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Tensão ronda aldeia Tembé

13/12/2010

Fonte: Portal ORM - http://www.portalorm.com.br/



Conflito à vista entre índios e invasores: indígenas decidem fiscalizar limites da reserva invadida por traficantes

O pavio está aceso. Cansados de esperar pela ação dos órgãos de fiscalização, os índios da etnia Tembé decidiram fazer a fiscalização dos limites da parte invadida da Reserva Alto Rio Guamá, em Nova Esperança do Piriá, invadida por bandidos para plantar maconha e esconder carros roubados. A área total da reserva é de 279 mil hectares e também alcança os municípios de Santa Luzia do Pará e Paragominas.

Os Tembé receberam apoio da Funai para fazer a fiscalização. "Nós não poderíamos negar apoio aos índios, porque eles estão tentando evitar a depredação área que habitam, sobretudo da floresta", justifica o coordenador da Funai em Belém, Juscelino Bessa.

Juscelino admite que há risco de conflito entre índios invasores, sobretudo com os criminosos que plantam maconha e levam carros roubados para a reserva indígena. "Sempre há risco de conflito em ações de vigilância em terras indígenas, pois os índios acabam tendo uma visão mais clara dos estragos causados pelos invasores. Ficam indignados com a situação e tentam reagir contra os predadores, o que pode ocasionar reações imprevisíveis", diz o indigenista.

Apesar das dificuldades enfrentadas pelos índios e pelo constante clima de tensão na área, o indigenista aponta alternativas para equacionar o dilema de 1.500 índios ocuparem 279 mil hectares. Uma delas é um grande projeto de reflorestamento, com participação dos índios e o sequestro e manutenção de créditos de carbono, que hoje renderiam aos índios aproximadamente R$ 2 milhões por ano.

O indigenista diz que para evitar a invasão da área por trabalhadores que não dispõem de terra para plantar é preciso garantir a reocupação "com a criação de novas aldeias em pontos estratégicos do território, executando projetos de recuperação em áreas degradadas - incluindo pastos abandonados -, com a implantação efetiva de projetos de reflorestamento e promovendo ações de vigilância a partir do aproveitamento e manutenção de estradas abertas pelos invasores, propiciando com isso a criação de um sistema de vigilância com participação dos próprios indígenas".

Exército - Segundo Juscelino, a região compreendida entre os rios Piriá e Coraci-Paraná, no centro sul da reserva, se tornou uma "terra de ninguém", onde plantio de maconha, que leva a outros tipos de violência, se tornou corriqueiro. "Agora, inclusive, há denúncias de que a área estaria sendo usada para desmanche de carros roubados. Precisa, portanto, de força repressora poderosa para restabelecer a autoridade do estado brasileiro na região. Por isso surgiu a possibilidade de cessão de parte da terra para que o Exército possa estabelecer um campo de treinamento para seus soldados, contribuindo para preservação da terra indígena. A ideia surgiu em função dos resultados de duas ações de adestramento feitas pelo Exército na reserva".

Ele recomenda, ainda, ações que envolvam a participação dos indígenas da área, entre elas a criação de projeto de vigilância que inclua a formação em cursos de guarda-parque indígenas, disponibilizando estrutura física e material para que os próprios índios participem e sejam remunerados na defesa de seu território. As ações também devem envolver a população do entorno da reserva indígena.

Sobre contratos de sequestro e manutenção de estoque de carbono, Juscelino explica: "Os índios poderiam obter renda com a manutenção das florestas ainda existentes e também com possibilidade de reflorestamento por recomposição das áreas degradadas, mas isso ainda é um sonho devido à falta de regulamentação dos mecanismos para implantação do Redd (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal) e dificuldades quase intransponíveis para apresentação de projetos de reflorestamento junto ao MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo) do Protocolo de Kyoto".

Sobre o lucros com o carbono, o indigenista diz que ainda não há um cálculo definitivo, pois depende de estudos de campo e de um mercado chamado voluntário, criado principalmente por empresas de países que não assinaram o Protocolo de Kyoto (EUA), "o que provoca calafrio na maioria dos ambientalistas ideológicos que combatem quaisquer alternativas oriundas do mercado". "Hoje 100 mil hectares renderiam aos índios R$ 2 milhões por ano, em números estimados", arrisca ele.


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