De Pueblos Indígenas en Brasil
Noticias
Índios Yanomami se opõem à mineração em suas terras
31/10/2010
Autor: Vaneza Targino
Fonte: Folha Web - http://www.folhabv.com.br/
Um estudo para a possível emissão de licença de exploração mineral dentro da Terra Indígena Yanomami está mobilizando índios para um grande encontro que está sendo organizado pela Hutukara Associação Yanomami (HAY). Segundo o presidente da HAY, Dário Yanomami, a principal ameaça ao povo Yanomami e Ye'kuana é a mineração, que não é igual ao garimpo.
"Não são pessoas que entram na floresta e degradam apenas algumas regiões. A mineração precisa de estradas para transportar os minérios, precisa de grandes áreas para guardar a produção, precisa de locais para alojar os funcionários e, com isso, fará grandes buracos na terra que não deixarão a nossa terra se recuperar", disse.
Na preocupação dos índios, as mineradoras vão precisar de energia para funcionar. De onde virá essa energia para fazer as máquinas funcionarem? De hidrelétricas? Como transportarão os minérios? Quando os minérios mais valiosos terminarem e as mineradoras forem embora, o que pode acontecer com os trabalhadores, permanecerão na terra indígena? Quando transformarem e produzirem minério, o que acontecerá com os resíduos que poderão contaminar a nossa terra?", questionou Dário.
Ao tomar conhecimento de um processo de Licenciamento Ambiental que está sendo realizado pela Fundação Estadual de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia de Roraima (Femact), para a atividade de extração de ouro nos limites da Terra Indígena Yanomami, o presidente da Hutukara reclama das autoridades de não terem consultado os índios.
"Nos causou preocupação e surpresa que exista um processo que busca legalizar a atividade de extração de ouro nos limites da Terra Indígena Yanomami, sem consultar ou realizar algum estudo que mostre os impactos negativos que certamente existirão, caso seja aprovada essa atividade", disse.
Dário Yanomami afirmou que a entidade já encaminhou documentos para o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Femact-RR e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Mais de 400 índios debatem tema em assembleia
Lideranças indígenas yanomami realizam no período de 1 a 7 de novembro, na Terra Indígena Yanomami, a quarta edição da Assembléia
Geral da Hutukara Associação Yanomami (HAY), na região do Toototobi.
O evento pretende reunir mais de 400 lideranças para debaterem temas efeitos das mudanças climáticas, identificação de locais para habitação, política pública para os índios e outros temas relacionados.
Segundo o presidente da HAY, Dário Yanomami, onde os índios terão a oportunidade de debate problemas que ocorrem dentro das suas comunidades, além dos temas sobre a importância da proteção da terra indígena e todos os recursos naturais.
"Entre os temas, iremos debater sobre a proteção do território yanomami, contra os invasores, como os garimpeiros, fazendeiros e pescadores", destacou ao lembrar que a direção da entidade ainda vai prestar conta das ações realizadas em 2010.
Devido à distância do local de reunião, os participantes já estão se destacando para a região. A Hutukara pretende reunir mais de 400 pessoas, que serão alojadas e alimentadas pela entidade. "
Todos os participantes devem levar objetos de uso pessoal, como redes, corda lençóis e mosquiteiros", comentou ao destacar a importância do evento para se debater as ações da associação para os próximos três anos.
Durante a assembleia, as lideranças irão realizar eleição e será dada posse a nova diretoria da Hutukara. "Por isso, a importância de todos participarem". Entre os demais temas a serem debatidos existem a questão da integridade física dos índios, cultura, desenvolvimento e o bem-estar do povo Yanomami.
"Queremos zelar pelo direito das comunidades e a assistência em saúde em toda a área indígena. Além de fortalecer a cultura, língua, cerimônias e os conhecimentos tradicionais", citou Dário.
ÁREA - A Terra Indígena Yanomami no Brasil foi demarcada em 1992 e fica localizada nos estados de Amazonas e Roraima, tem a extensão de 9.664.975 ha de floresta tropical, onde mora uma população de aproximadamente 18.100 Yanomami e cerca de 450 Ye´kuana. Do lado venezuelano da fronteira vivem aproximadamente 15.000 Yanomami e 6.200 Ye´kuana.
O limite leste da TIY possui aproximadamente 700 quilômetros de extensão, abrangendo as regiões do baixo Catrimani, Ajarani, Apiaú, Baixo Mucajaí, Uraricoera e Ericó. O limite leste sofre muita pressão externa devido à construção da estrada perimetral norte nos anos 70 e de sua proximidade aos assentamentos de colonização agrícola.
Novas estradas e vicinais próximas à terra indígena facilitam a entrada de madeireiros, pescadores e caçadores que atuam ilegalmente na região. Todo o limite leste também é porta de entrada dos garimpeiros que adentram por via aérea, fluvial e terrestre a Terra Indígena.
Garimpagem ainda é um problema
Os maiores danos aos recursos ambientais e aos moradores da terra Yanomami vêm sendo causados pelos garimpeiros que entram na terra indígena por meio de aviões, barco e muitas vezes a pé. A Hutukara Associação Yanomami (HAY) tem denunciado essas invasões e a Fundação Nacional do Índio (Funai), Polícia Federal e Exército, que vêm realizado operações ineficazes de retirada de garimpeiros.
Segundo informações da HAY, essas operações não apresentam bons resultados, pois o barulho produzido pelos aviões faz com que os garimpeiros fujam para a floresta e os policiais não consigam prendê-los.
