De Pueblos Indígenas en Brasil
News
'Seremos atingidos por um projeto de morte', afirma indígena sobre Ferrogrão
10/05/2024
Autor: Raisa Araújo
Fonte: Agência Cenarium - agenciacenarium.com.br
BELÉM (PA) - A presidente do Conselho Deliberativo da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia (Coiab), Auricélia Arapiun, afirma que a construção da Ferrovia Ferrogrão (EF-170) não afetaria apenas comunidades indígenas do Norte do País, mas também representaria uma ameaça à Amazônia e ao modo de vida tradicional. Com 933 quilômetros de extensão, a estrada de ferro deve passar por áreas de preservação permanente e terras indígenas.
Para a liderança, o governo brasileiro se torna contraditório quando se autoproclama defensor do meio ambiente e promove projetos de alto impacto socioambiental. "Quem aqui [no Pará] come soja? Quem aqui come milho? Quem sobrevive disso? Não é para nós. Nunca foi e nunca será!" questionou Auricélia, durante Seminário Técnico sobre a Viabilidade dos Aspectos Socioambientais da Ferrogrão, organizado pelo Ministério dos Transportes em Santarém, no interior paraense, realizado nesta semana.
O Baixo Tapajós concentra 14 povos indígenas e possui uma população média de mais de 20 mil pessoas, que vivem nos municípios de Aveiro, Santarém e Belterra, e que serão impactadas diretamente pela ferrovia. Em entrevista à AGÊNCIA CENARIUM, a presidente do Conselho da Coiab ressaltou que a Ferrogrão é um símbolo de destruição e representa o agronegócio, o que, para ela, não beneficia as populações da Amazônia.
PUBLICIDADE
"É muito contraditório quando se tem uma COP [Conferência do Clima da ONU] a ser realizada no Brasil, no nosso Estado. É contraditório demais quando o Brasil e o mundo se voltam para o Rio Grande do Sul e debatem a questão dos impactos que as mudanças climáticas estão causando para a gente e, na contramão disso, o governo lança um PAC 3 que inclui grandes empreendimentos na Amazônia. A gente vem falando há muito tempo e denunciando que esses grandes empreendimentos nos nossos territórios na Amazônia vão causar problemas hoje, amanhã e futuramente", ressaltou Auricélia.
Diversos grupos, incluindo os povos Munduruku, Kayapó, Panará e Xavante, da região do Tapajós, além de ribeirinhos e agricultores familiares, têm se manifestado contra o projeto da Ferrogrão, que prevê uma extensão de cerca de 933 quilômetros, conectando Sinop, em Mato Grosso, a Miritituba, no Pará, e atravessando áreas de preservação e terras indígenas.
Protestos
A semana foi de protestos indígenas contra a Ferrogrão, em Santarém, no Pará. O Seminário Técnico sobre a Viabilidade dos Aspectos Socioambientais da Ferrogrão, organizado pelo Ministério dos Transportes em Santarém, que teve início na terça-feira, 7, não contou com a participação Conselho Indígena Tapajós e Arapiuns (Cita), grupo que tem participado diretamente das manifestações contra a ferrovia.
Durante o primeiro dia de seminário, em um ato de protesto, representantes indígenas aplicaram tinta de urucum, que possui uma cor avermelhada, nos rostos dos participantes da reunião que são favoráveis à construção da Ferrogrão e aproveitaram o momento para destacar os impactos ambientais que esta ferrovia acarretaria na região da Bacia do Tapajós.
As imagens rapidamente viralizaram na internet, principalmente pelo fato da reunião, para agilizar a aprovação da Ferrogrão, acontecer em meio a uma das maiores catástrofes climáticas vividas no Brasil, no Rio Grande do Sul.
Em comunicado, os representantes dos povos indígenas exigiram o cancelamento imediato e definitivo do projeto da Ferrogrão, bem como a proteção integral do Parque Nacional do Jamanxim. Eles também solicitaram a responsabilização das empresas envolvidas pelos danos ambientais e sociais na região do Tapajós e do Xingu.
Impactos
De acordo com estudos, a implantação da ferrovia poderia resultar no desmatamento de uma área equivalente a 49 mil km² em 48 municípios, além de impactar unidades de conservação e terras indígenas, três delas totalmente isoladas. No entanto, os ativistas enfatizaram a importância da ação coletiva para impedir essa devastação.
