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PF investiga sumiço de cacique em MS
22/11/2011
Fonte: O Globo, O País, p. 12
PF investiga sumiço de cacique em MS
Indígena teria sido morto em ataque de pistoleiros a acampamento
Paulo Yafusso*
opais@oglobo.com.br
CAMPO GRANDE. Diante da repercussão, a Polícia Federal designou três delegados para apurar o desaparecimento do cacique Nísio Gomes, de 59 anos. O líder indígena teria sido morto na última sexta-feira durante ataque ao acampamento Guaviry, em Amambaí, sul de Mato Grosso do Sul, na fronteira com o Paraguai. O ataque é atribuído a um grupo de cerca de 40 pistoleiros, que teriam chegado em várias caminhonetes atirando e mandando todos se deitarem.
Na manhã de hoje, o superintendente regional da PF, Edgar Marcon, seguirá para o local do conflito para acompanhar a investigação. A orientação é para que o caso seja esclarecido o mais rapidamente possível, por isso várias equipes estão em diligências para encontrar o cacique ou o corpo dele.
Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), índios das aldeias da região estão se deslocando para o acampamento para aguardar o corpo do cacique, para que seja enterrado conforme a tradição indígena.
O Cimi afirma ainda que há risco de novo ataque dos pistoleiros, pois no fim da tarde de sábado várias caminhonetes interceptaram dois ônibus que transportavam cerca de 70 índios das aldeias de Amambaí que estavam se deslocando para o acampamento. Segundo o Cimi, a intimidação só não se confirmou porque os pistoleiros ficaram com receio, já que há várias equipes da polícia na região. Além da PF, a Força Nacional também está na área.
Rezadores das aldeias dos índios guarani-caiuá de Mato Grosso do Sul estão reunidos desde o fim de semana no acampamento Guaviry, para pedir ajuda aos espíritos para localizar o corpo do cacique. Segundo o indígena Tonico Benitez, durante uma cerimônia tradicional os rezadores teriam recebido dos espíritos a mensagem de que Nísio Gomes já se "desprendeu", ou seja, estaria morto. Por isso, agora eles realizam cerimônias para pedir ajuda espiritual para localizar o corpo do cacique.
Ao mesmo tempo, os cerca de 150 índios que estão no acampamento iniciaram o ritual de resistência, pintando os rostos e passando a andar sempre com bordunas, pedaços de madeira retirada da mata, usados como armas de defesa. Quando os guarani-caiuá montaram o acampamento Guaviry, eram cerca de 60 pessoas.
O filho do cacique Nísio, Valmir Cabreira, conta que o pai foi morto com tiros de borracha calibre 12 na cabeça - que chegaram a furar o boné que o cacique usava -, pescoço, peito, braço e perna. O corpo teria sido arrastado e colocado dentro de uma das caminhonetes. Os índios afirmam ainda que os pistoleiros sequestraram dois adolescentes de 12 anos e uma criança de 5 anos.
*Especial para O Globo
O Globo, 22/11/2011, O País, p. 12
Indígena teria sido morto em ataque de pistoleiros a acampamento
Paulo Yafusso*
opais@oglobo.com.br
CAMPO GRANDE. Diante da repercussão, a Polícia Federal designou três delegados para apurar o desaparecimento do cacique Nísio Gomes, de 59 anos. O líder indígena teria sido morto na última sexta-feira durante ataque ao acampamento Guaviry, em Amambaí, sul de Mato Grosso do Sul, na fronteira com o Paraguai. O ataque é atribuído a um grupo de cerca de 40 pistoleiros, que teriam chegado em várias caminhonetes atirando e mandando todos se deitarem.
Na manhã de hoje, o superintendente regional da PF, Edgar Marcon, seguirá para o local do conflito para acompanhar a investigação. A orientação é para que o caso seja esclarecido o mais rapidamente possível, por isso várias equipes estão em diligências para encontrar o cacique ou o corpo dele.
Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), índios das aldeias da região estão se deslocando para o acampamento para aguardar o corpo do cacique, para que seja enterrado conforme a tradição indígena.
O Cimi afirma ainda que há risco de novo ataque dos pistoleiros, pois no fim da tarde de sábado várias caminhonetes interceptaram dois ônibus que transportavam cerca de 70 índios das aldeias de Amambaí que estavam se deslocando para o acampamento. Segundo o Cimi, a intimidação só não se confirmou porque os pistoleiros ficaram com receio, já que há várias equipes da polícia na região. Além da PF, a Força Nacional também está na área.
Rezadores das aldeias dos índios guarani-caiuá de Mato Grosso do Sul estão reunidos desde o fim de semana no acampamento Guaviry, para pedir ajuda aos espíritos para localizar o corpo do cacique. Segundo o indígena Tonico Benitez, durante uma cerimônia tradicional os rezadores teriam recebido dos espíritos a mensagem de que Nísio Gomes já se "desprendeu", ou seja, estaria morto. Por isso, agora eles realizam cerimônias para pedir ajuda espiritual para localizar o corpo do cacique.
Ao mesmo tempo, os cerca de 150 índios que estão no acampamento iniciaram o ritual de resistência, pintando os rostos e passando a andar sempre com bordunas, pedaços de madeira retirada da mata, usados como armas de defesa. Quando os guarani-caiuá montaram o acampamento Guaviry, eram cerca de 60 pessoas.
O filho do cacique Nísio, Valmir Cabreira, conta que o pai foi morto com tiros de borracha calibre 12 na cabeça - que chegaram a furar o boné que o cacique usava -, pescoço, peito, braço e perna. O corpo teria sido arrastado e colocado dentro de uma das caminhonetes. Os índios afirmam ainda que os pistoleiros sequestraram dois adolescentes de 12 anos e uma criança de 5 anos.
*Especial para O Globo
O Globo, 22/11/2011, O País, p. 12
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