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Mortes: Registrou cotidiano e lutas de povos originários

19/08/2025

Fonte: FSP - https://www1.folha.uol.com.br/



Mortes: Registrou cotidiano e lutas de povos originários
Indígena do povo gavião do Pará, M're foi fotógrafo e comunicador digital

19/08/2025

Adriano Alves

Entre o povo indígena gavião, do Pará, há o costume de batizar as crianças com traços de sua personalidade. Kumreiti ganhou esse nome, uma escolha do padrinho, por ser um menino muito ativo. Gostava de caçar e fazer artesanatos, era muito brincalhão, saía com colegas para festas e pescarias na beira do rio, além de jogar bola.

Ainda criança, ganhou o apelido de M're, uma abreviação fonética que levou para toda a vida. Depois, como nome artístico também somou sua origem: M're Gavião. Era assim que assinava suas postagens sobre os povos originários nas redes sociais, onde somava mais de 14 mil seguidores.

Tudo começou de forma simples, quando ganhou um celular na juventude. Ele, que sempre gostou de imagens e reuniões comunitárias, passou a registrar seu povo. Criou o Mídia Gavião, projeto para mostrar as culturas e lutas na terra indígena Mãe Maria. Ainda com o aparelho se destacou em sua primeira cobertura do Acampamento Terra Livre, em 2017 -foram muitas nos anos seguintes.

Na época, estudava ciências sociais na Universidade do Pará, em Marabá, onde nasceu. Continuou se dedicando ao audiovisual, comprou uma máquina e passou a registrar as aldeias.

Seu trabalho chegou a Sônia Guajajara. Trabalhou na campanha da então candidata a deputada federal. Continuou como seu fotógrafo após a eleição. Também atuou desde a implementação do Ministério dos Povos Indígenas como fotógrafo oficial da sua assessoria de comunicação.

Acompanhando as ações do ministério, viajou a quase todos os estados do Brasil. E, nas folgas, continuava a visitar comunidades indígenas. "Todos conhecem ele nessas comunidades, desde o Pará ao Rio Grande do Sul. Ele ficava semanas e semanas acompanhando e gravando eventos", diz o pai, Kine Kukukakrykre Parkateje, 54.

M're passou a ser reconhecido como um dos principais comunicadores indígenas do país e tornou-se referência entre os jovens. O pai conta, orgulhoso, que muitos passaram a fazer cursos de fotografias inspirados em sua história. "As câmeras, estamos guardando como nossa herança dele, que deixou um legado bonito", afirma o pai.

Inclusive, entre os planos do jovem comunicador estava terminar a faculdade -só faltava o trabalho de conclusão- e se dedicar à educação.

Morreu no dia 4 de maio, aos 28 anos, por causa de uma apendicite aguda.

Deixa a mulher, Claudete, 27, a mãe, Vanilda, 52, o pai, Kine Kukukakrykre, 54, dois irmãos e quatro sobrinhos.

https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2025/08/mortes-registrou-cotidiano-e-lutas-de-povos-originarios.shtml
 

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