Em geral, os poucos garimpeiros capturados se entregam por iniciativa própria para conseguirem voltar para Boa Vista, onde são liberados pela Polícia Federal, após os procedimentos legais. Muitos deles voltam em seguida para a terra indígena.
http://www.folhabv.com.br/noticia.php?id=97256
"Não são pessoas que entram na floresta e degradam apenas algumas regiões. A mineração precisa de estradas para transportar os minérios, precisa de grandes áreas para guardar a produção, precisa de locais para alojar os funcionários e, com isso, fará grandes buracos na terra que não deixarão a nossa terra se recuperar", disse.
Na preocupação dos índios, as mineradoras vão precisar de energia para funcionar. De onde virá essa energia para fazer as máquinas funcionarem? De hidrelétricas? Como transportarão os minérios? Quando os minérios mais valiosos terminarem e as mineradoras forem embora, o que pode acontecer com os trabalhadores, permanecerão na terra indígena? Quando transformarem e produzirem minério, o que acontecerá com os resíduos que poderão contaminar a nossa terra?", questionou Dário.
Ao tomar conhecimento de um processo de Licenciamento Ambiental que está sendo realizado pela Fundação Estadual de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia de Roraima (Femact), para a atividade de extração de ouro nos limites da Terra Indígena Yanomami, o presidente da Hutukara reclama das autoridades de não terem consultado os índios.
"Nos causou preocupação e surpresa que exista um processo que busca legalizar a atividade de extração de ouro nos limites da Terra Indígena Yanomami, sem consultar ou realizar algum estudo que mostre os impactos negativos que certamente existirão, caso seja aprovada essa atividade", disse.
Dário Yanomami afirmou que a entidade já encaminhou documentos para o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Femact-RR e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Mais de 400 índios debatem tema em assembleia
Lideranças indígenas yanomami realizam no período de 1 a 7 de novembro, na Terra Indígena Yanomami, a quarta edição da Assembléia
Geral da Hutukara Associação Yanomami (HAY), na região do Toototobi.
O evento pretende reunir mais de 400 lideranças para debaterem temas efeitos das mudanças climáticas, identificação de locais para habitação, política pública para os índios e outros temas relacionados.
Segundo o presidente da HAY, Dário Yanomami, onde os índios terão a oportunidade de debate problemas que ocorrem dentro das suas comunidades, além dos temas sobre a importância da proteção da terra indígena e todos os recursos naturais.
"Entre os temas, iremos debater sobre a proteção do território yanomami, contra os invasores, como os garimpeiros, fazendeiros e pescadores", destacou ao lembrar que a direção da entidade ainda vai prestar conta das ações realizadas em 2010.
Devido à distância do local de reunião, os participantes já estão se destacando para a região. A Hutukara pretende reunir mais de 400 pessoas, que serão alojadas e alimentadas pela entidade. "
Todos os participantes devem levar objetos de uso pessoal, como redes, corda lençóis e mosquiteiros", comentou ao destacar a importância do evento para se debater as ações da associação para os próximos três anos.
Durante a assembleia, as lideranças irão realizar eleição e será dada posse a nova diretoria da Hutukara. "Por isso, a importância de todos participarem". Entre os demais temas a serem debatidos existem a questão da integridade física dos índios, cultura, desenvolvimento e o bem-estar do povo Yanomami.
"Queremos zelar pelo direito das comunidades e a assistência em saúde em toda a área indígena. Além de fortalecer a cultura, língua, cerimônias e os conhecimentos tradicionais", citou Dário.
ÁREA - A Terra Indígena Yanomami no Brasil foi demarcada em 1992 e fica localizada nos estados de Amazonas e Roraima, tem a extensão de 9.664.975 ha de floresta tropical, onde mora uma população de aproximadamente 18.100 Yanomami e cerca de 450 Ye´kuana. Do lado venezuelano da fronteira vivem aproximadamente 15.000 Yanomami e 6.200 Ye´kuana.
O limite leste da TIY possui aproximadamente 700 quilômetros de extensão, abrangendo as regiões do baixo Catrimani, Ajarani, Apiaú, Baixo Mucajaí, Uraricoera e Ericó. O limite leste sofre muita pressão externa devido à construção da estrada perimetral norte nos anos 70 e de sua proximidade aos assentamentos de colonização agrícola.
Novas estradas e vicinais próximas à terra indígena facilitam a entrada de madeireiros, pescadores e caçadores que atuam ilegalmente na região. Todo o limite leste também é porta de entrada dos garimpeiros que adentram por via aérea, fluvial e terrestre a Terra Indígena.
Garimpagem ainda é um problema
Os maiores danos aos recursos ambientais e aos moradores da terra Yanomami vêm sendo causados pelos garimpeiros que entram na terra indígena por meio de aviões, barco e muitas vezes a pé. A Hutukara Associação Yanomami (HAY) tem denunciado essas invasões e a Fundação Nacional do Índio (Funai), Polícia Federal e Exército, que vêm realizado operações ineficazes de retirada de garimpeiros.
Segundo informações da HAY, essas operações não apresentam bons resultados, pois o barulho produzido pelos aviões faz com que os garimpeiros fujam para a floresta e os policiais não consigam prendê-los.
Em geral, os poucos garimpeiros capturados se entregam por iniciativa própria para conseguirem voltar para Boa Vista, onde são liberados pela Polícia Federal, após os procedimentos legais. Muitos deles voltam em seguida para a terra indígena.
http://www.folhabv.com.br/noticia.php?id=97256
Las noticias publicadas en el sitio Povos Indígenas do Brasil (Pueblos Indígenas del Brasil) son investigadas en forma diaria a partir de fuentes diferentes y transcriptas tal cual se presentan en su canal de origen. El Instituto Socioambiental no se responsabiliza por las opiniones o errores publicados en esos textos. En el caso en el que Usted encuentre alguna inconsistencia en las noticias, por favor, póngase en contacto en forma directa con la fuente mencionada.