De Pueblos Indígenas en Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.

Noticias

Carta de solidariedade ao povo Awá-Guajá

04/08/2010

Fonte: Cimi - http://www.cimi.org.br/



Durante os dias 1 e 2 de agosto os representantes das várias organizações que subscrevem esta carta estiveram reunidos na cidade de Zé Doca, MA, participando do Acampamento "Nós Existimos: Terra e Vida para os caçadores e coletores Awá-Guajá". Nesses dias puderam vivenciar uma oportunidade única de partilha, de troca, de diálogo intenso com crianças, jovens, homens e mulheres do povo Awá-Guajá, como também com pessoas dos povos Ka'apor e Guajajara que estiveram juntos em solidariedade aos seus parentes. O referido acampamento teve como finalidade chamar a atenção da opinião pública para a dura realidade em que se encontra o povo Awá-Guajá, com uma população de aproximadamente 350 indígenas, incluindo os grupos que vivem em situação de isolamento.

Há 25 anos a Terra Indígena Awá, localizada entre os municípios de Zé Doca, Centro Novo e Bom Jardim foi demarcada, mas até hoje permanece invadida. Grandes interesses econômicos e políticos se opõem aos direitos originários dos indígenas sobre as terras que tradicionalmente ocupam. Por essa razão, sucessivas ações judiciais foram movidas questionando a posse indígena, posse essa amplamente comprovada por perícia técnica e estudos antropológicos. Em 30 de junho de 2009, o juiz José Carlos Madeira, da 5ª Vara da Justiça Federal, em São Luís, proferiu decisão reconhecendo o direito indígena sobre a terra, e determinando a retirada dos ocupantes não índios. O Município de Zé Doca recorreu dessa decisão ao Tribunal Regional Federal, em Brasília. O Presidente do TRF da 1ª região, Desembargador Jiraim Meguerian, admitiu o prosseguimento da demarcação, porém determinou que se respeitasse a presença dos não-índios, até a decisão final em grau de recurso. A matéria será integralmente analisada pelo TRF da 1ª Região, após as partes contrárias apresentarem suas contra-razões.

A morosidade dos Poderes Executivo e Judiciário, além de protelar a solução definitiva do conflito entre os indígenas e os invasores de sua terra, possibilita aos referidos invasores continuarem a depredação do território tradicional daquele povo, já bastante desmatado em decorrência da exploração ilegal de madeira. Tal situação põe em risco a existência futura dos Awá-Guajá, eminentemente coletores e caçadores.

Em solidariedade a esse povo, em respeito ao seu modo de vida e pela defesa da Amazônia maranhense, os participantes do encontro solicitam que o TRF da 1ª Região conceda preferência ao julgamento da referida ação, afim de que Terra Indígena Awá possa finalmente ser destinada ao usufruto exclusivo dos seus ocupantes tradicionais, como determina a Constituição Federal.

Se faz necessário que os governos federal e estadual busquem saídas urgentes para reassentarem as pessoas não-indígenas que lá se encontram, pondo fim a um enorme problema social e ambiental na região.

Zé Doca, 02 de agosto de 2010

Comissão Pastoral da Terra - CPT/Maranhão

CNBB - Regional Nordeste V

Conselho Indigenista Missionário - CIMI/Regional

Diocese de Zé Doca

Sociedade Maranhense de Direitos Humanos - SMDH

Mestrado de Saúde e Ambiente/UFMA - Prof Istvan Vargas

Universidade Nacional de Brasília - Prfª Marina Magalhães

Comissão Pastoral de Viana - Diocese de Viana

Pastoral Indigenista de Grajaú - Diocese de Grajaú

Irmãos Lassalistas - Zé Doca

MST - Imperatriz

COMIRI

ASP - Pe. João Maria

Irmãs de Notre Dame

http://www.cimi.org.br/?system=news&action=read&id=4848&eid=347
 

Las noticias publicadas en el sitio Povos Indígenas do Brasil (Pueblos Indígenas del Brasil) son investigadas en forma diaria a partir de fuentes diferentes y transcriptas tal cual se presentan en su canal de origen. El Instituto Socioambiental no se responsabiliza por las opiniones o errores publicados en esos textos. En el caso en el que Usted encuentre alguna inconsistencia en las noticias, por favor, póngase en contacto en forma directa con la fuente mencionada.