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Comunidades da Amazônia sofrem com seca fluvial

30/06/2025

Fonte: Valor Econômico - https://valor.globo.com/brasil/



Comunidades da Amazônia sofrem com seca fluvial
Cenário prejudicou produção e transporte de alimentos da região

30/06/2025

Lucas Altino

No ano passado, diante da seca histórica na Amazônia, o Rio Madeira, um dos mais importantes da Bacia da Amazônia, atingiu uma cota de apenas 25 centímetros na altura de Porto Velho (RO), o recorde da série histórica da medição do Sistema Geológico do Brasil (SGB), que começou em 1967. Esse rio, que nasce na Bolívia, passa por Rondônia e vai até o Amazonas, é um dos mais importantes para o transporte de cargas da região Norte.

O seu nível extremamente baixo, que se refletiu em toda a bacia, atingiu especialmente comunidades remotas da região, que dependem dos rios para escoar sua produção e trazer alimentos e demais itens essenciais. Na Terra Indígena (TI) Uru-Eu-Wau-Wau, por exemplo, que fica na Bacia do Madeira, Weliton Cabixi, de 26 anos, conta que foi a pior seca que já viveu.

"Eu não tinha vivido isso, não tinha secado como nos últimos dois anos. Ano passado foi o pior e vem nos afetando bastante. Como a gente vive em local de difícil acesso, somente pela via fluvial, tivemos dificuldade em levar nossa produção para outras cidades e de trazer alimentos. Afetou muito em relação à saúde", afirma Cabixi.

Na esteira das mudanças climáticas, um El Niño muito intenso causou aquecimento anormal no Atlântico Norte, afetando o regime de chuvas da Amazônia. Segundo dados do Cemaden, considerando a média de estiagem em 2024 na Amazônia, 70% dos municípios da região (414 de 591) tiveram um ano de seca. Vários rios além do Madeira foram rebaixados aos menores níveis já vistos, como o Xingu e o Iriri.

Se o transporte foi prejudicado, a seca também impactou gravemente a própria produção de alimentos. Por causa da seca de 2024, não houve, por exemplo, safra de castanha em diversas regiões amazônicas no primeiro semestre deste ano, e a extração foi reduzida em mais de 70%. De dezembro a maio, os ouriços de castanha, como são chamados os frutos das castanheiras, caem das árvores e atraem extrativistas que coletam, separam e organizam o que é o segundo produto de extração mais vendido da Amazônia (atrás apenas do açaí). Mas a estiagem comprometeu a fisiologia das castanheiras e a reprodução das abelhas, que são as responsáveis por polinizar as flores.

A Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau foi um dos locais onde não houve safra de castanha, que é essencial para a alimentação das famílias e a geração de renda. Além disso, outras plantações, como laranja, café, mandioca e banana também sofreram impactos

"Com essa seca, perdemos algumas plantações, dificultando a renda de todas as famílias", diz Cabixi, que cita outros problemas além das mudanças climáticas. "O agronegócio e garimpos ilegais vêm afetando populações indígenas, tradicionais, extrativistas e quilombolas.

https://valor.globo.com/brasil/cop30-amazonia/noticia/2025/06/30/comunidades-da-amazonia-sofrem-com-seca-fluvial.ghtml
 

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