Para assinar a petição contra o projeto da Ferrogrão, acesse: https://ferrograonao.com.br/.
https://agenciacenarium.com.br/seremos-atingidos-por-um-projeto-de-morte-afirma-indigena-sobre-ferrograo/
Para a liderança, o governo brasileiro se torna contraditório quando se autoproclama defensor do meio ambiente e promove projetos de alto impacto socioambiental. "Quem aqui [no Pará] come soja? Quem aqui come milho? Quem sobrevive disso? Não é para nós. Nunca foi e nunca será!" questionou Auricélia, durante Seminário Técnico sobre a Viabilidade dos Aspectos Socioambientais da Ferrogrão, organizado pelo Ministério dos Transportes em Santarém, no interior paraense, realizado nesta semana.
O Baixo Tapajós concentra 14 povos indígenas e possui uma população média de mais de 20 mil pessoas, que vivem nos municípios de Aveiro, Santarém e Belterra, e que serão impactadas diretamente pela ferrovia. Em entrevista à AGÊNCIA CENARIUM, a presidente do Conselho da Coiab ressaltou que a Ferrogrão é um símbolo de destruição e representa o agronegócio, o que, para ela, não beneficia as populações da Amazônia.
PUBLICIDADE
"É muito contraditório quando se tem uma COP [Conferência do Clima da ONU] a ser realizada no Brasil, no nosso Estado. É contraditório demais quando o Brasil e o mundo se voltam para o Rio Grande do Sul e debatem a questão dos impactos que as mudanças climáticas estão causando para a gente e, na contramão disso, o governo lança um PAC 3 que inclui grandes empreendimentos na Amazônia. A gente vem falando há muito tempo e denunciando que esses grandes empreendimentos nos nossos territórios na Amazônia vão causar problemas hoje, amanhã e futuramente", ressaltou Auricélia.
Diversos grupos, incluindo os povos Munduruku, Kayapó, Panará e Xavante, da região do Tapajós, além de ribeirinhos e agricultores familiares, têm se manifestado contra o projeto da Ferrogrão, que prevê uma extensão de cerca de 933 quilômetros, conectando Sinop, em Mato Grosso, a Miritituba, no Pará, e atravessando áreas de preservação e terras indígenas.
Protestos
A semana foi de protestos indígenas contra a Ferrogrão, em Santarém, no Pará. O Seminário Técnico sobre a Viabilidade dos Aspectos Socioambientais da Ferrogrão, organizado pelo Ministério dos Transportes em Santarém, que teve início na terça-feira, 7, não contou com a participação Conselho Indígena Tapajós e Arapiuns (Cita), grupo que tem participado diretamente das manifestações contra a ferrovia.
Durante o primeiro dia de seminário, em um ato de protesto, representantes indígenas aplicaram tinta de urucum, que possui uma cor avermelhada, nos rostos dos participantes da reunião que são favoráveis à construção da Ferrogrão e aproveitaram o momento para destacar os impactos ambientais que esta ferrovia acarretaria na região da Bacia do Tapajós.
As imagens rapidamente viralizaram na internet, principalmente pelo fato da reunião, para agilizar a aprovação da Ferrogrão, acontecer em meio a uma das maiores catástrofes climáticas vividas no Brasil, no Rio Grande do Sul.
Em comunicado, os representantes dos povos indígenas exigiram o cancelamento imediato e definitivo do projeto da Ferrogrão, bem como a proteção integral do Parque Nacional do Jamanxim. Eles também solicitaram a responsabilização das empresas envolvidas pelos danos ambientais e sociais na região do Tapajós e do Xingu.
Impactos
De acordo com estudos, a implantação da ferrovia poderia resultar no desmatamento de uma área equivalente a 49 mil km² em 48 municípios, além de impactar unidades de conservação e terras indígenas, três delas totalmente isoladas. No entanto, os ativistas enfatizaram a importância da ação coletiva para impedir essa devastação.
Para assinar a petição contra o projeto da Ferrogrão, acesse: https://ferrograonao.com.br/.
https://agenciacenarium.com.br/seremos-atingidos-por-um-projeto-de-morte-afirma-indigena-sobre-ferrograo/
The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source