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Caiovás de MS matam dois policiais e ferem outro

03/04/2006

Fonte: OESP, Nacional, p. A10



Caiovás de MS matam dois policiais e ferem outro

João Naves de Oliveira
ESPECIAL PARA O ESTADO
CAMPO GRANDE

Dois policiais civis foram brutalmente mortos e um ficou gravemente ferido após um ataque de índios guaranis-caiovás em Porto Cambira, na região de Dourados, em Mato Grosso do Sul. Os três apuravam um crime na região e, para cortar caminho, passaram por dentro de um acampamento onde 350 índios estão concentrados, há 3 anos, desde que foram expulsos de uma reserva.
De acordo com a perícia, os três foram alvo de pedradas, pauladas, facadas e tiros. Rodrigo Pereira Lorenzato, de 26 anos, e Ronilson Guimarães Bartier, de 36 anos, morreram no acampamento - que fica a cerca de 220 quilômetros de Campo Grande. Ermerson José Gadani, de 33 anos, conseguiu fugir, apesar das facadas na perna direita e na cabeça, e está internado no Hospital Evangélico, em Dourados.
Gadani foi salvo por um caminhoneiro que trafegava pela rodovia MS-156. No momento em que foi socorrido, Gadani era perseguido por dezenas de índios enfurecidos.
De acordo com informações fornecidas pela Delegacia Central de Polícia Civil em Dourados, os policiais estavam investigando outro crime, o assassinato de Sinfroniano Ramires, de 42 anos, pastor da Igreja Pentecostal Jesus da Ressurreição.
Na sexta-feira, por volta das 20 horas, Ramires tentou socorrer a filha, que estava sendo espancada pelo genro, Wilson Rodrigues da Silva, e acabou sendo morto pelo agressor. No final da tarde de ontem, os três policiais foram conferir uma denúncia de que Wilson estaria escondido em uma fazenda situada próxima do acampamento dos índios caiovás.
Conforme explicações do delegado titular que investiga o crime, Oduvaldo de Oliveira Pompeo, os policiais resolveram cortar caminho, passando por dentro do acampamento, quando foram surpreendidos pelos índios, que estavam de tocaia no mato.
Não houve tempo para qualquer reação. Pedras voaram do meio do mato em direção às vítimas, enquanto "muitos índios", segundo relato do sobrevivente, partiram para cima deles com paus, pedras e até ferramentas agrícolas.
As armas dos policiais foram tomadas pelos índios, segundo o delegado, e utilizadas no ataque. As algemas, dois revólveres e uma espingarda calibre 28 usadas por eles foram encontradas a 60 metros do ataque.
As investigações policiais preliminares dão conta de que o maior suspeito da ação é o cacique Carlito Machado . Ele coordena o grupo que foi expulso da Reserva Indígena de Dourados, há três anos, e está acampado em Porto Cambira. O clima na região é tenso e os conflitos entre caiovás e fazendeiros na região de Dourados são comuns.
Ainda segundo as primeiras informações, a guarnição policial teria sido confundida com jagunços das fazendas vizinhas ao acampamento, que estariam em constante conflito com os caiovás. "Eles sempre apareceram ameaçando os índios", relatou um caiová.
O Ministério Público Federal, a Polícia Federal e a Diretoria-Geral de Polícia Civil já anunciaram que vão acompanhar atentamente as investigações sobre o ataque aos policiais civis.
Ontem mesmo, 13 índios suspeitos de terem participado do ataque foram presos e transferidos para a Delegacia Central de Polícia Civil de Dourados. Com isso, aumentou ainda mais a tensão entre os índios acampados.

OESP, 03/04/2006, Nacional, p. A10
 

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