De Pueblos Indígenas en Brasil
Noticias
Fazendeiros são presos acusados de ataque a índios
19/08/2016
Autor: Marli Lange
Fonte: O Progresso- http://www.progresso.com.br
Cinco produtores rurais do município de Caarapó foram presos preventivamente na manhã de ontem pela Polícia Federal acusados de envolvimento na tentativa de retirada violenta de indígenas da Fazenda Yvu, em junho deste ano, quando os Guarani-Kaiowá invadiram as terras.
O conflito resultou na morte do agente de saúde indígena Claudioude Aquileu Rodrigues de Souza, 20 anos, no dia 14 de junho e na lesão de outros nove por arma de fogo.
Segundo a Assessoria de Comunicação do Ministério Público Federal (MPF), os mandados foram cumpridos por agentes da Polícia Federal em Dourados, Campo Grande, Caarapó e Laguna Caarapã, que também realizaram buscas e apreensões.
Em nota, o MPF alega que "de acordo com as investigações, os fazendeiros teriam envolvimento direto com o ataque e podem incorrer nos crimes de formação de milícia privada, homicídio, lesão corporal, constrangimento ilegal e dano qualificado".
O advogado de defesa de alguns dos produtores rurais, Felipe Cazuo Azuma, informou ontem que vai pedir hoje a revogação da previsão sob a alegação que as prisões são injustificadas, pois eles já haviam prestado depoimento à Polícia Federal na ocasião dos fatos. Todos os acusados foram levados para as celas da Polícia Federal em Dourados.
"Para os acusados a prisão foi uma surpresa, pois já haviam prestado depoimento, são pessoas com endereço fixo e não tinham pretensão de fugir, além disso, não há indícios de crimes ou interceptação telefônica", alegou Azuma.
O conflito
No dia 12 de junho, índios da comunidade Tey Kuê, da etnia Guarani-Kaiowá, invadiram a Fazenda Yvu, em Caarapó. Foi registrada a ocorrência policial sob a alegação de que os índios teriam fechado uma estrada que dá acesso à fazenda, local que depende de acesso por uma estrada nas imediações da aldeia Tey Kuê.
O conflito aconteceu na manhã do dia 14 de junho, que resultou na morte do agente de saúde indígena com saldo de outros feridos.
Durante o conflito, policiais militares de Caarapó foram até a região e acabaram sendo sequestrados por indígenas, inclusive sendo agredidos, segundo informações da Polícia Militar.
Atualmente pelo menos 11 propriedades entre fazendas e sítios estão ocupadas pelos índios. Eles reivindicam a área como sendo terra tradicional indígena e pedem agilidade na demarcação, já que existe estudo antropológico envolvendo o território.
Os proprietários de terra entre fazendeiros e sitiantes, pediram reintegração de posse e alguns já obtiveram o resultado favorável e estão aguardando a retirada dos índios. A Força Nacional continua na região para manter a situação sob controle e evitar novo conflito.
Demora
De acordo com nota do MPF, "as investigações da força-tarefa Avá Guarani iniciaram logo após a morte de Clodioude Aquileu Rodrigues de Souza, alvejado por dois disparos de arma de fogo, um no abdômen e outro no peito. Em 5 de julho, a Justiça Federal de Dourados deferiu requerimento do MPF e expediu os mandados de prisão, que, por mais de 40 dias, aguardaram o cumprimento pela Polícia Federal.
Para os integrantes da força-tarefa Avá Guarani, "a demora na execução da determinação judicial é reflexo da falta de priorização da questão indígena pelo Executivo em todo o país".
Em "nota de esclarecimento" divulgada no início da tarde de ontem a Superintendência da Polícia Federal rebateu as críticas do MPF, negando que tenha ocorrido qualquer atraso injustificado para o cumprimento das decisões judiciais e alega ter agido com cautela.
Em resposta, apontou falta de bom senso em pedir as prisões sem informações básicas sobre os locais em que os mandados seriam cumpridos e disse que a crítica "causa espécie", pois o MPF participou da investigação, acompanhando as diligências realizadas pela Polícia Federal.
"O prazo utilizado para o cumprimento das ordens judiciais foi o estritamente necessário para que fosse efetuado um levantamento prévio de todos os locais que seriam alvos de intervenção e obtidos os recursos materiais e de pessoal especializado para atuar na situação, recrutando vários policiais de outras delegacias da PF", afirma a nota da Superintendência.
No que diz respeito a alegação de "não existir prioridade na questão indígena", a nota deixa claro que "além da investigação em andamento, foi encaminhada para o Mato Grosso do Sul, imediatamente após o conflito, permanecendo até hoje na região, uma equipe da Polícia Federal sediada em Brasília, especializada em questões indígenas, a qual realiza constantes tratativas com integrantes da Funai, lideranças indígenas, produtores rurais e o próprio MPF, com o escopo de manter a paz e estabilidade social na região do conflito".
Afirma ainda a nota que "as investigações da Polícia Federal na questão continuarão com prioridade e imparcialidade, buscando identificar todos os envolvidos no conflito ocorrido e também no ataque e tortura aos Policiais Militares, apresentando-os ao Poder Judiciário".
http://www.progresso.com.br/dia-a-dia/fazendeiros-sao-presos-acusados-de-ataque-a-indios
O conflito resultou na morte do agente de saúde indígena Claudioude Aquileu Rodrigues de Souza, 20 anos, no dia 14 de junho e na lesão de outros nove por arma de fogo.
