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Tribo ameaça derrubar torre da Eletrobrás

02/11/2006

Fonte: OESP, Nacional, p. A21



Tribo ameaça derrubar torre da Eletrobrás
Guajajaras prometem novas invasões no Maranhão

Mônica Ciarelli, José Maria Tomazela

Depois de invadir o prédio da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) no Maranhão, os índios guajajaras ameaçam agora bloquear rodovias federais, derrubar uma torre da Eletrobrás e interromper a Ferrovia Carajás se o órgão não liberar R$ 6,1 milhões para o tratamento de saúde da tribo indígena. Em carta encaminhada à Funasa, eles explicaram que os recursos seriam utilizados para custear medicamentos, alimentação e transporte de doentes.

'A saúde da população indígena do Estado do Maranhão atualmente encontra-se com incidências altíssimas de agravos, com necessidade urgente de intervenção e de ações permanentes, sem sofrer soluções de descontinuidade', reclamam os Guajajaras, na carta.

A Funasa informou que não aceita negociar enquanto a tribo mantiver as ameaças de invasões. 'Interdição de rodovias e ferrovias é improcedente, irresponsável e contraria toda a legislação brasileira', diz a Funasa, acrescentando que novos repasses de recursos só ocorrerão após a aprovação de um projeto de Lei pelo Congresso Nacional. A expectativa é que o tema seja votado na próxima semana.

Em fevereiro, a tribo guajajara havia bloqueado a ferrovia da Companhia Vale do Rio Doce, que vai de Carajás (PA) a São Luís (MA) e escoa a produção até o porto de Itaqui. Na ocasião, quatro funcionários foram feitos reféns para exigir melhor acesso público à saúde. Em dezembro de 2005, mais um bloqueio atingiu uma ferrovia de exportação de minério de ferro da Vale, em Minas Gerais. No mês anterior, outro grupo havia invadido uma cidade perto de Carajás, ameaçando interromper a produção da mina.

Novas invasões atingiram também o Sudoeste paulista. Um grupo de 85 índios guaranis, que desde maio ocupava a fazenda dos monges da Ordem dos Cistercienses em Itaporanga, a 350 km da capital paulista, deixou a área e invadiu um assentamento do Banco do Povo, no município de Riversul. A área foi ocupada na tarde de quinta-feira, mas a Polícia Civil só foi informada na manhã de ontem.

Os índios alegam que, a exemplo das terras dos monges, também a área do assentamento pertence aos seus antepassados. Segundo o cacique Darã Marcolino, o grupo quer cultivar lavouras em 20 lotes do assentamento que estão abandonados, já que apenas 10 das 30 famílias de trabalhadores rurais assentadas pelo Banco do Povo ainda permanecem na área.

De acordo com o presidente da Associação Familiar Campo Alegre, Jurandir Fernandes, não houve resistência à entrada dos índios .

OESP, 02/11/2006, Nacional, p. A21
 

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