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Noticias

Cotas e bolsa auxílio geram polêmica no fórum indígena

13/04/2010

Fonte: Jornal do Tocantins - http://www.jornaldotocantins.com.br/



Coordenador da Funai defende diminuição de vagas; Pró-reitora acredita que opinião seja por carência de Recursos
Jarlene Souza
Palmas

O sistema de cotas para índios no ensino superior foi o tema que rendeu polêmica na mesa redonda "Educação Superior para Indígenas", realizada ontem no III Fórum Social Indígena, no anfiteatro da Universidade Federal Fluminense (UFT). Na discussão da mesa sobre a
dificuldade dos índios da UFT de cursar a faculdade, tendo em vista o baixo valor e a escassez da bolsa auxílio, o coordenador de apoio pedagógico da Fundação Nacional do Índio (Funai) Gustavo Menezes, levantou polêmica ao declarar, que na sua opinião, a solução desse
problema para a UFT seria diminuir a quantidade de vagas oferecidas na universidade. Para embasar sua declaração, o coordenador citou o exemplo de uma universidade em Minas Gerais que oferece cerca de 20 vagas e são mais bem atendidos, comparando com a UFT, que possui
106 estudantes inseridos no sistema de cotas. Com a declaração do coordenador, a discussão foi acirrada e vários representantes indígenas e estudantes protestaram. A estudante de direito e componente do povo Apinajé de Tocantinópolis Maria da Silva Apinajé falou sobre a declaração do coordenador. "Tivemos uma grande conquista com as cotas para todos os cursos, logo o representante da Funai que deveria reivindicar o nosso direito diz que talvez a solução seria limitar o acesso. Realmente nosso povo está muito mal representado". A pró-reitora de Cultura e Assuntos Comunitários da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Marluce Zacariotti, disse que talvez a opinião de Menezes possa ter sido infeliz na maneira que
ele colocou como forma de repensar o sistema de cotas. "Ele disse isso ao se deparar com a quantidade de vagas e carência de recursos necessários da fundação para atender todos os estudantes da faculdade. E a revolta dos alunos é justificável, pois afinal tivemos uma conquista." Ela acrescentou que a universidade continuará com o sistema de cotas e que isto demonstra a fragilidade dos recursos para as bolsas, tanto na instância governamental quanto nos apoios locais.
Marluce também pontuou a responsabilidade da Funai. "Acho que está faltando uma articulação maior e uma posição mais dura da Funai. É necessário que ela não se acomode nesse discurso de não ter verbas e se una aos índios e reivindiquem junto às instâncias governamentais".

Bolsas

De acordo com Marluce, o programa de cotas se iniciou na universidade em 2004, antes eram apenas quatro estudantes, hoje a UFT possui 106 estudantes indígenas inseridos em todos os cursos. A universidade oferece uma bolsa de R$ 372,00, porém legalmente esta bolsa não
pode ser cumulativa. A Funai também oferece algumas bolsas, mas os alunos não podem receber as duas. E é justamente essa a reclamação de que a verba não seria suficiente. Mas a pró-reitora afirmou que a universidade está trabalhando neste assunto. "Estamos tentando um acordo com a Funai. Um acordo de cooperação para juntarmos as duas bolsas, totalizando R$ 600,00."

Programação

Hoje

Mesa redonda, a partir das 8 horas, com o tema "A situação da saúde indígena no Tocantins", com a participação do coordenador regional da Funasa José Inácio da Silva Filho; chefe do Distrito Sanitário Especial Indígena de Tocantins (DSEI-TO) Ivaneizília Ferreira Noleto, e do coordenador geral do Conselho das Organizações Indígenas do Povo Javaé da Ilha do Bananal, Conjaba Vanderson Suará Javaé.
Palestra com o tema "A Reestruturação da Fundação Nacional do Índio (Funai)" (Decreto 7.056, de 28/12/2009), com o coordenador Regional da Funai de Palmas Cleso Fernandes de Moraes.
Encerramento: sistematização e apresentação do documento final, às 18 horas
 

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