De Pueblos Indígenas en Brasil
Noticias
Pira, o embaixador do Xingu
27/08/2015
Fonte: FSP, Cotidiano, p. B4
Pira, o embaixador do Xingu
Pirakumã Yawalapiti (1955-2015)
FABIANO MAISONNAVE EM CAMBRIDGE (EUA)
Em seis décadas, o cacique Pirakumã Yawalapiti acumulou séculos de vivência. Nascido em uma aldeia isolada, viu a chegada dos irmãos Villas Bôas nos anos 1950, quando os índios do Xingu passaram a ter mais contato com o branco.
Pira, como era conhecido, acompanhou seus parentes no trabalho de convencer outras etnias a aceitar a ideia do Parque Nacional do Xingu, que reúne 15 povos no nordeste do Mato Grosso. Foi com os Villas Bôas que aprendeu a ler e a escrever -orgulhava-se de falar cinco idiomas do Xingu, incluindo o yawalapiti, língua da sua etnia.
Chefiou, nos anos 80, o posto Leonardo, principal porto de entrada do Xingu. Recepcionava antropólogos, artistas e outros apoiadores da causa indígena.
Na mesma época, vieram fazendeiros, madeireiros e engenheiros. Pira começou a atuar fora do parque para lidar com o desmatamento na nascente do rio Xingu, o corte ilegal de madeira e projetos hidrelétricos. Comparava o seu trabalho ao de um embaixador. Discursou no Congresso, viajava ao exterior e tinha página no Facebook.
No final de julho, encontrei com ele num evento em Rondônia. Os braços fortes, a lucidez e o passo firme exalavam vitalidade. Perguntei como imaginava o Xingu em dez anos: "Hoje, a juventude não pensa mais como a gente. Cada um vai querer pegar uma parte, explorar a madeira, o minério, essas coisas. Vai ter conflito entre eles."
Morreu no dia 21, aos 60 anos, após um ataque cardíaco durante a tradicional festa do Quarup. Deixa mulher, quatro filhos e netos.
coluna.obituario@uol.com.br
FSP, 27/08/2015, Cotidiano, p. B4
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/230930-pira-o-embaixador-do-xingu.shtml
Pirakumã Yawalapiti (1955-2015)
FABIANO MAISONNAVE EM CAMBRIDGE (EUA)
Em seis décadas, o cacique Pirakumã Yawalapiti acumulou séculos de vivência. Nascido em uma aldeia isolada, viu a chegada dos irmãos Villas Bôas nos anos 1950, quando os índios do Xingu passaram a ter mais contato com o branco.
Pira, como era conhecido, acompanhou seus parentes no trabalho de convencer outras etnias a aceitar a ideia do Parque Nacional do Xingu, que reúne 15 povos no nordeste do Mato Grosso. Foi com os Villas Bôas que aprendeu a ler e a escrever -orgulhava-se de falar cinco idiomas do Xingu, incluindo o yawalapiti, língua da sua etnia.
Chefiou, nos anos 80, o posto Leonardo, principal porto de entrada do Xingu. Recepcionava antropólogos, artistas e outros apoiadores da causa indígena.
Na mesma época, vieram fazendeiros, madeireiros e engenheiros. Pira começou a atuar fora do parque para lidar com o desmatamento na nascente do rio Xingu, o corte ilegal de madeira e projetos hidrelétricos. Comparava o seu trabalho ao de um embaixador. Discursou no Congresso, viajava ao exterior e tinha página no Facebook.
No final de julho, encontrei com ele num evento em Rondônia. Os braços fortes, a lucidez e o passo firme exalavam vitalidade. Perguntei como imaginava o Xingu em dez anos: "Hoje, a juventude não pensa mais como a gente. Cada um vai querer pegar uma parte, explorar a madeira, o minério, essas coisas. Vai ter conflito entre eles."
Morreu no dia 21, aos 60 anos, após um ataque cardíaco durante a tradicional festa do Quarup. Deixa mulher, quatro filhos e netos.
coluna.obituario@uol.com.br
FSP, 27/08/2015, Cotidiano, p. B4
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/230930-pira-o-embaixador-do-xingu.shtml
Las noticias publicadas en el sitio Povos Indígenas do Brasil (Pueblos Indígenas del Brasil) son investigadas en forma diaria a partir de fuentes diferentes y transcriptas tal cual se presentan en su canal de origen. El Instituto Socioambiental no se responsabiliza por las opiniones o errores publicados en esos textos. En el caso en el que Usted encuentre alguna inconsistencia en las noticias, por favor, póngase en contacto en forma directa con la fuente mencionada.