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Preservar territórios indígenas na Amazônia beneficia a saúde humana, aponta estudo
11/09/2025
Autor: Natalia Tiemi Hanada
Fonte: Revista Veja - https://veja.abril.com.br/
Preservar territórios indígenas na Amazônia beneficia a saúde humana, aponta estudo
Proteger territórios indígenas e áreas de alta cobertura vegetal na Amazônia está associado a um menor número de casos de doenças, como malária ou condições respiratórias. A conclusão é de um artigo publicado na revista Communications Earth & Environment, da Nature, com participação de pesquisadores brasileiros.
O estudo coletou dados de 1.733 municípios, nos oito países em que se estende a floresta e analisou a presença de 27 condições de saúde. Em municípios próximos a territórios indígenas com cobertura vegetal conservada, a taxa de enfermidades consistentemente diminuiu. Doenças cardiovasculares e respiratórias, associadas a queimadas e contato entre as pessoas e os animais e insetos, também apresentaram menor risco de aumento.
"Florestas indígenas na Amazônia trazem benefícios à saúde para milhões de pessoas", disse Paula Prist, Coordenadora Sênior de Programas do Programa de Florestas e Campos da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, em inglês, e International Union for Conservation of Nature). "Há muito sabemos que a floresta tropical abriga plantas e animais medicinais que curaram inúmeras doenças. Este estudo oferece novas evidências de que as próprias florestas são um bálsamo contra ameaças relacionadas a incêndios para os pulmões e corações das pessoas, e para doenças como Chagas, malária e febres maculosas. Garantir que as comunidades indígenas tenham direitos fortes sobre suas terras é a melhor maneira de manter as florestas - e seus benefícios à saúde - intactos."
Estima-se que 2,7 milhões de indígenas morem na Amazônia, predominantemente em territórios indígenas, que correspondem a 2,4 milhões dos 7 milhões de km2 da floresta.
Ameaças ao meio ambiente e à saúde
O desmatamento na região está diretamente conectado a doenças tropicais negligenciadas, como doença de Chagas, malária, hantavirose, leishmaniose cutânea e febres maculosas, que não tem cura disponível facilmente. E a situação se agrava com a expansão agrícola, exploração petrolífera e grandes projetos de infraestrutura, como a construção de estradas e estações hidrelétricas.
As queimadas seguem no mesmo caminho ao ameaçar a floresta e as pessoas que lá vivem. A exposição ao fogo aumenta as chances de quem vive na região apresentar sintomas respiratórios, doenças cardiovasculares, AVCs, enfisema e câncer pulmonar, além de bronquite, asma, dores no peito, e problemas crônicos no pulmão e no coração.
"O estudo chega justamente quando a temporada de incêndios florestais começa nos países amazônicos", disse Ana Filipa Palmeirim, professora visitante da Universidade Federal do Pará e co-autora principal do estudo. "Esses incêndios enchem o ar com uma fumaça densa e sufocante, levando multidões ao hospital por problemas respiratórios. Com a vida cotidiana paralisada, crianças e idosos precisam ficar em casa para evitar idas ao hospital. Mesmo quando os incêndios ocorrem em áreas remotas da floresta, os ventos espalham a poluição por grandes distâncias, criando emergências de saúde pública letais."
Na Amazônia brasileira somente, entre 2022 e 2011, as queimadas foram responsáveis por, em média, 2.906 mortes prematuras por doenças cardiopulmonares e câncer de pulmão.
Solução natural
Os territórios indígenas com cobertura vegetal preservada auxiliam na absorção dos gases poluentes liberados pelas queimadas. Segundo o estudo, somente a parcela da floresta no Brasil pode prevenir 15 milhões de casos de infecções respiratórias e cardiovasculares.
Na mesma lógica, os territórios também são ferramentas importantes para lidar com as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade.
