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Impasse sobre aldeia indígena atrasa duplicação de trecho da BR-386

27/06/2012

Autor: Renata Kerber

Fonte: G1 - http://g1.globo.com/



Famílias de índios caingangue vivem em área próxima da rodovia.
Até que eles sejam realocados, trecho de 9 km está bloqueado para obras.


Um impasse envolvendo uma aldeia indígena atrasa a obra que deve facilitar o transporte terrestre da produção gaúcha. A BR- 386, responsável por escoar boa parte da safra agrícola e das exportações do estado, é o tema da terceira reportagem da série sobre duplicações de estradas no Rio Grande do Sul.

A BR-386 liga Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, a Iraí, no norte do estado, na divisa com Santa Catarina. Pelos seus 445 quilômetros, o trânsito é intenso. Cargas de milho, soja, erva-mate e trigo, além de produtos da suinocultura e da avicultura, são transportadas pela rodovia. Por isso, ela é conhecida como "estrada da produção".

Contando caminhões, ônibus e carros, passam pelo BR- 386 cerca de 25 mil veículos por dia, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Todos transitando em pista simples. Só no ano passado, apenas entre os quilômetros 352 e 385, foram registradas 11 mortes em decorrência de acidentes. "Com certeza, a colisão frontal é o maior problema de acidentes que a gente tem aqui", comenta o inspetor da PRF, Adão Vilmar Madril.

O número de acidentes pode ser reduzido com a duplicação de 34 quilômetros da estrada, entre os municípios de Tabaí e Estrela. Há dois anos em obras, as máquinas trabalham em 75% do trecho. Mas os primeiros nove quilômetros da duplicação ainda nem começaram. O impasse está no trecho onde vivem famílias de índios caingangue. A aldeia ocupa uma área de 500 metros, que fica de frente para a rodovia.
leia mais sobre a série duplicações

Seis hectares da área já foram adquiridos pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), mas a Fundação Nacional do Índio (Funai) diz que a tribo só deixará o local depois da construção de um novo espaço indígena, com escola, comércio de artesanato e moradias. "Só em setembro ou outubro, quando estiverem fazendo as casas nossas", diz a cacique da tribo, Maria Soares.

Por esse motivo, a obra orçada em R$ 170 milhões não deve ser entregue no prazo previsto, em novembro de 2013. "A obra está embargada por causa de um bloqueio de nove quilômetros, devido a 500 metros que estão sendo ocupados por uma família que já tem assegurada a recolocação", reclama o presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari , Oreno Ardêmio Heineck.

Há 30 anos, a família Souza administra um restaurante às margens da BR-386. O proprietário acredita que, quando a duplicação estiver pronta, a viagem pela estrada será mais curta, diminuindo o movimento no negócio da família. Mesmo assim, não vê a hora da obra ser concluída. "Diminui um pouco (o movimento no restaurante), mas são vidas que vão ser salvas. A gente pensa nisso", destaca Paulo Roberto de Souza.



http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2012/06/impasse-sobre-aldeia-indigena-atrasa-duplicacao-de-trecho-da-br-386.html
 

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