De Pueblos Indígenas en Brasil

News

MPF recomenda uso de plataforma de territórios tradicionais para defender direitos dos povos indígenas

29/04/2025

Fonte: MPF - https://www.mpf.mp.br



O Ministério Público Federal (MPF) esteve presente no Seminário "RN é Terra Indígena: Saberes Tradicionais e Preservação Ambiental", promovido pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), entre os dias 23 e 26 de abril. No terceiro dia do evento, o procurador da República Camões Boaventura apresentou a Plataforma de Territórios Tradicionais, uma iniciativa do MPF, do Conselho Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais (CNPCT) e da Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ). Para Camões Boaventura, a ferramenta é uma iniciativa importante para a defesa dos povos indígenas e tradicionais.

O representante do MPF participou de uma mesa de diálogo com o cacique Carlos Potiguara, da aldeia Amarelão; com a juíza federal Gisele Leite; e com o coordenador de Movimentos Sociais do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFRN, José Victor Oliveira.

Segundo dados do IBGE de 2022, o Rio Grande do Norte possui uma população de 11.724 indígenas - no entanto, é o único estado do Brasil sem terras indígenas demarcadas. Camões Boaventura lamentou esse déficit e considerou que as perspectivas não são das melhores. "Se formos esperar o Estado brasileiro reconhecer de forma oficial (as terras indígenas), dentro da normativa hoje vigente, esperaremos deitados".

Como alternativa, o procurador destaca que a autodeclaração dos povos, em relação a seus territórios, é uma saída necessária. "E é aí que entra essa plataforma de Territórios Tradicionais", enfatiza o procurador, para quem a ferramenta é uma iniciativa extremamente promissora e de vanguarda, pois pode impedir que comunidades tradicionais sejam "invisibilizadas" em ações públicas, intervenções ou instalação de empreendimentos em suas áreas de abrangência.

Diversas lideranças se mostraram interessadas em alimentar o espaço com as informações dos territórios indígenas do estado. Uma vez registrados na plataforma, esses dados podem servir para consulta de órgãos de controle (como o próprio MPF) e de entidades responsáveis, por exemplo, pelos licenciamentos ambientais.

"Essa plataforma já está gerando efeitos jurídicos", confirmou Camões Boaventura, exemplificando o caso de uma comunidade cigana que ocupava uma praça pública em Goiás e que só veio a obter a regularização fundiária após registrar seu espaço na Plataforma Territórios Tradicionais.

Plataforma - Na Plataforma de Territórios Tradicionais é possível não só conhecer melhor essas comunidades existentes no país, inclusive com a ajuda de um mapa, como também efetuar denúncias e mesmo fazer o cadastramento de novos territórios, seguindo os manuais. Nesse caso, todas as solicitações passam por uma ampla análise antes de serem acrescentadas.

A plataforma reúne e disponibiliza informações socioeconômicas, dados territoriais georreferenciados, histórias e reivindicações de áreas tradicionalmente ocupadas no Brasil. As informações são autodeclaratórias e dão visibilidade a demandas dos povos e comunidades tradicionais (PCTs). A plataforma ainda contribui para prevenir ou mitigar violações a direitos humanos e cria uma base cartográfica capaz de identificar estágios de reconhecimento.

Mobilização - Além do Campus central da UFRN, o seminário ocorreu no Campus de Caicó, no Campus do IFRN de Ceará-Mirim, na Comunidade Indígena do Katu e na de Vila Flor (Canguaretama/Goianinha). O objetivo principal foi promover um diálogo entre os saberes indígenas e acadêmicos, reconhecendo a presença e a luta dos povos indígenas, bem como sua contribuição para a proteção ambiental.

O Dia dos Povos Indígenas foi celebrado em 19 de abril. A data foi instituída em 2 de junho de 1943, pelo Decreto-lei 5.540, com o nome de Dia do índio. Em 2022, por meio da Lei 14.402, foi alterado para"Dia dos Povos Indígenas, a fim de ressaltar a pluralidade dos povos originários.

O seminário foi promovido pela Comunidade Ambiental (Coamb), em conjunto com o Diretório Central dos Estudantes (DCE/UFRN), o Centro de Integração de Redes Sociais da UFRN (CIRS/UFRN) e o Departamento de Antropologia da UFRN.

https://www.mpf.mp.br/rn/sala-de-imprensa/noticias-rn/mpf-defende-uso-de-plataforma-de-territorios-tradicionais-para-defender-direitos-dos-povos-indigenas
 

The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source