De Pueblos Indígenas en Brasil
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Noticias
(Guarani no MT): Nós estamos aqui!
17/08/2009
Autor: Egon Dionísio Heck
Fonte: Adital - http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=40489
A realidade dos Guarani no Mato Grosso do Sul
Um domingo de manhã, em Campo Grande. Dia lindo, convidativo para distrair o corpo e o espírito no contexto agitado da sobrevivência nas grandes cidades. Mas para alguns foi também o momento de se inteirar um pouco mais sobre uma das realidades mais desafiadoras e cruéis por que passam comunidades no Brasil de hoje. Tratava-se de um debate sobre a situação dos Kaiowá Guarani no Mato Grosso do Sul.
Algumas dezenas de pessoas se acomodavam tranquilamente no pequeno auditório do Cine Cultura. Platéia heterogênea - desde os representantes dos povos indígenas de várias regiões do país até seus figadais inimigos hoje, fazendeiros e sua ONG, a Recovê. Na mesa do debate Ambrosio, Kaiowá, ator no filme Terra Vermelha, Antonio Brand, historiador renomado, conhecedor das lutas Guarani e militante da causa e Rubens de Almeida, antropólogo, de longa data ligado à pesquisa e luta deste povo. Atualmente ele é coordenador de um dos Grupos de Trabalho de identificação das terras Kaiowá Guarani.
Nas exposições a reafirmação da dramaticidade da situação, necessidade de medidas urgentes e a indispensável esperança. E uma certeza, essa luta vai longe, mas os Guarani não vão desaparecer e nem sairão vencidos. A terra mãe voltará a ser acariciada por seus filhos. O racismo será vencido, o preconceito será superado, a dominação será extinta. Mas tem uma condição, nós não índios e indígenas teremos que ter a decisão política de construir essa nova sociedade, plural, igualitária e justa.
Na hora do debate a temperatura esquentou. Falas emocionadas, desabafos, testemunhos, denúncias fortes, indignação. O representante do Centro de Defesa dos Direitos Humanos, disse não ter certeza de chegar até o final de seu desabafo, concluindo:"Não é nada fácil defender os Direitos Humanos neste Estado". Na fala dos fazendeiros(as) a insistência de que são inocentes, não são bandidos, apenas querem produzir, tem títulos de suas propriedades e que a única coisa que querem é ser indenizados "é só o governo nos pagar a terra, que sairemos imediatamente". Um silêncio e suspense envolveu o auditório quando Nito Kaiowá disse estar trêmulo pois "aqui está quem matou meu irmão". Referia-se ao assassinato de Dorvalino, na Terra Indígena Nhanderu Marangatu. Pela Campanha Guarani e como representante do Cimi apenas relatei fatos emblemáticos como a morte misteriosa do jovem Kaiowá de 22 anos, Rosinaldo, cuja morte apenas irá engrossar a longa fila das inúmeras mortes de indígenas cujas causas reais jamais serão conhecidas. Não interessa ao poder opressor.
"Índio é que nem formiga", afirmou Ambrosio, "mata um aparecem outros 10. Matam mas o espírito fica mais forte". E concluiu dizendo , quanto às tentativas de aliciamento e cooptação "o dinheiro não compra e nem vende índio, ele é espiritual".
Essa foi apenas uma das 285 atividades desenvolvidas em 7 cidades e 16 localidades dentro da programação VIDEO INDIO BRASIL, coordenado pelo Pontão de Cultura Guaikuru e Cine Cultura. Sem dúvida uma das iniciativas mais amplas e exitosas neste gênero no país. Dele participaram inúmeros cineastas, antropólogos, jornalistas, lideranças e comunidades indígenas, produtores, atores, professores e estudantes. Foi uma rica semana de debate e reflexão sobre a causa indígena no Mato Grosso do Sul.
Cimi MS - Campo Grande 17 de agosto de 2009
* Assessor do Conselho Indigenis (CIMI) Mato Grosso do Sul
Um domingo de manhã, em Campo Grande. Dia lindo, convidativo para distrair o corpo e o espírito no contexto agitado da sobrevivência nas grandes cidades. Mas para alguns foi também o momento de se inteirar um pouco mais sobre uma das realidades mais desafiadoras e cruéis por que passam comunidades no Brasil de hoje. Tratava-se de um debate sobre a situação dos Kaiowá Guarani no Mato Grosso do Sul.
Algumas dezenas de pessoas se acomodavam tranquilamente no pequeno auditório do Cine Cultura. Platéia heterogênea - desde os representantes dos povos indígenas de várias regiões do país até seus figadais inimigos hoje, fazendeiros e sua ONG, a Recovê. Na mesa do debate Ambrosio, Kaiowá, ator no filme Terra Vermelha, Antonio Brand, historiador renomado, conhecedor das lutas Guarani e militante da causa e Rubens de Almeida, antropólogo, de longa data ligado à pesquisa e luta deste povo. Atualmente ele é coordenador de um dos Grupos de Trabalho de identificação das terras Kaiowá Guarani.
Nas exposições a reafirmação da dramaticidade da situação, necessidade de medidas urgentes e a indispensável esperança. E uma certeza, essa luta vai longe, mas os Guarani não vão desaparecer e nem sairão vencidos. A terra mãe voltará a ser acariciada por seus filhos. O racismo será vencido, o preconceito será superado, a dominação será extinta. Mas tem uma condição, nós não índios e indígenas teremos que ter a decisão política de construir essa nova sociedade, plural, igualitária e justa.
Na hora do debate a temperatura esquentou. Falas emocionadas, desabafos, testemunhos, denúncias fortes, indignação. O representante do Centro de Defesa dos Direitos Humanos, disse não ter certeza de chegar até o final de seu desabafo, concluindo:"Não é nada fácil defender os Direitos Humanos neste Estado". Na fala dos fazendeiros(as) a insistência de que são inocentes, não são bandidos, apenas querem produzir, tem títulos de suas propriedades e que a única coisa que querem é ser indenizados "é só o governo nos pagar a terra, que sairemos imediatamente". Um silêncio e suspense envolveu o auditório quando Nito Kaiowá disse estar trêmulo pois "aqui está quem matou meu irmão". Referia-se ao assassinato de Dorvalino, na Terra Indígena Nhanderu Marangatu. Pela Campanha Guarani e como representante do Cimi apenas relatei fatos emblemáticos como a morte misteriosa do jovem Kaiowá de 22 anos, Rosinaldo, cuja morte apenas irá engrossar a longa fila das inúmeras mortes de indígenas cujas causas reais jamais serão conhecidas. Não interessa ao poder opressor.
"Índio é que nem formiga", afirmou Ambrosio, "mata um aparecem outros 10. Matam mas o espírito fica mais forte". E concluiu dizendo , quanto às tentativas de aliciamento e cooptação "o dinheiro não compra e nem vende índio, ele é espiritual".
Essa foi apenas uma das 285 atividades desenvolvidas em 7 cidades e 16 localidades dentro da programação VIDEO INDIO BRASIL, coordenado pelo Pontão de Cultura Guaikuru e Cine Cultura. Sem dúvida uma das iniciativas mais amplas e exitosas neste gênero no país. Dele participaram inúmeros cineastas, antropólogos, jornalistas, lideranças e comunidades indígenas, produtores, atores, professores e estudantes. Foi uma rica semana de debate e reflexão sobre a causa indígena no Mato Grosso do Sul.
Cimi MS - Campo Grande 17 de agosto de 2009
* Assessor do Conselho Indigenis (CIMI) Mato Grosso do Sul
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