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Cúpula de países amazônicos termina com apoio a novo fundo para florestas tropicais
22/08/2025
Fonte: FSP - https://www1.folha.uol.com.br/
Cúpula de países amazônicos termina com apoio a novo fundo para florestas tropicais
O chamado TFFF deverá ser lançado na COP30, em Belém; tema de segurança na região também dominou encontro de países
22/08/2025
Phillippe Watanabe
Representantes da OTCA (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica) assinaram, na tarde de sexta-feira (22), a Declaração de Bogotá. Cumprindo a expectativa inicial, o texto traz menção de apoio a um novo mecanismo financeiro amazônico conhecido como TFFF (Fundo Florestas Tropicais para Sempre, na sigla em inglês), e a uma nova estrutura de cogovernança indígena dentro da OTCA.
A apresentação da declaração, com 33 resoluções, contou com a presença do presidente Lula (PT), de Gustavo Petro e de Luis Arce, mandatários da Colômbia e da Bolívia, e da vice-presidente do Equador, María José Pinto. Representantes das outras nações amazônicas também estiveram presentes durante as tratativas do texto.
Um dos principais elementos da declaração é o consenso de apoio ao lançamento conjunto do TFFF. Trata-se de um mecanismo encabeçado pelo Brasil e que será oficialmente lançado durante a COP30, a conferência da ONU sobre mudanças climáticas, a ser realizada no fim do ano, em Belém, no Pará.
A ideia do instrumento é ser uma nova fonte de recursos para países amazônicos, diferenciando-se dos mecanismos que dizem respeito somente à redução de desmatamento. Em linhas gerais, os valores serão relacionados à proporção de floresta conservada.
Outro ponto de consenso na declaração foi a criação do Mapi (Mecanismo Amazônico de Povos Indígenas), que dará uma maior participação de movimentos indígenas na OTCA. A primeira presidente do Mapi será Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas do governo brasileiro. Ela assume a presidência do mecanismo junto com a Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira).
O Mapi especificamente pode ser considerado como uma conquista importante, considerando que havia resistência interna com a ideia de participação indígena, segundo a Folha apurou. Esse mecanismo traz os povos indígenas para mesas de deliberação, ou seja, colocam frente a frente delegados de governos e dos indígenas.
A cúpula como um todo, por sinal, mostrou uma forte presença indígena, tendo sua abertura dominada, especialmente, por falas de representantes de povos originários.
Houve também o consenso em declarar que os países amazônicos cheguem unidos à COP30, focando o objetivo de evitar que a amazônia atinja o chamado ponto de não retorno, como cientistas se referem à situação em que o bioma colapsaria, por atingir grau muito elevado de devastação.
A necessária união dos países foi comentada em momentos dos discursos dos presidentes, mas, ao mesmo tempo, a negociação para a declaração não foi tão tranquila nos bastidores.
De quarta (20) para quinta-feira (21), este último o dia que em que os ministros de Relações Exteriores assumiriam as tratativas, as discussões avançaram na madrugada.
Além disso, parte do discurso de Petro durante a cúpula pode ser lido como uma pequena cutucada no Brasil e no presidente Lula.
O governo colombiano defende o fim da exploração de combustíveis fósseis na amazônia. Enquanto isso, o Brasil coloca esforços em direção a uma possível nova frente de exploração, na bacia Foz do Amazonas.
Petro, ao defender a descarbonização das economias, afirmou que sabe as implicações disso na política latino-americana, "inclusive a progressista".
"Se é progressista, acata a ciência. Hoje a ciência nos diz, imperativamente, que devemos deter o C [gás carbônico] na atmosfera. Logo, um progressismo na América Latina deve defender que saiamos das economias fósseis, ou seja, as que se sustentam sobre o carbono, o petróleo e o gás", disse Petro.
"Houve um capitalismo fóssil, houve um socialismo fóssil. A nova época é descarbonizada. Sem C [gás carbônico] na economia", discursou também.
A declaração conta ainda com apoio a uma comissão de segurança para combate a crimes ambientais e transfronteiriços. O tema ganhou destaque nos discursos de Petro e de Lula. Na quinta-feira (21), a cidade de Cáli, na Colômbia, foi palco do pior atentado da última década.
Segundo o presidente colombiano, os ataques, que provocaram a morte de 19 pessoas e deixaram dezenas feridas, são ações do narcotráfico.
A Folha apurou que houve, porém, uma falta de indicações mais claras sobre a participação da sociedade civil, como um todo, na OTCA. Os resultados dos Diálogos Amazônicos -fase prévia da cúpula para discutir, com a sociedade, o avanço da implementação da Declaração de Belém, assinada em 2023, e de outros temas- acabaram não sendo entregues a tempo para, de fato, poderem influenciar o documento final da cúpula.
Vale mencionar que a OTCA ficou uma década praticamente inativa. O presidente Lula, inclusive, brincou com o fato. "Eu fiquei oito anos na presidência e não participei de nenhuma reunião da OTCA. Participei no meu segundo mandato [referindo-se ao período atual] quando convidamos para o encontro de Belém [em 2023]", disse Lula.
