De Pueblos Indígenas en Brasil

Noticias

Funai quer a PF no caso

04/04/2006

Fonte: CB, Brasil, p. 12



Funai quer a PF no caso
Órgão pede transferência para carceragem federal dos caiouás presos. Eles alegam que os agentes civis mortos estavam à paisana na área

A Fundação Nacional do Índio (Funai) quer que a Polícia Federal assuma as investigações sobre o assassinato de dois policiais civis por índios guaranis cauiouás num acampamento indígena na localidade de Porto Cambira, em Dourados (MS), a 260km de Campo Grande. O crime ocorreu no último sábado.

Assessor de comunicação da Polícia Civil, o delegado Fernando Paciello Júnior, disse que seis índios acusados de participação no crime foram presos e autuados em flagrante. Ele relata que Rodrigo Lorenzatto e Ronilson Magalhães Bartie foram assassinados a tiros, pauladas e facadas. Outro policial que fazia parte do grupo, Emerson José Gadani, ficou ferido, mas conseguiu fugir e foi levado ao Hospital Evangélico de Dourados, onde permanece internado, sem risco de morte.

O procurador da Funai Otávio Uchoa viajou para Dourados para acompanhar o caso. De acordo com o presidente em exercício da Funai, Roberto Lustosa, em conversas com autoridades locais, Uchoa pedirá que, por medida de segurança, os índios sejam transferidos de uma delegacia da Polícia Civil em Dourados para a carceragem da Polícia Federal. Lustosa defendeu que a Polícia Federal assuma o caso. Isso seria uma forma de tornar as investigações "mais isentas".

"Gostaríamos que a Polícia Federal assumisse o comando das investigações, sobretudo pelo fato de os policiais mortos serem da Polícia Civil e de o fato ter ocorrido em terras indígenas, envolvendo indígenas como acusados", disse Lustosa. "Há um clima de muita revolta contra os índios e estamos preocupados com a segurança deles, por isso gostaríamos que eles fossem transferidos". Ele esclareceu que o acampamento é considerado terra indígena, já que a área foi atribuída aos guaranis caiouás em caráter provisório pela Justiça Federal, por solicitação da Funai e do Ministério Público.

Versões
De acordo com a Polícia Civil, os índios teriam atirado nos policiais com armas que teriam tomado dos próprios agentes. "Foi uma seqüência de crimes, eles torturaram os policiais e depois mataram", disse Paciello, que é assessor de comunicação social da Polícia Civil. A corporação está à procura de outros caiouás envolvidos no crime. "Os próprios índios disseram que vários outros participaram", disse o delegado da Polícia Civil. As investigações contam com o apoio de agentes federais.

A versão da polícia é que os três agentes foram até o acampamento para procurar um suspeito de ter matado um pastor evangélico. Os policiais estavam de plantão no sábado à tarde, quando receberam um telefonema informando que o foragido estava escondido na região e foram ao local para checar a denúncia. "Os policiais chegaram lá, eles (os índios) sabiam quem eram, eles abordaram os policiais civis e partiram, dezenas deles, com uma atitude criminosa", relatou o delegado.

Mas, segundo Roberto Lustosa, os índios apresentaram outra versão aos funcionários da Funai. Disseram que os três agentes estavam à paisana e chegaram em carro sem identificação da Polícia Civil. "Eles disseram que não tinha nenhuma maneira de identificá-los como policiais. Eles entraram, naturalmente, sem qualquer aviso prévio", disse, lembrando que sequer foram acompanhados de funcionários da Funai.

CB, 04/04/2006, Brasil, p. 12
 

Las noticias publicadas en el sitio Povos Indígenas do Brasil (Pueblos Indígenas del Brasil) son investigadas en forma diaria a partir de fuentes diferentes y transcriptas tal cual se presentan en su canal de origen. El Instituto Socioambiental no se responsabiliza por las opiniones o errores publicados en esos textos. En el caso en el que Usted encuentre alguna inconsistencia en las noticias, por favor, póngase en contacto en forma directa con la fuente mencionada.