De Pueblos Indígenas en Brasil
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Mortes: Militante incansável, fez história no movimento indígena
26/09/2025
Fonte: FSP - https://www1.folha.uol.com.br/
Mortes: Militante incansável, fez história no movimento indígena
Marciano Rodrigues foi coordenador da Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul
Ele atuou contra as ofensivas dos setores ruralistas e minerários às terras indígenas
26/09/2025
Adriano Alves
"Sempre soube que não é fácil ser indígena neste país", escreveu Marciano Rodrigues em uma carta ao povo brasileiro em 2013. O desabafo é de uma pessoa que dedicou a vida ao movimento indígena. Foram mais de 20 anos de militância, principalmente na região Sul do país.
Marciano Rodrigues Tupã Mirim era do povo guarani nhandewa. Nasceu e foi criado no seio da aldeia Laranjinha, da terra Tekoha Yvy Porã, no norte do Paraná. Aprendeu cedo os costumes tradicionais e rituais sagrados. E, desde jovem, sonhava com um futuro melhor para as comunidades.
Seus estudos começaram na própria aldeia, na Escola Indígena Tudja Nhanderu. Já o ensino médio concluiu na área urbana do município, Santa Amélia (PR).
Chegou a ingressar na Universidade Estadual de Londrina (UEL), mas desistiu para seguir nas lutas sociais. Foi na própria faculdade, em um evento que organizou para debater sobre seu povo, que se aproximou da Articulação dos Povos Indígenas do Sul (Arpinsul). O ano era 2007, a entidade tinha um ano de criação e Marciano passou a ser seu secretário.
"Nós precisávamos de um cara como ele, que fosse bom de escrita e organizasse os eventos da associação", lembra o líder indígena Kretã Kaingang, 53.
Em 2012, Marciano assumiu a coordenação da associação, função que desempenhou durante mais de uma década. Foram muitos eventos e projetos realizados, além de mobilizações para encontros nacionais.
Tinha voz serena, mas sempre firme, por muitas vezes guiando diálogos e resistências. Atuou contra ofensivas a terras indígenas nas regiões Sul e Sudeste.
Era entusiasta da comunicação como ferramenta para a juventude indígena. Foi um dos idealizadores do "Olhares Indígenas", projeto que surgiu como canal de vídeos na internet e depois virou uma rede de comunicadores.
Estava sempre cuidando dos "parentes", como se referem os indígenas uns aos outros. Durante a pandemia de Covid-19, integrou uma equipe que visitou mais de 90% das aldeias do Sul para levar material de combate ao coronavírus.
Também não descansou durante as enchentes trágicas que tomaram o Rio Grande do Sul no ano passado. Coordenou uma campanha internacional para arrecadar doações e ajudar as famílias que sofriam com as perdas.
"Ele sempre foi muito querido na nossa comunidade. Mesmo não nomeado, era considerado uma liderança nossa. Foi muito importante no movimento indígena", afirma o primo Rafael Abner Severino, 28.
Atualmente, Marciano atuava em um projeto da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab).
Morreu no último 27 de julho, aos 48 anos, vítima de câncer. Deixa o pai, Bertolino, e a mãe, Tereza Benedita.
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2025/09/mortes-militante-incansavel-fez-historia-no-movimento-indigena.shtml
Marciano Rodrigues foi coordenador da Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul
Ele atuou contra as ofensivas dos setores ruralistas e minerários às terras indígenas
26/09/2025
Adriano Alves
"Sempre soube que não é fácil ser indígena neste país", escreveu Marciano Rodrigues em uma carta ao povo brasileiro em 2013. O desabafo é de uma pessoa que dedicou a vida ao movimento indígena. Foram mais de 20 anos de militância, principalmente na região Sul do país.
Marciano Rodrigues Tupã Mirim era do povo guarani nhandewa. Nasceu e foi criado no seio da aldeia Laranjinha, da terra Tekoha Yvy Porã, no norte do Paraná. Aprendeu cedo os costumes tradicionais e rituais sagrados. E, desde jovem, sonhava com um futuro melhor para as comunidades.
Seus estudos começaram na própria aldeia, na Escola Indígena Tudja Nhanderu. Já o ensino médio concluiu na área urbana do município, Santa Amélia (PR).
Chegou a ingressar na Universidade Estadual de Londrina (UEL), mas desistiu para seguir nas lutas sociais. Foi na própria faculdade, em um evento que organizou para debater sobre seu povo, que se aproximou da Articulação dos Povos Indígenas do Sul (Arpinsul). O ano era 2007, a entidade tinha um ano de criação e Marciano passou a ser seu secretário.
"Nós precisávamos de um cara como ele, que fosse bom de escrita e organizasse os eventos da associação", lembra o líder indígena Kretã Kaingang, 53.
Em 2012, Marciano assumiu a coordenação da associação, função que desempenhou durante mais de uma década. Foram muitos eventos e projetos realizados, além de mobilizações para encontros nacionais.
Tinha voz serena, mas sempre firme, por muitas vezes guiando diálogos e resistências. Atuou contra ofensivas a terras indígenas nas regiões Sul e Sudeste.
Era entusiasta da comunicação como ferramenta para a juventude indígena. Foi um dos idealizadores do "Olhares Indígenas", projeto que surgiu como canal de vídeos na internet e depois virou uma rede de comunicadores.
Estava sempre cuidando dos "parentes", como se referem os indígenas uns aos outros. Durante a pandemia de Covid-19, integrou uma equipe que visitou mais de 90% das aldeias do Sul para levar material de combate ao coronavírus.
Também não descansou durante as enchentes trágicas que tomaram o Rio Grande do Sul no ano passado. Coordenou uma campanha internacional para arrecadar doações e ajudar as famílias que sofriam com as perdas.
"Ele sempre foi muito querido na nossa comunidade. Mesmo não nomeado, era considerado uma liderança nossa. Foi muito importante no movimento indígena", afirma o primo Rafael Abner Severino, 28.
Atualmente, Marciano atuava em um projeto da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab).
Morreu no último 27 de julho, aos 48 anos, vítima de câncer. Deixa o pai, Bertolino, e a mãe, Tereza Benedita.
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2025/09/mortes-militante-incansavel-fez-historia-no-movimento-indigena.shtml
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