Os pesquisadores ressaltam que os efeitos positivos dos territórios indígenas foram ainda maiores quando a região tinha amparo dos governos, destacando a importância da manutenção da Amazônia com proteção legal.
https://veja.abril.com.br/agenda-verde/preservar-territorios-indigenas-na-amazonia-beneficia-a-saude-humana-aponta-estudo/
Proteger territórios indígenas e áreas de alta cobertura vegetal na Amazônia está associado a um menor número de casos de doenças, como malária ou condições respiratórias. A conclusão é de um artigo publicado na revista Communications Earth & Environment, da Nature, com participação de pesquisadores brasileiros.
O estudo coletou dados de 1.733 municípios, nos oito países em que se estende a floresta e analisou a presença de 27 condições de saúde. Em municípios próximos a territórios indígenas com cobertura vegetal conservada, a taxa de enfermidades consistentemente diminuiu. Doenças cardiovasculares e respiratórias, associadas a queimadas e contato entre as pessoas e os animais e insetos, também apresentaram menor risco de aumento.
"Florestas indígenas na Amazônia trazem benefícios à saúde para milhões de pessoas", disse Paula Prist, Coordenadora Sênior de Programas do Programa de Florestas e Campos da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, em inglês, e International Union for Conservation of Nature). "Há muito sabemos que a floresta tropical abriga plantas e animais medicinais que curaram inúmeras doenças. Este estudo oferece novas evidências de que as próprias florestas são um bálsamo contra ameaças relacionadas a incêndios para os pulmões e corações das pessoas, e para doenças como Chagas, malária e febres maculosas. Garantir que as comunidades indígenas tenham direitos fortes sobre suas terras é a melhor maneira de manter as florestas - e seus benefícios à saúde - intactos."
Estima-se que 2,7 milhões de indígenas morem na Amazônia, predominantemente em territórios indígenas, que correspondem a 2,4 milhões dos 7 milhões de km2 da floresta.
Ameaças ao meio ambiente e à saúde
O desmatamento na região está diretamente conectado a doenças tropicais negligenciadas, como doença de Chagas, malária, hantavirose, leishmaniose cutânea e febres maculosas, que não tem cura disponível facilmente. E a situação se agrava com a expansão agrícola, exploração petrolífera e grandes projetos de infraestrutura, como a construção de estradas e estações hidrelétricas.
As queimadas seguem no mesmo caminho ao ameaçar a floresta e as pessoas que lá vivem. A exposição ao fogo aumenta as chances de quem vive na região apresentar sintomas respiratórios, doenças cardiovasculares, AVCs, enfisema e câncer pulmonar, além de bronquite, asma, dores no peito, e problemas crônicos no pulmão e no coração.
"O estudo chega justamente quando a temporada de incêndios florestais começa nos países amazônicos", disse Ana Filipa Palmeirim, professora visitante da Universidade Federal do Pará e co-autora principal do estudo. "Esses incêndios enchem o ar com uma fumaça densa e sufocante, levando multidões ao hospital por problemas respiratórios. Com a vida cotidiana paralisada, crianças e idosos precisam ficar em casa para evitar idas ao hospital. Mesmo quando os incêndios ocorrem em áreas remotas da floresta, os ventos espalham a poluição por grandes distâncias, criando emergências de saúde pública letais."
Na Amazônia brasileira somente, entre 2022 e 2011, as queimadas foram responsáveis por, em média, 2.906 mortes prematuras por doenças cardiopulmonares e câncer de pulmão.
Solução natural
Os territórios indígenas com cobertura vegetal preservada auxiliam na absorção dos gases poluentes liberados pelas queimadas. Segundo o estudo, somente a parcela da floresta no Brasil pode prevenir 15 milhões de casos de infecções respiratórias e cardiovasculares.
Na mesma lógica, os territórios também são ferramentas importantes para lidar com as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade.
Os pesquisadores ressaltam que os efeitos positivos dos territórios indígenas foram ainda maiores quando a região tinha amparo dos governos, destacando a importância da manutenção da Amazônia com proteção legal.
https://veja.abril.com.br/agenda-verde/preservar-territorios-indigenas-na-amazonia-beneficia-a-saude-humana-aponta-estudo/
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