De Pueblos Indígenas en Brasil

Noticias

Ministra cobra punição para morte de índio

01/03/2013

Autor: Paulo Yafusso

Fonte: O Globo, País, p. 11



Ministra cobra punição para morte de índio
Fazendeiro admite que atirou no jovem. Mas responderá livre

Paulo Yafusso
opais@oglo.com.br

Nove parentes do índio guarani-caiová Denilson Barbosa, de 15 anos, morto por um fazendeiro de Caarapó (MS) no último dia 17, foram incluídos no Programa de Proteção a Testemunhas, do Ministério da Justiça. O corpo dele foi encontrado domingo com um tiro na cabeça na estrada que liga Caarapó a Dourados, região sul de Mato Grosso do Sul, onde se concentra os maiores conflitos agrários entre índios e fazendeiros. O caso fez com que a ministra da Secretaria dos Direitos Humanos, da Presidência da República, Maria do Rosário, fosse ao Estado no início da semana, para conversar com o governador André Puccinelli (PMDB) e cobrar agilidade nas investigações e "punição exemplar" dos culpados pelo crime. O fazendeiro Orlando Gonçalves Carneiro se apresentou um dia depois do crime e confessou que atirou no índio, mas foi liberado para responder o inquérito de homicídio em liberdade.
De acordo com o delegado regional de Polícia de Dourados, Carlos Videira, a perícia entregou nesta quinta-feira o laudo que confirma o argumento do fazendeiro Orlandino Gonçalves Carneiro, de que ele atirou de longe para assustar os indígenas que teriam invadido a sua propriedade para pescar num açude. Um garoto de 11 anos, irmão de Denilson, e o cunhado dele, um rapaz de 20 anos, desmentem a versão do fazendeiro e disseram em depoimento à polícia que os tiros foram disparados à queima-roupa.
Segundo o delegado, o fazendeiro Orlandino Gonçalves confessou que atirou e disse que estava sozinho no dia. Mas o cunhado do índio morto afirma que ao serem atacados pelo fazendeiro e seguranças, ele e o menino foram embora e quando estavam na estrada viram a caminhonete do fazendeiro fazendo manobra para retornar, depois de jogarem o corpo de Denilson na estrada. Por isso, a polícia agora quer esclarecer se mais pessoas acompanhavam o fazendeiro. Um dos pontos que a polícia quer esclarecer é como o fazendeiro, sozinho, conseguiu pegar Denilson do açude onde caiu atingido pelo tiro, colocá-lo na carroceria do veículo e depois jogar o corpo na estrada.
No depoimento, Orlandino Gonçalves disse que estava levando Denilson para o hospital quando viu na estrada um grupo de pessoas que ele acreditava serem índios. Com medo, teria abandonado o índio e fugido.
- Queremos agora que o fazendeiro responda como, no escuro, usando um farolete, conseguiu ver os índios na estrada e como conseguiu sozinho carregar o índio ferido - afirmou o delegado.
O assistente técnico da Funai de Dourados, Diógenes Cariaga, disse que os nove parentes de Denilson Barbosa foram incluídos no programa de proteção a testemunha, por causa das ameaças que vem sofrendo e dos atentados ao acampamento indígena. O corpo de Denilson Barbosa foi enterrado na fazenda em que foi morto e desde o enterro cerca de 300 guarani-caiová montaram barracos no local. Ontem, várias entidades internacionais dos direitos humanos estiveram no local, entre elas a Anistia Internacional, para fazer um manifesto em defesa dos guarani-caiowá.

O Globo, 01/03/2013, País, p. 11

http://oglobo.globo.com/pais/fazendeiro-confessa-ter-matado-indio-no-ms-ministra-exige-punicao-exemplar-7705348
 

Las noticias publicadas en el sitio Povos Indígenas do Brasil (Pueblos Indígenas del Brasil) son investigadas en forma diaria a partir de fuentes diferentes y transcriptas tal cual se presentan en su canal de origen. El Instituto Socioambiental no se responsabiliza por las opiniones o errores publicados en esos textos. En el caso en el que Usted encuentre alguna inconsistencia en las noticias, por favor, póngase en contacto en forma directa con la fuente mencionada.