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Equador decreta estado de exceção em dez províncias em meio à onda de protestos liderados por indígenas
05/10/2025
Fonte: O Globo - https://oglobo.globo.com/
Equador decreta estado de exceção em dez províncias em meio à onda de protestos liderados por indígenas
Decisão ocorre após a morte de um manifestante e confrontos com forças de segurança que deixaram ao menos 150 feridos
05/10/2025
O presidente do Equador, Daniel Noboa, decretou estado de exceção em dez das 24 províncias do país neste domingo, em meio à onda de protestos liderados por indígenas contra o fim do subsídio ao diesel. A decisão ocorre após a morte de um manifestante e confrontos com forças de segurança que deixaram ao menos 150 feridos, entre civis, militares e policiais, segundo dados oficiais e de organizações de direitos humanos.
A mobilização foi convocada pela Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), maior organização de povos originários do país, em reação à elevação do preço do diesel, que passou de US$ 1,80 para US$ 2,80 o galão - o equivalente a uma mudança de R$ 9,60 para R$ 15 na cotação atual. Desde 22 de setembro, trechos de estradas em diversas províncias vêm sendo bloqueados pelos manifestantes.
O decreto presidencial, com validade de 60 dias, abrange sete províncias da região andina, incluindo Pichincha, onde está localizada a capital, Quito, e outras três na Amazônia. O governo justificou a medida com base na "grave comoção interna" e alegou que há uma "radicalização" dos protestos e "atos de violência que alteraram a ordem pública". Pelo menos uma centena de pessoas foram detidas, segundo dados oficiais.
A província de Imbabura, no Norte do país, tornou-se o epicentro dos confrontos. De forte presença indígena - cerca de 10% da população originária do país -, a região concentra atividades econômicas como a pecuária e a floricultura. Segundo o setor, os bloqueios têm causado prejuízos estimados em US$ 1 milhão (R$ 5,3 milhões) por dia.
Além da reversão do aumento do diesel, a Conaie reivindica a redução do IVA (Imposto sobre Valor Agregado) de 15% para 12% e maiores investimentos públicos em saúde e educação. Para o órgão, a alta de 56% no preço do diesel representa um golpe para a economia dos camponeses.
Em nota divulgada neste domingo, a Conaie acusou o governo de responder com repressão às demandas e afirmou que o decreto "militariza os territórios indígenas", ampliando o risco de uso desproporcional da força e de detenções arbitrárias. No sábado, o presidente da organização, Marlon Vargas, afirmou em evento no interior do país que, "se for preciso tomar Quito, vamos tomá-la". Em resposta, Noboa declarou que não aceitará ações violentas.
- Ninguém pode vir tomar a capital de todos os equatorianos à força - disse, acrescentando que "a lei espera aqueles que elegem a violência" e que "os que atuam como delinquentes serão tratados como delinquentes".
Protestos contra o aumento dos combustíveis têm histórico de confrontos no Equador. Em 2019 e 2022, medidas semelhantes adotadas pelos ex-presidentes Lenín Moreno e Guillermo Lasso também resultaram em mobilizações indígenas de grande escala.
O governo atual afirma que atos classificados como "terroristas" foram registrados durante os protestos e advertiu que os responsáveis podem ser condenados a até 30 anos de prisão. Noboa também alegou que há infiltração de organizações criminosas, como a quadrilha venezuelana Tren de Aragua, entre os manifestantes - sem apresentar detalhes ou provas até o momento.
Segundo o último censo, indígenas representam cerca de 8% dos 17 milhões de habitantes do Equador. Líderes da Conaie, no entanto, citam estudos que estimam esse número em 25%.
https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2025/10/05/equador-decreta-estado-de-excecao-em-meio-a-onda-de-protestos-liderados-por-indigenas-contra-fim-de-subsidio.ghtml
Decisão ocorre após a morte de um manifestante e confrontos com forças de segurança que deixaram ao menos 150 feridos
05/10/2025
O presidente do Equador, Daniel Noboa, decretou estado de exceção em dez das 24 províncias do país neste domingo, em meio à onda de protestos liderados por indígenas contra o fim do subsídio ao diesel. A decisão ocorre após a morte de um manifestante e confrontos com forças de segurança que deixaram ao menos 150 feridos, entre civis, militares e policiais, segundo dados oficiais e de organizações de direitos humanos.
A mobilização foi convocada pela Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), maior organização de povos originários do país, em reação à elevação do preço do diesel, que passou de US$ 1,80 para US$ 2,80 o galão - o equivalente a uma mudança de R$ 9,60 para R$ 15 na cotação atual. Desde 22 de setembro, trechos de estradas em diversas províncias vêm sendo bloqueados pelos manifestantes.
O decreto presidencial, com validade de 60 dias, abrange sete províncias da região andina, incluindo Pichincha, onde está localizada a capital, Quito, e outras três na Amazônia. O governo justificou a medida com base na "grave comoção interna" e alegou que há uma "radicalização" dos protestos e "atos de violência que alteraram a ordem pública". Pelo menos uma centena de pessoas foram detidas, segundo dados oficiais.
A província de Imbabura, no Norte do país, tornou-se o epicentro dos confrontos. De forte presença indígena - cerca de 10% da população originária do país -, a região concentra atividades econômicas como a pecuária e a floricultura. Segundo o setor, os bloqueios têm causado prejuízos estimados em US$ 1 milhão (R$ 5,3 milhões) por dia.
Além da reversão do aumento do diesel, a Conaie reivindica a redução do IVA (Imposto sobre Valor Agregado) de 15% para 12% e maiores investimentos públicos em saúde e educação. Para o órgão, a alta de 56% no preço do diesel representa um golpe para a economia dos camponeses.
Em nota divulgada neste domingo, a Conaie acusou o governo de responder com repressão às demandas e afirmou que o decreto "militariza os territórios indígenas", ampliando o risco de uso desproporcional da força e de detenções arbitrárias. No sábado, o presidente da organização, Marlon Vargas, afirmou em evento no interior do país que, "se for preciso tomar Quito, vamos tomá-la". Em resposta, Noboa declarou que não aceitará ações violentas.
- Ninguém pode vir tomar a capital de todos os equatorianos à força - disse, acrescentando que "a lei espera aqueles que elegem a violência" e que "os que atuam como delinquentes serão tratados como delinquentes".
Protestos contra o aumento dos combustíveis têm histórico de confrontos no Equador. Em 2019 e 2022, medidas semelhantes adotadas pelos ex-presidentes Lenín Moreno e Guillermo Lasso também resultaram em mobilizações indígenas de grande escala.
O governo atual afirma que atos classificados como "terroristas" foram registrados durante os protestos e advertiu que os responsáveis podem ser condenados a até 30 anos de prisão. Noboa também alegou que há infiltração de organizações criminosas, como a quadrilha venezuelana Tren de Aragua, entre os manifestantes - sem apresentar detalhes ou provas até o momento.
Segundo o último censo, indígenas representam cerca de 8% dos 17 milhões de habitantes do Equador. Líderes da Conaie, no entanto, citam estudos que estimam esse número em 25%.
https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2025/10/05/equador-decreta-estado-de-excecao-em-meio-a-onda-de-protestos-liderados-por-indigenas-contra-fim-de-subsidio.ghtml
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