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Pataxós são retirados de áreas invadidas

25/10/2001

Autor: Biaggio Talento

Fonte: O Estado de S. Paulo-SP



A retomada à força de duas fazendas ocupadas por índios
pataxós entre a noite de anteontem e a madrugada de ontem no município de Pau Brasil, a
cerca de 500 quilômetros da capital baiana, aumentou o clima de tensão na reserva Catarina
Paraguaçu Caramuru.
Pistoleiros supostamente contratados pelos fazendeiros provocaram a fuga, a tiros, dos índios
que haviam invadido as fazendas de Durval Santana e Jaime do Amor Divino. A ação ocorreu
depois que fracassou uma reunião entre representantes do Ministério Público, Fundação
Nacional de Apoio ao Índio e fazendeiros para discutir a indenização das terras invadidas.
A Funai e o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) confirmaram o relato dos conflitos feito
pelas lideranças pataxós na manhã de ontem. Segundo os índios o primeiro ataque dos
jagunços ocorreu no início da noite de terça, quando 20 homens encapuzados e armados com
espingardas chegaram atirando na Fazenda Boa Sorte de Jaime do Amor Divino ocupada por
50 índios. Três pataxós foram presos e amarrados pelos jagunços que só os soltaram quando
a propriedade foi totalmente desocupada. Os índios fugiram para o mato.
A segunda ofensiva dos pistoleiros foi na fazenda de Durval Santana, onde um casal de
pataxós tomava conta. Os índios também teriam sido expulsos a tiros e na confusão uma das
casas da fazenda pegou fogo. Até a tarde de ontem os dois pataxós estavam desaparecidos.
O Cimi e a Funai requisitaram a presença de policiais federais em Pau Brasil, mas o escritório
mais próximo do órgão, na cidade de Ilhéus, respondeu não ter "condições técnicas" para
deslocar uma equipe de agentes até a reserva, onde já estão 120 policiais militares.
O secretário-executivo do Cimi, Egon de Heck, informou que há 600 pataxós na área. Ele
garantiu que os índios não têm armas de fogo. "A presença da Polícia Federal e do presidente
da Funai, Glênio Alvarez, em Pau Brasil é fundamental para se resolver o problema e evitar um
conflito armado", comentou.
Heck disse que os índios suspenderam as ocupações para esperar uma solução da
Procuradoria da República, Funai e Ministério da Justiça em relação às indenizações dos
fazendeiros que têm propriedades nas terras da reserva. Há 19 anos, corre na Justiça uma
ação dos índios para recuperar 54 mil hectares ocupados por fazendeiros.
 

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