De Pueblos Indígenas en Brasil
Noticias
Atroaris reconquistam paraíso
23/12/2001
Autor: Abnor Gondim
Fonte: A Crítica-Manaus-AM
Documentos anexos
O genocídio pode esperar. Os índios Waimiri Atroari, ameaçados de extinção na década de 1980, vivem hoje no Sul de Roraima e Norte do Amazonas com um dos melhores padrões de qualidade de vida já obtidos por comunidades indígenas no Brasil. Em treze anos, a população aumentou de 374 para mais de 900 pessoas em 17 aldeias. Média de crescimento populacional de 5% anuais. Um grande percentual para quem minguava em 20%, ano a ano.
Atualmente, produzem o alimento que consomem e usam até a internet para vender peças do artesanato tradicional. O site é www.waimiriatroari.org.br. Tudo é desenvolvido com uma característica marcante: querem distância do mundo civilizado.
Nem mesmo dinheiro eles estão dispostos manusear. Apesar de ostentarem uma das melhores rendas auferidas por grupos indígenas no Brasil. Por ano, recebem cerca de R$ 300 mil da Eletronorte, estatal de geração de energia na região. A empresa inundou as terras originais para construir a hidrelétrica de Balbina, no Norte do Amazonas. Ganham, também anualmente, cerca de R$ 200 mil da mineradora Paranapanema pelo uso de uma estrada de 120 quilômetros construída na área indígena de 2.585 hectares, quase cinco vezes o tamanho do Distrito Federal.
"Os índios são os gerentes, mas somos nós quem movimentamos o dinheiro recebido", revela o indigenista Porfírio Carvalho, funcionário aposentado da Fundação Nacional do Índio. Ele dirige uma organização não-governamental, na qual os índios depositam confiança para aplicar seus recursos. "São socialistas naturais. Dizem que, se um dia pegarem em dinheiro, vai surgir a idéia da propriedade e será o fim da comunidade", conta.
Iniciado em 1988, o programa de recuperação dos Waimiri Atroari, financiado pela Eletronorte, demarcou inteiramente a área indígena. Os índios têm garantidos 17 postos de saúde para atendimento primário nas 18 aldeias e remoção para hospitais em cidades vizinhas, quando necessário. O mesmo ocorre nos serviços odontológicos. Outro dado importante: 100% da população está vacinada.
Outro feito do programa: conseguiu alfabetizar 40% da comunidade. As 17 escolas coordenadas pelo programa oferecem aula de português e da língua nativa, do tronco lingüístico Karib. O calendário obedece às atividades culturais indígenas, com aulas pela manhã, tarde e noite.
Há sistema de rádios, filmadoras e até televisões nas aldeias. Mas nada vem de fora. Reprodução dos programas da Xuxa, via satélite, nem pensar. Isso acontece em outras aldeias, como entre os Caiapós, cujos caciques enriqueceram com a exploração de mogno retirado de suas terras. "Eles usam as filmadoras para filmar as manifestações culturais das tribos", explica o indigenista. Segundo ele, não há contato via rádio com o resto do mundo. Para conhecê-los só indo lá.
A experiência inédita foi reconhecida pelo setor energético. No fim de novembro, o Programa Waimiri Atroari recebeu o prêmio de melhor ação ambiental das 37 empresas de geração de energia que participam da Fundação Coge. Trata-se de uma entidade criada para estimular as empresas a adotar ações politicamente corretas. A experiência se prolongará até 2113. É quando termina o prazo de 25 anos do convênio firmado pela Eletronorte com a Funai.
Atualmente, produzem o alimento que consomem e usam até a internet para vender peças do artesanato tradicional. O site é www.waimiriatroari.org.br. Tudo é desenvolvido com uma característica marcante: querem distância do mundo civilizado.
Nem mesmo dinheiro eles estão dispostos manusear. Apesar de ostentarem uma das melhores rendas auferidas por grupos indígenas no Brasil. Por ano, recebem cerca de R$ 300 mil da Eletronorte, estatal de geração de energia na região. A empresa inundou as terras originais para construir a hidrelétrica de Balbina, no Norte do Amazonas. Ganham, também anualmente, cerca de R$ 200 mil da mineradora Paranapanema pelo uso de uma estrada de 120 quilômetros construída na área indígena de 2.585 hectares, quase cinco vezes o tamanho do Distrito Federal.
"Os índios são os gerentes, mas somos nós quem movimentamos o dinheiro recebido", revela o indigenista Porfírio Carvalho, funcionário aposentado da Fundação Nacional do Índio. Ele dirige uma organização não-governamental, na qual os índios depositam confiança para aplicar seus recursos. "São socialistas naturais. Dizem que, se um dia pegarem em dinheiro, vai surgir a idéia da propriedade e será o fim da comunidade", conta.
Iniciado em 1988, o programa de recuperação dos Waimiri Atroari, financiado pela Eletronorte, demarcou inteiramente a área indígena. Os índios têm garantidos 17 postos de saúde para atendimento primário nas 18 aldeias e remoção para hospitais em cidades vizinhas, quando necessário. O mesmo ocorre nos serviços odontológicos. Outro dado importante: 100% da população está vacinada.
Outro feito do programa: conseguiu alfabetizar 40% da comunidade. As 17 escolas coordenadas pelo programa oferecem aula de português e da língua nativa, do tronco lingüístico Karib. O calendário obedece às atividades culturais indígenas, com aulas pela manhã, tarde e noite.
Há sistema de rádios, filmadoras e até televisões nas aldeias. Mas nada vem de fora. Reprodução dos programas da Xuxa, via satélite, nem pensar. Isso acontece em outras aldeias, como entre os Caiapós, cujos caciques enriqueceram com a exploração de mogno retirado de suas terras. "Eles usam as filmadoras para filmar as manifestações culturais das tribos", explica o indigenista. Segundo ele, não há contato via rádio com o resto do mundo. Para conhecê-los só indo lá.
A experiência inédita foi reconhecida pelo setor energético. No fim de novembro, o Programa Waimiri Atroari recebeu o prêmio de melhor ação ambiental das 37 empresas de geração de energia que participam da Fundação Coge. Trata-se de uma entidade criada para estimular as empresas a adotar ações politicamente corretas. A experiência se prolongará até 2113. É quando termina o prazo de 25 anos do convênio firmado pela Eletronorte com a Funai.
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