos policiais que foram enviados e acabou abrindo mão da proteção.
"Recentemente, fui novamente ameaçado de maneira direta por madeireiros e fazendeiros. Preciso de novo de escolta policial, mas até agora o Estado ainda não concedeu", reclama.
Ao lado da militância política, Dadá Borari também é professor na escola de sua comunidade. Com um grupo de mais de 90 professores, ele participava de um curso de formação, em Santarém, quando conversou com a reportagem da BBC Brasil.
"É com educação que vamos poder formar cidadãos mais prontos a lutar pelos seus direitos também entre os índios", avalia.
Enviado especial da BBC Brasil a Santarém (PA)
Odair José Borari só saiu pela primeira vez de sua aldeia aos 14 anos de idade. "Meu pai não deixava nem a gente ir para perto do rio porque os portugueses estavam lá", diz.
"Portugueses" é como os índios da aldeia Borari se referem aos não índios por força de uma tradição secular. "Claro que a gente sabe que não são mais portugueses, já tem muito tempo, mas é ainda assim que o povo fala", diz ele, que hoje é o segundo cacique (o próximo na linha de sucessão para chefiar a comunidade) em sua aldeia, a 14 horas de barco da cidade de Santarém, no Estado do Pará.
Mas Odair José - mais conhecido como Dadá Borari - conta que decidiu enfrentar o mundo dos "portugueses" e foi para a cidade estudar e buscar mais formação para se tornar um "guerreiro político".
"Temos os guerreiros que ficam na aldeia e que cuidam de nosso povo, mas precisamos também formar cada vez mais guerreiros políticos, que possam vir aqui para fora e lutar por nossos direitos", diz.
Violência
Dadá chegou a ser vice-presidente do Conselho Indígena Tapajós Arapiuns e, por conta da militância, afirma ter sentido na pele a violência, comum em questões fundiárias no Pará.
"Os madeireiros me pegaram e me deixaram por muitas horas amarrado no mato, me ameaçando com armas de fogo e me humilhando. Mas, daquela vez, eu senti que não queriam me matar, queriam só me deixar com medo para eu abandonar a luta", disse.
"Mas isso não funcionou. Essa violência só me fez ter mais certeza de que preciso defender os direitos de meu povo", afirma.
Ele chegou a receber uma escolta policial, dentro de uma programa do governo do Estado de proteção a militantes de movimentos sociais ameaçados de morte. Mas diz que não teve certeza de que poderia confiar nos policiais que foram enviados e acabou abrindo mão da proteção.
"Recentemente, fui novamente ameaçado de maneira direta por madeireiros e fazendeiros. Preciso de novo de escolta policial, mas até agora o Estado ainda não concedeu", reclama.
Ao lado da militância política, Dadá Borari também é professor na escola de sua comunidade. Com um grupo de mais de 90 professores, ele participava de um curso de formação, em Santarém, quando conversou com a reportagem da BBC Brasil.
"É com educação que vamos poder formar cidadãos mais prontos a lutar pelos seus direitos também entre os índios", avalia.
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