De Pueblos Indígenas en Brasil

Noticias

Índios comercializam madeira no Nortão

25/02/2005

Fonte: Diário de Cuiabá-Cuiabá-MT



Em Brasnorte, 89 índios da nação Myky teriam firmado contrato de venda com madeireiro

Uma equipe do Ibama e da Polícia Federal está em Brasnorte desde quarta-feira para verificar denúncias de retirada ilegal de madeira na terra indígena Myky, onde vivem 98 índios. Os agentes estão percorrendo parte da área da reserva, de 56 mil hectares, e os galpões das madeireiras da região, para saber se está havendo retirada de toras.
Há cerca de três semanas, o madeireiro Eudes de Aguiar foi preso pela Polícia Federal, acusado de fazer derrubadas dentro da floresta, mas foi solto logo depois por ordem judicial. Ele responde a uma ação penal na Justiça Federal por furto de madeira em terra indígena e falsidade de documentos.
A operação está sendo realizada a pedido do Ministério Público Federal (MPF), que acusa o madeireiro de fazer constantes retiradas de madeira do local e fraudar autorizações do Ibama para derrubada e transporte de madeira. O procurador Mário Lúcio Avelar, autor da ação, também pediu que a PF fizesse buscas nas empresas de propriedade de Eudes para apreender cheques, extratos bancários, ordens de pagamento e livros contábeis.

De acordo com a denúncia do MPF, em uma das fiscalizações foi descoberta a retirada ilegal de 1,5 mil metros cúbicos de cerejeira. Dentro da terra indígena já teriam sido abertos cerca de dez quilômetros de estradas e picadas. "Representantes e/ou prepostos da empresa subtraíram madeira da Terra Indígena Myky em quantidade suficiente para a provocação de elevados danos ambientais (...) utilizaram-se de artifícios com a finalidade de "esquentar" a madeira extraída (...)", diz um trecho da ação.
A derrubada estaria sendo feita, inclusive, com o consentimento dos índios e por meio de contratos. "Os índios contrataram com o denunciado a venda de 335 metros cúbicos de madeira na área próxima à roça, sendo que o madeireiro prometeu pagar R$ 50 o metro cúblico. No entanto, muito mais madeira foi retirada (...) os myky simplesmente deram carta branca para a retirada de madeira", relata outro trecho. Na denúncia, o procurador relata ainda outras formas de pagamento, como a abertura de estradas, favores diversos e bebidas alcoólicas.

As investigações começaram a partir de uma denúncia dos próprios índios e de membros do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) feita no dia 13 de maio do ano passado. Segundo o Cimi, estariam sendo retiradas, inclusive, espécies proibidas como cerejeira, mogno e castanheira. No dia 26 de novembro, foi feita nova denúncia de que as derrubadas continuavam. Apenas naquele dia teriam saído cerca de 300 toras. A reportagem tentou entrar em contato com Eudes. Na casa dele, foi informado de que se encontra viajando.
 

Las noticias publicadas en el sitio Povos Indígenas do Brasil (Pueblos Indígenas del Brasil) son investigadas en forma diaria a partir de fuentes diferentes y transcriptas tal cual se presentan en su canal de origen. El Instituto Socioambiental no se responsabiliza por las opiniones o errores publicados en esos textos. En el caso en el que Usted encuentre alguna inconsistencia en las noticias, por favor, póngase en contacto en forma directa con la fuente mencionada.