Segundo a Assessoria de Comunicação do Ministério Público Federal (MPF), os mandados foram cumpridos por agentes da Polícia Federal em Dourados, Campo Grande, Caarapó e Laguna Caarapã, que também realizaram buscas e apreensões.
Em nota, o MPF alega que "de acordo com as investigações, os fazendeiros teriam envolvimento direto com o ataque e podem incorrer nos crimes de formação de milícia privada, homicídio, lesão corporal, constrangimento ilegal e dano qualificado".
O advogado de defesa de alguns dos produtores rurais, Felipe Cazuo Azuma, informou ontem que vai pedir hoje a revogação da previsão sob a alegação que as prisões são injustificadas, pois eles já haviam prestado depoimento à Polícia Federal na ocasião dos fatos. Todos os acusados foram levados para as celas da Polícia Federal em Dourados.
"Para os acusados a prisão foi uma surpresa, pois já haviam prestado depoimento, são pessoas com endereço fixo e não tinham pretensão de fugir, além disso, não há indícios de crimes ou interceptação telefônica", alegou Azuma.
O conflito
No dia 12 de junho, índios da comunidade Tey Kuê, da etnia Guarani-Kaiowá, invadiram a Fazenda Yvu, em Caarapó. Foi registrada a ocorrência policial sob a alegação de que os índios teriam fechado uma estrada que dá acesso à fazenda, local que depende de acesso por uma estrada nas imediações da aldeia Tey Kuê.
O conflito aconteceu na manhã do dia 14 de junho, que resultou na morte do agente de saúde indígena com saldo de outros feridos.
Durante o conflito, policiais militares de Caarapó foram até a região e acabaram sendo sequestrados por indígenas, inclusive sendo agredidos, segundo informações da Polícia Militar.
Atualmente pelo menos 11 propriedades entre fazendas e sítios estão ocupadas pelos índios. Eles reivindicam a área como sendo terra tradicional indígena e pedem agilidade na demarcação, já que existe estudo antropológico envolvendo o território.
Os proprietários de terra entre fazendeiros e sitiantes, pediram reintegração de posse e alguns já obtiveram o resultado favorável e estão aguardando a retirada dos índios. A Força Nacional continua na região para manter a situação sob controle e evitar novo conflito.
Demora
De acordo com nota do MPF, "as investigações da força-tarefa Avá Guarani iniciaram logo após a morte de Clodioude Aquileu Rodrigues de Souza, alvejado por dois disparos de arma de fogo, um no abdômen e outro no peito. Em 5 de julho, a Justiça Federal de Dourados deferiu requerimento do MPF e expediu os mandados de prisão, que, por mais de 40 dias, aguardaram o cumprimento pela Polícia Federal.
Para os integrantes da força-tarefa Avá Guarani, "a demora na execução da determinação judicial é reflexo da falta de priorização da questão indígena pelo Executivo em todo o país".
Em "nota de esclarecimento" divulgada no início da tarde de ontem a Superintendência da Polícia Federal rebateu as críticas do MPF, negando que tenha ocorrido qualquer atraso injustificado para o cumprimento das decisões judiciais e alega ter agido com cautela.
Em resposta, apontou falta de bom senso em pedir as prisões sem informações básicas sobre os locais em que os mandados seriam cumpridos e disse que a crítica "causa espécie", pois o MPF participou da investigação, acompanhando as diligências realizadas pela Polícia Federal.
"O prazo utilizado para o cumprimento das ordens judiciais foi o estritamente necessário para que fosse efetuado um levantamento prévio de todos os locais que seriam alvos de intervenção e obtidos os recursos materiais e de pessoal especializado para atuar na situação, recrutando vários policiais de outras delegacias da PF", afirma a nota da Superintendência.
No que diz respeito a alegação de "não existir prioridade na questão indígena", a nota deixa claro que "além da investigação em andamento, foi encaminhada para o Mato Grosso do Sul, imediatamente após o conflito, permanecendo até hoje na região, uma equipe da Polícia Federal sediada em Brasília, especializada em questões indígenas, a qual realiza constantes tratativas com integrantes da Funai, lideranças indígenas, produtores rurais e o próprio MPF, com o escopo de manter a paz e estabilidade social na região do conflito".
Afirma ainda a nota que "as investigações da Polícia Federal na questão continuarão com prioridade e imparcialidade, buscando identificar todos os envolvidos no conflito ocorrido e também no ataque e tortura aos Policiais Militares, apresentando-os ao Poder Judiciário".
http://www.progresso.com.br/dia-a-dia/fazendeiros-sao-presos-acusados-de-ataque-a-indios
Las noticias publicadas en el sitio Povos Indígenas do Brasil (Pueblos Indígenas del Brasil) son investigadas en forma diaria a partir de fuentes diferentes y transcriptas tal cual se presentan en su canal de origen. El Instituto Socioambiental no se responsabiliza por las opiniones o errores publicados en esos textos. En el caso en el que Usted encuentre alguna inconsistencia en las noticias, por favor, póngase en contacto en forma directa con la fuente mencionada.