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Invasão Zero | Milícia que assassina indígenas na Bahia tem representação no Congresso e ajuda da PM de Jerônimo (PT)

05/02/2024

Autor: Vinícius de Oliveira

Fonte: Esquerda Diário - esquerdadiario.com.br



Os ataques aos indígenas do povo Pataxó ocorridos no último dia 21 foram comprovadamente organizados por uma milícia de fazendeiros chamada "Invasão Zero". Mas como a polícia da Bahia, estado governado por Jerônimo do PT, auxilia nessas ações?

O ano de 2024 começou para o povo Pataxó com violência e ataques. Um grupo de ruralistas conhecido como "Invasão Zero" organizou, por meio das redes sociais, um ataque na Terra Indígena Caramuru-Catarina Paraguassu. Este grupo já se espalha por todo o Brasil e possui até mesmo representação no Congresso Nacional.

A Frente Parlamentar Invasão Zero foi fundada em 2023 e conta entre seus números figuras asquerosas como Ricardo Salles do PL, ex-ministro do governo Bolsonaro, e é presidida por Luciano Zucco, do Republicanos, partido do governador de extrema-direita Tarcísio de Freitas, e que também tem um ministério no governo de frente ampla de Lula-Alckmin, e no seu evento de fundação contou inclusive com a presença de Jair Bolsonaro.

Essa milícia rural, de origem no estado da Bahia, além de ter amigos parlamentares possui também um outro grande aliado: a polícia do estado da Bahia. Essa "força de segurança", que é a nomenclatura que a burguesia usa para mascarar o papel repressivo da polícia, foi diretamente cúmplice dos fazendeiros que atacaram o povo Pataxó no dia 21 de janeiro. Além da ação não ter nem mesmo um mandato de reintegração e a PM não ter feito nada quanto à presença dos fazendeiros, ela diretamente agrediu indígenas fisicamente, aliando-se assim à ação.

Um dos fundadores do movimento, em áudio enviado para organizar o ataque, admitiu que "O batalhão de Jequié [município na Bahia conhecido pela atuação de grupos de extermínio] está sendo mobilizado junto com os produtores para amanhã de manhã fazer a retirada". Nesse caso ele se refere ao batalhão da Polícia Militar da cidade. Essa polícia é comandada pelo governador Jerônimo, do PT, partido que também compõe o governo federal e a frente ampla.

É um absurdo que esse mesmo partido, que subiu a rampa do Palácio do Planalto e ao executivo federal com a promessa de ser um governo de todos e junto a representantes de movimentos sociais, entre eles o movimento negro e indígena, hoje seja tão conivente com ações com essa, e nesse caso seja diretamente responsável. O estado da Bahia foi palco de chacinas no ano passado, junto a estados governados pela extrema direita, como São Paulo de Tarcísio e o Rio de Janeiro de Castro. Além disso, o ministério dos povos indígenas hoje é um dos que menos recebe recursos, sendo rifado pelo governo federal.

Essa é uma prova de como a conciliação de classes abre espaço para a extrema-direita: cumplicidade com a violência aos povos originários e vista grossa a milícias rurais ligadas ao agronegócio. Somente a luta da classe trabalhadora aliada aos povos indígenas e todos os oprimidos pode de fato se enfrentar com esses grupos que se apoiam tanto na extrema-direita asquerosa de Bolsonaro quanto na frente ampla de Lula-Alckmin expressa no governo de Jerônimo.


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