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Negociação não pacifica os tembés

20/09/2006

Fonte: O Liberal



Invasão Indígenas querem expulsar posseiros para implantar o reflorestamento

Realizada a portas fechadas, a reunião entre as lideranças indígenas Tembé do Alto Rio Guamá, na região do Gurupi, e o Ministério Público Federal (MPF) não representou avanços nas negociações sobre o reflorestamento na área, que está em pleno conflito armado com colonos, madeireiros, grileiros e pistoleiros que continuam controlando a região, situada na divisa com o Maranhão. Apesar do conflito, a reunião tratou apenas do reflorestamento, que está sendo planejado pelo mecanismo do seqüestro de carbono, por meio do plantio de espécies como dendê e açaí. Com a ausência de grande parte dos órgãos convidados, o MPF vai convocar novos encontros para rediscutir a pauta.

Para subsidiar as novas discussões, o procurador federal Ubiratan Cazzeta solicitou à ONG Imazon a realização de mais alguns mapeamentos das áreas que poderão ser beneficiadas com o projeto, para complementar o estudo já produzido pela Universidade Federal do Pará (UFPA), que avaliou as condições sócio-econômicas das cerca de 600 famílias tembé que vivem na reserva.

Segundo Clemente Cruz dos Santos, presidente da Associação Indígena do Grupo Tembé Alto Rio Guamá, já há um projeto de uma ONG inglesa, coordenado por uma ambientalista chamada Junéia Maia, que poderia ser implantado na região. 'Nós vimos uma apresentação do projeto e achamos que poderia se adaptar bem à nossa realidade, dentro das exigências do protocolo', diz ele, em referência ao plantio voltado para o seqüestro de carbono, previsto no Protocolo de Kyoto, um acordo envolvendo 160 países, assinado em 1997 no Japão (Kyoto), durante a Terceira Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, para reduzir o efeito estufa no planeta.

A liderança destacou a importância do projeto pelo alto grau de desmatamento da região do Alto Rio Guamá, que, de um total de 278 mil hectares, já tem 50 mil hectares desmatados, o equivalente a 67 mil campos de futebol do tamanho do Mangueirão. O reflorestamento com base no seqüestro de Carbono garantiria a sustetabilidade dos indígenas e garantiria a possa da terra aos Tembé, que lutam hoje contra a exploração ilegal de madeira, assunto que não entrou na pauta de ontem, apesar das ameaças de mais de 300 índios da tribo de partir para o conflito armado com os madeireiros e grileiros, o que pode acontecer a qualquer momento, segundo afirmaram as lideranças na última segunda-feira.

Por ocasião da reunião, o administrador da Funai em Belém, Moacir Melo, avisou que o órgão não dispõe de meios para resolver o problema de uma possível guerra sem a ajuda de instituições como Ibama, Incra e as polícias Civil, Federal e Rodoviária Federal, além do Ministério Público Federal, que por enquanto, pediu apenas paciência ao indígenas, até que as autoridades estaduais e federais se mobilizem para uma ação conjunta nos próximos dias.
 

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