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2025/08/cupula-de-paises-amazonicos-termina-com-apoio-a-novo-fundo-para-florestas-tropicais.shtml
O chamado TFFF deverá ser lançado na COP30, em Belém; tema de segurança na região também dominou encontro de países
22/08/2025
Phillippe Watanabe
Representantes da OTCA (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica) assinaram, na tarde de sexta-feira (22), a Declaração de Bogotá. Cumprindo a expectativa inicial, o texto traz menção de apoio a um novo mecanismo financeiro amazônico conhecido como TFFF (Fundo Florestas Tropicais para Sempre, na sigla em inglês), e a uma nova estrutura de cogovernança indígena dentro da OTCA.
A apresentação da declaração, com 33 resoluções, contou com a presença do presidente Lula (PT), de Gustavo Petro e de Luis Arce, mandatários da Colômbia e da Bolívia, e da vice-presidente do Equador, María José Pinto. Representantes das outras nações amazônicas também estiveram presentes durante as tratativas do texto.
Um dos principais elementos da declaração é o consenso de apoio ao lançamento conjunto do TFFF. Trata-se de um mecanismo encabeçado pelo Brasil e que será oficialmente lançado durante a COP30, a conferência da ONU sobre mudanças climáticas, a ser realizada no fim do ano, em Belém, no Pará.
A ideia do instrumento é ser uma nova fonte de recursos para países amazônicos, diferenciando-se dos mecanismos que dizem respeito somente à redução de desmatamento. Em linhas gerais, os valores serão relacionados à proporção de floresta conservada.
Outro ponto de consenso na declaração foi a criação do Mapi (Mecanismo Amazônico de Povos Indígenas), que dará uma maior participação de movimentos indígenas na OTCA. A primeira presidente do Mapi será Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas do governo brasileiro. Ela assume a presidência do mecanismo junto com a Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira).
O Mapi especificamente pode ser considerado como uma conquista importante, considerando que havia resistência interna com a ideia de participação indígena, segundo a Folha apurou. Esse mecanismo traz os povos indígenas para mesas de deliberação, ou seja, colocam frente a frente delegados de governos e dos indígenas.
A cúpula como um todo, por sinal, mostrou uma forte presença indígena, tendo sua abertura dominada, especialmente, por falas de representantes de povos originários.
Houve também o consenso em declarar que os países amazônicos cheguem unidos à COP30, focando o objetivo de evitar que a amazônia atinja o chamado ponto de não retorno, como cientistas se referem à situação em que o bioma colapsaria, por atingir grau muito elevado de devastação.
A necessária união dos países foi comentada em momentos dos discursos dos presidentes, mas, ao mesmo tempo, a negociação para a declaração não foi tão tranquila nos bastidores.
De quarta (20) para quinta-feira (21), este último o dia que em que os ministros de Relações Exteriores assumiriam as tratativas, as discussões avançaram na madrugada.
Além disso, parte do discurso de Petro durante a cúpula pode ser lido como uma pequena cutucada no Brasil e no presidente Lula.
O governo colombiano defende o fim da exploração de combustíveis fósseis na amazônia. Enquanto isso, o Brasil coloca esforços em direção a uma possível nova frente de exploração, na bacia Foz do Amazonas.
Petro, ao defender a descarbonização das economias, afirmou que sabe as implicações disso na política latino-americana, "inclusive a progressista".
"Se é progressista, acata a ciência. Hoje a ciência nos diz, imperativamente, que devemos deter o C [gás carbônico] na atmosfera. Logo, um progressismo na América Latina deve defender que saiamos das economias fósseis, ou seja, as que se sustentam sobre o carbono, o petróleo e o gás", disse Petro.
"Houve um capitalismo fóssil, houve um socialismo fóssil. A nova época é descarbonizada. Sem C [gás carbônico] na economia", discursou também.
A declaração conta ainda com apoio a uma comissão de segurança para combate a crimes ambientais e transfronteiriços. O tema ganhou destaque nos discursos de Petro e de Lula. Na quinta-feira (21), a cidade de Cáli, na Colômbia, foi palco do pior atentado da última década.
Segundo o presidente colombiano, os ataques, que provocaram a morte de 19 pessoas e deixaram dezenas feridas, são ações do narcotráfico.
A Folha apurou que houve, porém, uma falta de indicações mais claras sobre a participação da sociedade civil, como um todo, na OTCA. Os resultados dos Diálogos Amazônicos -fase prévia da cúpula para discutir, com a sociedade, o avanço da implementação da Declaração de Belém, assinada em 2023, e de outros temas- acabaram não sendo entregues a tempo para, de fato, poderem influenciar o documento final da cúpula.
Vale mencionar que a OTCA ficou uma década praticamente inativa. O presidente Lula, inclusive, brincou com o fato. "Eu fiquei oito anos na presidência e não participei de nenhuma reunião da OTCA. Participei no meu segundo mandato [referindo-se ao período atual] quando convidamos para o encontro de Belém [em 2023]", disse Lula.
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2025/08/cupula-de-paises-amazonicos-termina-com-apoio-a-novo-fundo-para-florestas-tropicais.shtml
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