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Madeireiros peruanos devastam a fronteira do lado brasileiro, dizem Ashinincas

03/02/2004

Autor: Leandro Altheman).

Fonte: Viaecológica-Brasília-DF



Equipes do Exército, Polícia Federal, Funai e Ibama confirmaram as denúncias dos índios Ashinincas, no Acre, de que madeireiros clandestinos vindos do Peru estão desmatando áreas da floresta amazônica impunemente. A notícia foi transmitida hoje (2) em Cruzeiro do Sul pelo jornalista Leandro Altheman. Os ashinincas vieram do Peru há várias décadas e adentraram o território brasileiro, com seus costumes diferenciados que incluem o uso de uma roupa típica e a ingestão do chá alucinógeno ayahuasca, o que tem provocado aproximação de cientistas e curiosos, além de despertar a cobiça de madeireiros sobre suas terras no rio Amônia. Supostos descendentes dos incas, eles guiaram as equipes até os locais onde as madeireiras peruanas estão ilegalmente retirando madeira, ameaçando a integridade dos indígenas e a soberania nacional. A equipe constatou também que as invasões não se restringem apenas à área Ashininca, mas em praticamente toda a fronteira Brasil-Peru existem vestígios de retirada de madeira. O delegado da Polícia Federal em Cruzeiro do Sul(AC), Fábio Galvão, esteve na terra indígena Kampa do rio Amônia, no vale do Juruá, onde estão ocorrendo as invasões. Segundo o delegado, o clima é tenso, uma vez que os Ashinincas, um povo tradicionalmente guerreiro, querem revidar as invasões e podem atacar os peruanos com suas armas de caça. Para complicar, na região do Médio Juruá estão se instalando os sulistas da seita do Santo Daime, que voltam e meia são advertidos para o crime de realizarem negócios com os indígenas para a obtenção dos ingredientes do chá, já objeto de tentativa de patente pelos norte-americanos. O sertanista da Funai, Antônio Macedo, espera a sensibilização do governo para que uma solução seja encontrada. "É necessária uma vigilância mais efetiva na região, e uma articulação do Ministério das Relações Exteriores para que do lado peruano também sejam tomadas previdências".Desde o ano passado, o Exército brasileiro mantém um efetivo fixo no município de Marechal Thuamaturgo, onde ocorre o conflito. O efetivo é do 61º Batalhão de Infantaria na Selva, sediado em Cruzeiro do Sul, a cerca de três dias de barco de Marechal Thaumaturgo, o que torna as operações muito dispendiosas. O ideal seria a criação de um pelotão nos locais de fronteira, e para isso, seria necessária uma verba extra do governo federal. A deputada federal Perpétua Almeida do PCdoB acreano, propôs uma emenda para a criação de um pelotão do exército no local. A Marinha também atua na região através do Navio de Assistência Hospitalar Dr. Montenegro, e a Força Aérea deve iniciar a partir de março, operações de caráter humanitário na região de fronteira, de acordo com a reportagem da Rádio Juruá, no Acre. (Veja também www.socioambiental.org, www.funai.org.br, www.kaninde.org.br, www.cimi.org.br, com informações do jornalsita Leandro Altheman).
 

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