De Pueblos Indígenas en Brasil
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Confronto fere índios e fazendeiros
22/01/2004
Fonte: JB, País, p.A5
Confronto fere índios e fazendeiros
Polícia Federal mobiliza 600 homens para retirar indígenas de fazendas invadidas no Mato Grosso do Sul
CAMPO GRANDE - Índios e fazendeiros entraram em confronto, ontem, em Japorã (MS), a 464km de Campo Grande. Quatro indígenas e dois produtores rurais ficaram feridos. Em ambos os lados, havia armas de fogo, além de pedaços de pau, facas e enxadas. A polícia confirmou que houve troca de tiros. Um menino foi ferido de raspão na nuca.
A confusão começou quando 300 fazendeiros fecharam o acesso a uma das fazendas invadidas. Eles protestavam contra a permanência dos índios nas propriedades. O grupo bloqueou a estrada, com apoio de comerciantes, trabalhadores das fazendas e moradores da vizinha Iguatemi. Quando os ruralistas colocaram fogo em uma área próxima à ponte, os índios pensaram que eles iriam incendiar as fazendas para expulsá-los, segundo relatos de produtores rurais da região.
Cerca de 250 indígenas, incluindo crianças e mulheres, foram ao encontro dos ruralistas e começou o confronto.
- Os índios estavam com espingardas e garruchas artesanais, além de flechas e pedaços de pau. Entre os fazendeiros, havia, pelo menos, um revólver calibre 22 - contou o produtor rural Geonides Peixoto.
Odeir Martins, de 14 anos, foi ferido de raspão na nuca. O adolescente foi medicado no posto da Funai e liberado em seguida. Outros três índios ficaram feridos, sem gravidade. Um deles foi agredido com uma pá na cabeça.
Do lado dos fazendeiros, também houve vítimas. O produtor rural Márcio Margatto, de 32 anos, levou uma facada no braço direito e caiu no rio Iguatemi. Outro fazendeiro teve o braço direito esfaqueado. Margatto nega que houvesse armas entre os ruralistas.
- Estávamos de mão abanando, tanto que levei uma facada. Você acha que se estivesse armado não teria atirado?.
A polícia afirmou não ter encontrado armas com os ruralistas. Uma cápsula de calibre 22, entretanto, foi localizada no chão onde ocorreu o confronto. Fotos feitas durante o conflito mostram uma pessoas do lado dos ruralistas com arma apontada para os índios.
Quatorze fazendas estão ocupadas desde dezembro pelos índios guaranis e caiuás. O juiz federal Odilon de Oliveira determinou a desocupação das áreas em 14 de janeiro. O Ministério Público recorreu, mas a Justiça manteve a decisão de reintegração de posse. O prazo para a saída dos índios terminou terça-feira.
- A PF já está autorizada a despejar os índios, mas, por questões burocráticas, ainda não o fez - diz o juiz.
Terça feira, a Superintendência da PF do Estado pediu reforços a Brasília para cumprir a decisão. Ontem, a Secretaria da Segurança Pública de Campo Grande anunciou que a operação para a retirada dos índios vai mobilizar 600 policiais. A PF vai contar com a ajuda de dois helicópteros, um avião monomotor e um bimotor. Hospitais foram alertados.
Até a tarde de ontem, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, acreditava em solução pacífica para o conflito.
- O estado de direito será mantido a todo custo. Ninguém está acima da lei.
Com Agência Folha
JB, 22/01/2004, p. A5
Polícia Federal mobiliza 600 homens para retirar indígenas de fazendas invadidas no Mato Grosso do Sul
CAMPO GRANDE - Índios e fazendeiros entraram em confronto, ontem, em Japorã (MS), a 464km de Campo Grande. Quatro indígenas e dois produtores rurais ficaram feridos. Em ambos os lados, havia armas de fogo, além de pedaços de pau, facas e enxadas. A polícia confirmou que houve troca de tiros. Um menino foi ferido de raspão na nuca.
A confusão começou quando 300 fazendeiros fecharam o acesso a uma das fazendas invadidas. Eles protestavam contra a permanência dos índios nas propriedades. O grupo bloqueou a estrada, com apoio de comerciantes, trabalhadores das fazendas e moradores da vizinha Iguatemi. Quando os ruralistas colocaram fogo em uma área próxima à ponte, os índios pensaram que eles iriam incendiar as fazendas para expulsá-los, segundo relatos de produtores rurais da região.
Cerca de 250 indígenas, incluindo crianças e mulheres, foram ao encontro dos ruralistas e começou o confronto.
- Os índios estavam com espingardas e garruchas artesanais, além de flechas e pedaços de pau. Entre os fazendeiros, havia, pelo menos, um revólver calibre 22 - contou o produtor rural Geonides Peixoto.
Odeir Martins, de 14 anos, foi ferido de raspão na nuca. O adolescente foi medicado no posto da Funai e liberado em seguida. Outros três índios ficaram feridos, sem gravidade. Um deles foi agredido com uma pá na cabeça.
Do lado dos fazendeiros, também houve vítimas. O produtor rural Márcio Margatto, de 32 anos, levou uma facada no braço direito e caiu no rio Iguatemi. Outro fazendeiro teve o braço direito esfaqueado. Margatto nega que houvesse armas entre os ruralistas.
- Estávamos de mão abanando, tanto que levei uma facada. Você acha que se estivesse armado não teria atirado?.
A polícia afirmou não ter encontrado armas com os ruralistas. Uma cápsula de calibre 22, entretanto, foi localizada no chão onde ocorreu o confronto. Fotos feitas durante o conflito mostram uma pessoas do lado dos ruralistas com arma apontada para os índios.
Quatorze fazendas estão ocupadas desde dezembro pelos índios guaranis e caiuás. O juiz federal Odilon de Oliveira determinou a desocupação das áreas em 14 de janeiro. O Ministério Público recorreu, mas a Justiça manteve a decisão de reintegração de posse. O prazo para a saída dos índios terminou terça-feira.
- A PF já está autorizada a despejar os índios, mas, por questões burocráticas, ainda não o fez - diz o juiz.
Terça feira, a Superintendência da PF do Estado pediu reforços a Brasília para cumprir a decisão. Ontem, a Secretaria da Segurança Pública de Campo Grande anunciou que a operação para a retirada dos índios vai mobilizar 600 policiais. A PF vai contar com a ajuda de dois helicópteros, um avião monomotor e um bimotor. Hospitais foram alertados.
Até a tarde de ontem, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, acreditava em solução pacífica para o conflito.
- O estado de direito será mantido a todo custo. Ninguém está acima da lei.
Com Agência Folha
JB, 22/01/2004, p. A5
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