De Pueblos Indígenas en Brasil
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Notícias

Índios queimam boneco de Lula e bloqueiam saída do Terminal de Ônibus

18/01/2010

Autor: Fábio Luporini e Fernando Araújo com informações de Simoni Saris

Fonte: Gazeta do Povo - http://migre.me/hR7Q




Protestos no período da tarde começaram na sede da Funai e seguiram no Calçadão. Vestidos para guerra, índios queimaram bonecos e não deixaram os ônibus saírem do terminal

Um grupo de índios das etnias Caingangue, Guarani e Xetás voltou a protestar nesta segunda-feira (18) contra o fechamento dos escritórios regionais da Fundação Nacional do Índio (Funai) no Paraná. No período da tarde, eles queimaram bonecos representando o presidente Lula e o presidente da Funai, Márcio Meira e bloquearam por 15 minutos o trânsito da Leste-Oeste e a entrada de ônibus do Terminal Urbano de Transporte Coletivo.

Os índios iniciaram a passeata na sede da Funai na Avenida Celso Garcia Cid todos pintados e armados com lanças e arcos. No calçadão eles fizeram uma dança de guerra e destruíram os bonecos em frente a agência do Banco do Brasil. Em seguida rumaram até a esquina da rua João CÂndido com Leste Oeste e bloquearam o trânsito sob protestos dos motoristas. A polícia não interviu e 15 minutos depois eles deixaram o local.

"A Funai fechou os escritórios regionais e quer atuar no mesmo molde da Funasa, com núcleos de apoio. Mas esses polos base não funcionam, porque sempre têm que pedir liberação da coordenação", reclamou o cacique da aldeia Laranjinhas, Márcio Lourenço. O índio afirmou que há muita burocracia nos núcleos de apoio, o que ocorre em menor escala nos escritórios regionais. "Isso leva dias para ser atendido."

Lourenço explicou que a Funasa tem polos base em Londrina, Guarapuava e Paranaguá e que há burocracia no atendimento às reivindicações. "Com os escritórios, as coisas são mais rápidas. A gente sempre tem respostas imediatas", disse. A manifestação dos índios será em frente ao Banco do Brasil. Os indígenas devem confeccionar panfletos nos próximos dias, para explicar para a população o motivo das reivindicações.

"A população acha que a gente é um bando de folgado e que estamos atrapalhando, mas os direitos são iguais. Queremos pedir a compreensão da população", afirmou. A assessoria de imprensa da Comissão Pastoral da Terra (CPT) do Paraná divulgou a leitura de um manifesto por volta das 16 horas, em frente à sede da Funai, na Avenida Celso Garcia Cid.

Decreto

Os protestos são contra o decreto 7.056/09, assinado pelo presidente Lula em 28 de dezembro, que prevê a reestruturação da Fundação Nacional do Índio (Funai) e a extinção das administrações regionais do órgão no Estado, assim como de todos os Postos Indígenas.

Na semana passada, os índios ocuparam por cerca de cinco horas a praça de pedágio de Jataizinho e liberaram o tráfego para motoristas, que passaram pelo local sem pagar a tarifa. Além disso, eles se reuniram com o vice-prefeito, José Joaquim Ribeiro, e com vereadores, para reivindicar apoio do executivo e legislativo municipais contra o fechamento da Funai na cidade
 

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