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Impasse entre Vale e gavião continua

29/06/2003

Autor: Nilson Santos

Fonte: O Liberal-Belém-PA



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Até o início da madrugada de ontem permanecia o impasse entre os Parkategê-Gavião e a Cia Vale do Rio Doce. A nova rodada de negociações, intermediada pelo procurador da República Sidney Madruga e pelo delegado de Polícia Federal José Antonio foi interrompida na madrugada, com poucos avanços. A intransigência fica por parte da Vale do Rio Doce, segundo opinião dos que acompanham as negociações. Lideranças indígenas, representadas por Kuia e Kiné Gavião saíram irritadas do encontro.
Nova rodada de negociações teve início na tarde de ontem, na sede da Procuradoria da República. O impasse está sendo criado em torno do valor mensal que a Vale destina à comunidade Parkategê, cuja aldeia está à cerca de 40 km de Marabá, no município de Bom Jesus do Tocantins, sudeste do Pará. O valor atual é de R$ 122 mil, os índios exigem repasse mensal de R$ 250 mil enquanto a Vale fincou pé em apenas R$ 125 mil, "aumento irrisório de apenas R$ 3 mil avalia Kuia. Ele já adiantou que a comunidade indígena, orientada pelo cacique Kukrenun Gavião, o "Capitão" não vai abrir mão do valor que pretendem.
Kuia justifica que a Ferrovia de Carajás utiliza 22 kms da reserva e quando construiu os trilhos na terra indígena, segundo ele, não levou em conisderação o impacto ambiental que o desmatamento iria causar na reserva. "Não sabemos quantos hectares de árvores foram derrubados, quantos animais silvestres morreram, não foi feito nenhum estudo antropológico" ensina o futuro sucessor de Capitão, demonstrando conhecimento de causa. "Enganaram nossos antepassados" repetiu o guerreiro.
Em entrevista o O LIBERAL, em Marabá, Kuia disse que nova ocupação da ferrovia não está descartada, caso a Vale não cumpra a palavra empenhada de assinar o acordo pretendido pelos índios. Aliás, os Gavião já se sentiram ludibriados porque concordaram em sair dos trilhos, exigência que a Vale fez para que pudesse assinar o documento. Já à noite a empresa passou a intransigir. "Não estamos conseguindo falar com o alto escalão da Vale no Rio de Janeiro"foi a desculpa apresentada por Joaquim Martin, diretor de não ferrosos do Sistema Norte da Vale do Rio Doce. "Eles já conheciam nossas reivindicações", ponderou Kiné, tesoureiro da aldeia.
 

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