De Pueblos Indígenas en Brasil
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Índios ocupam sede da Funai
16/06/2005
Fonte: O Liberal-Belém-PA
Protesto é motivado pela invasão de reserva indígena por madeireiras
A sede da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Belém amanheceu ocupada, ontem, por 70 índios Tembé, da região do Alto Rio Guamá. Em entrevista a O LIBERAL, o cacique Joca Tembé, 55 anos, explicou que a decisão de invadir, tomada em comum acordo com as demais lideranças da aldeia, visa forçar a direção da Funai a cumprir a promessa de pedir à Polícia Federal a retirada de madeireiros clandestinos, que, segundo denuncia, estão agindo "na calada da noite" na derrubada da floresta, rica em madeira nobre.
A área dos Tembé que está sendo dizimada pelos madeireiros tem 279 mil hectares. No local, os índios têm como principais meios de subsistência o artesanato e a agricultura, com destaque para o plantio de mandioca, cuja farinha d'água abastece toda a população do município de Capitão Poço.
Além de exigir a retirada das serrarias, localizadas a 2,5 quilômetros da aldeia dos Tembé e que estão exportando madeira em tora - maçaranduba, pau d'arco e piquiá, entre outras -, o cacique Joca garante que não vai desocupar a sede enquanto a Funai não cumprir com outra promessa, de que iria instalar pelo menos duas bases de vigilância na localidade de Santa Luzia.
"Antes de virmos para Belém, a gente sabia que a Funai estava em greve, mas não temos nada a ver com isso. Esse é um problema deles. Eles podem muito bem fazer a greve por causa de dinheiro (reajuste salarial de 16%), mas nós também não vamos mais abrir mão dos nossos direitos. Queremos a expulsão desses madeireiros, senão a coisa pode piorar. E também queremos os dois postos de vigilância. Basta de promessa!", desabafou o cacique.
Joca Tembé reclama que, além da direção da Funai não ter destacado nenhum funcionário da administração para recebê-los, acabou deixando os 70 índios sem água e alimentação."Pelo que você pode ver, estamos mais abandonados do que a própria Funai. Fizemos uma viagem de ônibus para Belém por nossa conta, mas acabou o dinheiro. E agora?", completou.
Procurador - Nenhum funcionário da Funai em Belém compareceu ontem ao local de trabalho para atender os índios Tembé. No final da manhã, esteve no prédio, localizado no bairro do Jurunas, o procurador (Procuradoria Federal Especializada no Atendimento Coletivo ao Índio) Delon Carvalho. Ele disse que foi surpreendido pela tomada do prédio e que recebeu a orientação de seus superiores de apenas comparecer ao local, mas que muito pouco poderia falar enquanto não recebesse uma manifestação da administração da Funai em Belém.
Ante a insistência da reportagem em saber como são os procedimentos neste caso, em função da greve dos servidores federais, Delon Carvalho disse que, "em tese, seria a própria administração da Funai quem primeiro deveria se pronunciar a respeito e falar com os índios. Mas como eles (servidores) estão em greve há 15 dias, estamos aqui apenas cumprindo nossa função em nome da procuradoria. E até mesmo em função da legislação em vigor, nada mais podemos declarar a respeito para evitar maiores complicações", desculpou-se Carvalho.
A sede da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Belém amanheceu ocupada, ontem, por 70 índios Tembé, da região do Alto Rio Guamá. Em entrevista a O LIBERAL, o cacique Joca Tembé, 55 anos, explicou que a decisão de invadir, tomada em comum acordo com as demais lideranças da aldeia, visa forçar a direção da Funai a cumprir a promessa de pedir à Polícia Federal a retirada de madeireiros clandestinos, que, segundo denuncia, estão agindo "na calada da noite" na derrubada da floresta, rica em madeira nobre.
A área dos Tembé que está sendo dizimada pelos madeireiros tem 279 mil hectares. No local, os índios têm como principais meios de subsistência o artesanato e a agricultura, com destaque para o plantio de mandioca, cuja farinha d'água abastece toda a população do município de Capitão Poço.
Além de exigir a retirada das serrarias, localizadas a 2,5 quilômetros da aldeia dos Tembé e que estão exportando madeira em tora - maçaranduba, pau d'arco e piquiá, entre outras -, o cacique Joca garante que não vai desocupar a sede enquanto a Funai não cumprir com outra promessa, de que iria instalar pelo menos duas bases de vigilância na localidade de Santa Luzia.
"Antes de virmos para Belém, a gente sabia que a Funai estava em greve, mas não temos nada a ver com isso. Esse é um problema deles. Eles podem muito bem fazer a greve por causa de dinheiro (reajuste salarial de 16%), mas nós também não vamos mais abrir mão dos nossos direitos. Queremos a expulsão desses madeireiros, senão a coisa pode piorar. E também queremos os dois postos de vigilância. Basta de promessa!", desabafou o cacique.
Joca Tembé reclama que, além da direção da Funai não ter destacado nenhum funcionário da administração para recebê-los, acabou deixando os 70 índios sem água e alimentação."Pelo que você pode ver, estamos mais abandonados do que a própria Funai. Fizemos uma viagem de ônibus para Belém por nossa conta, mas acabou o dinheiro. E agora?", completou.
Procurador - Nenhum funcionário da Funai em Belém compareceu ontem ao local de trabalho para atender os índios Tembé. No final da manhã, esteve no prédio, localizado no bairro do Jurunas, o procurador (Procuradoria Federal Especializada no Atendimento Coletivo ao Índio) Delon Carvalho. Ele disse que foi surpreendido pela tomada do prédio e que recebeu a orientação de seus superiores de apenas comparecer ao local, mas que muito pouco poderia falar enquanto não recebesse uma manifestação da administração da Funai em Belém.
Ante a insistência da reportagem em saber como são os procedimentos neste caso, em função da greve dos servidores federais, Delon Carvalho disse que, "em tese, seria a própria administração da Funai quem primeiro deveria se pronunciar a respeito e falar com os índios. Mas como eles (servidores) estão em greve há 15 dias, estamos aqui apenas cumprindo nossa função em nome da procuradoria. E até mesmo em função da legislação em vigor, nada mais podemos declarar a respeito para evitar maiores complicações", desculpou-se Carvalho.
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