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Indígenas da Terra Sararé denunciam ameaças em meio à maior devastação ambiental do Brasil
24/08/2025
Fonte: 24 Horas MT - https://24horasmt.com.br/
Indígenas da Terra Sararé denunciam ameaças em meio à maior devastação ambiental do Brasil
Comunidade Nambikwara Katitaurlu convive com garimpo ilegal, contaminação dos rios e violência; operações já destruíram mais de 400 acampamentos
A Terra Indígena Sararé, localizada no oeste de Mato Grosso, tornou-se a área indígena mais devastada do Brasil, segundo dados do Ibama. Nos últimos três anos, milhares de hectares foram destruídos pela mineração ilegal de ouro, trazendo não apenas danos ambientais irreversíveis, mas também ameaças constantes contra os cerca de 200 indígenas Nambikwara Katitaurlu que vivem no território de 67 mil hectares.
As cavas abertas se espalham por diferentes pontos da terra indígena e o uso de mercúrio já contamina os rios, fonte essencial de alimento para a comunidade. "Peixe, isso é preocupação. Antes dele, eu comia, no rio, o peixe, todo. Mas, hoje, como o garimpo estragou. Os garimpeiros, toda hora, ameaça. Todo dia...que ele vai matar, matar. Se você não deixar trabalhar aqui, ele te mata tudo. Mata", relatou um morador, que pediu para não ser identificado.
Outro indígena revelou que invasores oferecem dinheiro para entrar na área e dividir a comunidade. O delegado regional João Paulo Berté, da Polícia Civil, afirma que pelo menos 60 assassinatos já ocorreram desde 2023 em disputas pelo controle da exploração ilegal. Segundo ele, organizações criminosas inicialmente usavam a região para o tráfico de drogas, mas perceberam o potencial lucrativo do ouro e passaram a disputar o território.
Uma força-tarefa integrada pelo Ibama, Ministério dos Povos Indígenas, Funai, forças federais e polícias de Goiás, Mato Grosso e Distrito Federal está em campo desde o início de agosto. Até agora, mais de 400 acampamentos e 100 escavadeiras foram destruídos - pouco mais da metade do maquinário estimado na região. Durante as operações, foram encontrados cartuchos de fuzis calibre 5,56, o que evidencia a presença de grupos fortemente armados.
De acordo com o diretor de proteção ambiental do Ibama, Jair Schimidit, parte dos garimpeiros pode ter migrado de outras áreas já atingidas por operações, como os territórios Yanomami, Munduruku e Caiapó. Para o coordenador de Operações de Fiscalização do órgão, Hugo Loss, os impactos ambientais ainda poderão ser revertidos, desde que a atividade ilegal seja contida: "A expectativa é que, à medida que cessarmos a exploração ilegal, a vegetação possa se regenerar e reduzir os impactos à saúde dos indígenas e ao meio ambiente".
Enquanto isso, a comunidade Nambikwara Katitaurlu continua exposta a riscos diários, convivendo com ameaças e a destruição de seu território ancestral.
https://24horasmt.com.br/cidades/indigenas-da-terra-sarare-denunciam-ameacas-em-meio-a-maior-devastacao-ambiental-do-brasil/
Comunidade Nambikwara Katitaurlu convive com garimpo ilegal, contaminação dos rios e violência; operações já destruíram mais de 400 acampamentos
A Terra Indígena Sararé, localizada no oeste de Mato Grosso, tornou-se a área indígena mais devastada do Brasil, segundo dados do Ibama. Nos últimos três anos, milhares de hectares foram destruídos pela mineração ilegal de ouro, trazendo não apenas danos ambientais irreversíveis, mas também ameaças constantes contra os cerca de 200 indígenas Nambikwara Katitaurlu que vivem no território de 67 mil hectares.
As cavas abertas se espalham por diferentes pontos da terra indígena e o uso de mercúrio já contamina os rios, fonte essencial de alimento para a comunidade. "Peixe, isso é preocupação. Antes dele, eu comia, no rio, o peixe, todo. Mas, hoje, como o garimpo estragou. Os garimpeiros, toda hora, ameaça. Todo dia...que ele vai matar, matar. Se você não deixar trabalhar aqui, ele te mata tudo. Mata", relatou um morador, que pediu para não ser identificado.
Outro indígena revelou que invasores oferecem dinheiro para entrar na área e dividir a comunidade. O delegado regional João Paulo Berté, da Polícia Civil, afirma que pelo menos 60 assassinatos já ocorreram desde 2023 em disputas pelo controle da exploração ilegal. Segundo ele, organizações criminosas inicialmente usavam a região para o tráfico de drogas, mas perceberam o potencial lucrativo do ouro e passaram a disputar o território.
Uma força-tarefa integrada pelo Ibama, Ministério dos Povos Indígenas, Funai, forças federais e polícias de Goiás, Mato Grosso e Distrito Federal está em campo desde o início de agosto. Até agora, mais de 400 acampamentos e 100 escavadeiras foram destruídos - pouco mais da metade do maquinário estimado na região. Durante as operações, foram encontrados cartuchos de fuzis calibre 5,56, o que evidencia a presença de grupos fortemente armados.
De acordo com o diretor de proteção ambiental do Ibama, Jair Schimidit, parte dos garimpeiros pode ter migrado de outras áreas já atingidas por operações, como os territórios Yanomami, Munduruku e Caiapó. Para o coordenador de Operações de Fiscalização do órgão, Hugo Loss, os impactos ambientais ainda poderão ser revertidos, desde que a atividade ilegal seja contida: "A expectativa é que, à medida que cessarmos a exploração ilegal, a vegetação possa se regenerar e reduzir os impactos à saúde dos indígenas e ao meio ambiente".
Enquanto isso, a comunidade Nambikwara Katitaurlu continua exposta a riscos diários, convivendo com ameaças e a destruição de seu território ancestral.
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