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Tembés prometem atacar invasores

19/09/2006

Fonte: O Liberal



Madeira: Poder Público tem uma semana para evitar o conflito armado no Pará

Caso nenhuma providência seja tomada para retirar os madeireiros que estão roubando madeira da reserva indígena tembé, do Alto Rio Guamá, no Pará, os próprios índios vão tomar a iniciativa de expulsar os invasores. A declaração foi feita por caciques das doze aldeias tembé, durante reunião realizada na sexta-feira da semana passada. Os índios reclama que nenhuma providência foi tomada pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Polícia Federal, Exército ou Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) para prender e punir os invasores.

De acordo com a Funai em Belém, os índios deram o prazo de uma semana para reagir ao roubo de madeira na reserva, que fica na região do rio Coaraci-Paraná, no nordeste paraense, no limite com o Estado do Maranhão.

Agentes da Abin já fizeram todo o levantamento sobre os invasores da reserva e constataram a presença de grileiros, madeireiros, pistoleiros fortemente armados e colonos. Estes já estão sendo retirados conforme acordo feito no ano passado entre os índios, a Justiça Federal e os agricultores, para a desocupação até o final deste ano. Mas os madeireiros e grileiros avançaram sobre a área de 66 mil hectares de floresta da reserva para a retirar principalmente angelin, ipê e madeira branca.

A ameaça de conflito preocupa a Fundação Nacional do Índio (Funai) em Belém. A administradora da Funai em exercício, Orlandina Barbosa Alves, aguarda uma posição da Abin sobre a operação na área para a retirada de invasores. 'O impacto é muito grande na reserva porque a retirada de madeira está sendo feita 24 horas por dia', denunciou. Ela informou que havia uma proposta para a operação acontecer somente depois das eleições, mas os índios não aceitaram. Por causa disso, a direção da Funai e da Abin em Brasília estão preparando uma operação de emergência para evitar o confronto.

O indigenista Juscelino Bessa, da Funai em Belém, disse que foram feitas incursões aéreas e por terra na área de extração ilegal de madeira, por técnicos da Funai acompanhados por índios e agentes. Eles chegaram muito próximos dos locais de roubo e confirmaram a presença de vários caminhões carregados e de pistoleiros fortemente armados. Usando o avião planador da área de segurança do governo do Estado, os agentes confirmaram também que grandes áreas de floresta, na parte central da reserva, já foram devastadas e os invasores estão avançando na direção sul, para a região do rio Gurupi, no limite com o Maranhão.

'Nunca houve morte na área, a gente espera que isso não aconteça, mas parece que as autoriodades esperam o conflito acontecer para agir', criticou o indigenista.

A Reserva Tembé do Alto Rio Guamá está demarcada e homologada. Possui 279.897 hectares, com doze aldeias, onde vivem cerca de 3 mil índios. A área está invadida desde os anos 80.
 

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