De Pueblos Indígenas en Brasil
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Antropólogo estuda povo Tremembé
22/01/2007
Fonte: Home page Diário do Nordeste
Limoeiro do Norte. De um lado, um pesquisador, caneta, papel, gravador e
câmera fotográfica; de outro, um pescador, suas iscas, anzóis e o incansável
barco à vela de madeira atrevendo-se contra as ondas de um mar "que não
está pra peixe". Em comum aos dois, a dúvida sobre o que encontrar do
fundo do mar e do consciente cultural dos agentes da resistente pesca
artesanal marítima no Ceará. O pesquisador é o antropólogo Gerson Augusto
de Oliveira Júnior, e os pescadores são índios da comunidade Tremembé de Almofala, no litoral
Oeste do Ceará.
O encontro de pescadores - o de conhecimento e os de peixe - resultou no livro "O Encanto
das Águas - a relação dos Tremembé com a Natureza", que levanta a discussão há muito
iniciada sobre a degradação da natureza e diminuição das áreas de terra e mar indígenas,
estes que sofrem cada vez mais com a exploração predatória pelos não-índios.
Observação participante
A agonia dos Tremembé é comparada à súplica do sertanejo cearense. Sertão e mar viraram
escassez. A exploração inadequada dos mares e ocupação do litoral por grandes empresas
vislumbradas com lucros comerciais têm diminuído os espaços dos índios. A pesca artesanal
compete com a predatória, seja de peixe, lagostas ou camarão, pois quando ela é mal feita
prejudica a um só tempo toda a biodiversidade encontrada no fundo dos oceanos e que
servem a mesa das comunidades indígenas.
"O Encanto das Águas" levou mais de dez anos para ser preparado, pois resulta do
"enxugamento" de pesquisas de mestrado e doutorado de Gerson Júnior, doutor em Ciências
Sociais e Antropologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC) e professor da
Universidade Estadual do Ceará (Uece). O trabalho tem um tom jornalístico, porque é
narrativo, com acentuados depoimentos dos pescadores, mas reflete o bom senso
antropológico no trabalho de "observação participante" de seu autor, que se inseriu na
comunidade, buscando naturalizar-se aos olhos dos índios Tremembé para, daí, entender os
aspectos culturais, sociais e econômicos daqueles que resistem na atividade da pesca
artesanal.
O livro é trabalho científico que beira o literário, com o autor dominando recursos poéticos, não
para romancear, mas para dar realismo ao deslumbramento e sensibilidade ao que encontrou
no mar de Almofala - só conheceu o oceano com quase trinta anos de idade. Segue a onda do
antropólogo Bronislaw Malinowski, um dos fundadores da etnografia (descrição densa de um
povo), que em seu famoso "Os Argonautas do Pacífico Ocidental" comprova a importância da
tal observação participante - aproximar-se ao máximo do objeto de estudo (também índios, no
Pacífico) para entendê-los.
No Interior do Ceará, como no Brasil inteiro, comunidades indígenas lutam pela demarcação de
suas terras. Quase todas têm seu reconhecimento posto à prova em dezenas de demandas
judiciais impetradas normalmente por grupos empresariais interessados nas terras. Povos
como Tremembé, Tapeba e Pitaguari, de identidade cultural bem definida, vivem conflitos que
se arrastam há séculos, apontando para o desgaste da natureza e da relação desta com os
seres humanos, índios e não-índios.
câmera fotográfica; de outro, um pescador, suas iscas, anzóis e o incansável
barco à vela de madeira atrevendo-se contra as ondas de um mar "que não
está pra peixe". Em comum aos dois, a dúvida sobre o que encontrar do
fundo do mar e do consciente cultural dos agentes da resistente pesca
artesanal marítima no Ceará. O pesquisador é o antropólogo Gerson Augusto
de Oliveira Júnior, e os pescadores são índios da comunidade Tremembé de Almofala, no litoral
Oeste do Ceará.
O encontro de pescadores - o de conhecimento e os de peixe - resultou no livro "O Encanto
das Águas - a relação dos Tremembé com a Natureza", que levanta a discussão há muito
iniciada sobre a degradação da natureza e diminuição das áreas de terra e mar indígenas,
estes que sofrem cada vez mais com a exploração predatória pelos não-índios.
Observação participante
A agonia dos Tremembé é comparada à súplica do sertanejo cearense. Sertão e mar viraram
escassez. A exploração inadequada dos mares e ocupação do litoral por grandes empresas
vislumbradas com lucros comerciais têm diminuído os espaços dos índios. A pesca artesanal
compete com a predatória, seja de peixe, lagostas ou camarão, pois quando ela é mal feita
prejudica a um só tempo toda a biodiversidade encontrada no fundo dos oceanos e que
servem a mesa das comunidades indígenas.
"O Encanto das Águas" levou mais de dez anos para ser preparado, pois resulta do
"enxugamento" de pesquisas de mestrado e doutorado de Gerson Júnior, doutor em Ciências
Sociais e Antropologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC) e professor da
Universidade Estadual do Ceará (Uece). O trabalho tem um tom jornalístico, porque é
narrativo, com acentuados depoimentos dos pescadores, mas reflete o bom senso
antropológico no trabalho de "observação participante" de seu autor, que se inseriu na
comunidade, buscando naturalizar-se aos olhos dos índios Tremembé para, daí, entender os
aspectos culturais, sociais e econômicos daqueles que resistem na atividade da pesca
artesanal.
O livro é trabalho científico que beira o literário, com o autor dominando recursos poéticos, não
para romancear, mas para dar realismo ao deslumbramento e sensibilidade ao que encontrou
no mar de Almofala - só conheceu o oceano com quase trinta anos de idade. Segue a onda do
antropólogo Bronislaw Malinowski, um dos fundadores da etnografia (descrição densa de um
povo), que em seu famoso "Os Argonautas do Pacífico Ocidental" comprova a importância da
tal observação participante - aproximar-se ao máximo do objeto de estudo (também índios, no
Pacífico) para entendê-los.
No Interior do Ceará, como no Brasil inteiro, comunidades indígenas lutam pela demarcação de
suas terras. Quase todas têm seu reconhecimento posto à prova em dezenas de demandas
judiciais impetradas normalmente por grupos empresariais interessados nas terras. Povos
como Tremembé, Tapeba e Pitaguari, de identidade cultural bem definida, vivem conflitos que
se arrastam há séculos, apontando para o desgaste da natureza e da relação desta com os
seres humanos, índios e não-índios.
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